A escalada constante e imparável dos preços dos combustíveis, está a tornar incomportável o custo de vida em Portugal. Hoje para além do debate entre os candidatos a líder da oposição, vi uma notícia que gostava que o suposto "Eng." José Sócrates visse, e que visse com atenção! Os postos de abastecimento próximos da fronteira, em Espanha, registam lucros recorde, têm uma facturação extraordinária e abrem-se novos negócios fronteiriços, que exploram os custos reduzidos dos produtos petrolíferos mas não só no país vizinho quando comparado com o nosso. É um escândalo, quase criminoso, o facto de num espaço tão próximo como a Península Ibérica existir tamanha discrepância a nível fiscal, havendo uma diferença de mais 4% no imposto sobre o consumo português comparado com o espanhol, e representando o imposto sobre os combustíveis num abastecimento de 60 litros, mais de 25 euros de diferença na factura final; até porque, convém que os portugueses tenham a noção, que em Espanha, cada trabalhador ganha em média cinco vezes mais do que um trabalhador nas mesmas condições em Portugal!!!
Nesta última semana gerou-se grande contestação face às gasolineiras, e face aos aumentos sucessivos que passaram a ser pluri-semanais nos preços que praticam. Não deixa de ser um facto que os revendedores, principalmente a Galp e a BP, actuam como um cartel, mantendo na prática o mesmo sistema de concertação de preços que existia antes da liberalização do sector. Mas o que os portugueses têm de perceber, compreender e se capacitarem é que o problema não está tanto na concertação dos preços, mas na enormidade proporção dos mesmos que é canalizada directamente para o pagamento do imposto sobre os combustíveis (cerca de 70%). E contra isso, é que os portugueses, os mesmos que fizeram cair um governo por causa de um simples aumento de portagens numa ponte, se devem revoltar!
Não só as políticas fiscais e orçamentais dos últimos governos têm vindo a empobrecer vertiginosamente o país, como esta discrepância fiscal com o país vizinho, é causa directa de uma quebra na receita fiscal, causada pela transferência do consumo nacional para Espanha, que só a nível dos combustíveis é calculada em mais de 70 milhões de euros anuais, o que só por si devia ser indicador da falta de visão e inteligência fiscal, que esta política representa...
Não admira que o resultado da sondagem anterior dos egos tenha sido:
O que acha do aumentar do fosso económico entre Portugal e Espanha, e de uma possível União Ibérica?
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Gostava de ter residência em Espanha e usufruir das fraudes fiscais! | 19% |
2 comentários:
Olá thomaz,
Neste ponto do imposto não concordo contigo. Aliás, concordo em parte; a descrepância entre o imposto português e o da média europeia é de facto bastante considerável. Uma redução do imposto é em todos os pontos favorável para os consumidores, sendo que o estado só o pode fazer se tiver a tão afamada "margem", mas isto é assunto para outra discussão.
Aquilo em que não concordo é que uma redução do imposto faria baixar os preços dos combustíveis. Aqui, em concordância com Santana Lopes, considero que ao ajustarmos constantemente o imposto às subidas de preço, damos às petrolíferas margem para subir ainda mais os preços. E este é um mercado atípico, e por isso difícil de analisar.
As pessoas dificilmente podem fazer alguma coisa, a não ser que estejam em número considerável preparadas para abdicar do conforto de uma viagem de carro. O que é uma ilusão.
O estado? Não posso dizer com segurança se pode, ou não, fazer alguma coisa. Mas suponho que seja o único membro com poder para fazer alguma coisa que seja.
A solução? Concordo com Ferreira Leite: preparar caminho para novas alternativas. E, entretanto, apoiar os sectores que mais são prejudicados com a subida do preço das petrolíferas, como o das pescas, por exemplo.
Um abraço
os dois principais candidatos a primeiro ministro foram os dois últimos obreiros da subida do iva.. isto está bonito está
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