quarta-feira, novembro 28, 2007

Campeonato (mais brasileiro que) Europeu

Triste, mas verdade: o Brasil foi a nacao mais representada no Cameponato Europeu de Futsal que decorreu em Portugal.
Pergunto-me se a grande maioria de todos esses braileiros que se naturalizaram, tinham o desejo se tornar cidadaos do pais que representam antes de mesmo de la jogarem ou apenas o sao porque algum clube os contratou (e assim passado uns aninhos se podem naturalizar)?
Nao me tomem por racista ou outra coisa qualquer pois nao sou, mas alguma coisa vai mal e tem de se comecar a agir a fim de tornar os processos de naturalizacao mais dificies e impermiaveis a qualquer um que nao tenha a plena conviccao de se tornar portugues, frances, espanhol ou chins.


p.s- Peco desculpa pelos meus erros neste e no ultimo post, mas os teclados nao sao iguais em todas as partes do mundo.

terça-feira, novembro 27, 2007

O Blog da Martinha

www.oblogdamartinha.blogspot.com Este e o blog de uma familia que vive diariamente com a angustia de ter uma filha internada no IPO, pois sofre de leucemia.
Fica a cargo de cada um reagir da maneira que quiser, mas eu pessoalmente ja passei por la a manifestar a minha solidariedade e os meus sinceros desejos de rapidas melhoras a esta pequena crianca de pouco mais de um ano.
Queria apenas pedir a todos aqueles que tem uma religiao que rezassem, nao so por esta crianca, mas por todas as outras pessoas que se encontram na mesma situacao que ela, bem como respectivas familias. A outros os outros todo o apoio e solidariedade penso que seria mais que bem-vindo.

sábado, novembro 24, 2007

Joana Amendoeira

Quero deixar-vos aqui, uma das maravilhosas novas vozes do meu querido fado. O seu nome é Joana Amendoeira e já lançou dois discos espantosos dentro deste género musical ou, como eu gosto de pensar, desta estranha forma de vida que é o fado.
Joana não procura inovar (ao contrário de muito, que na sua ânsia de cortar com o passado, acabam por se esquecer do que é o fado), mas apresenta uma frescura e uma doçura na sua voz, que só é possível em quem respeitando a tradição, em quem sente dentro de si a vertiginosa sucessão de toda uma história repleta de grandes fadistas, procura usar a sua voz para transmitir toda uma vivência profunda e sensível que lhe enche a alma. A sua interpretação, o seu reportório musical, e a sua entrega incondicional a cada verso que canta, fazem evocar as raízes castiças do fado; ouvindo-a desfiando-se em cantigas de uma simplicidade e sinceridade, que a mim me soa familiar, julgo lembrar-me de uma rapariga que canta da sua janela para a rua. Cantando para o tempo altivo que foge, sem saber que a estão a ouvir, acaba por nos cantar ao ouvido. Despretensiosa, sem procurar agradar ou seguir modas passageiras, canta-nos como se cantasse sozinha para si. Quando a ouvimos, julgamos ouvir a história da sua vida, o grito fundo dos seus sentimentos, tudo o que nela viveu e morreu! (Fotografia: Francisco Nobre)

Num pequeno texto, Rui Vieira Nery, resumiu no seu primeiro disco a arte de Joana: "Joana Não vem com este disco fazer uma revolução. Chega com uma presença serena e encantadora, canta-nos e dá-nos a sensação de ser uma amiga que já conhecíamos e que gostámos de rever, como se houvesse já no Fado um lugar à sua espera. Não podia haver melhor começo."

Este é dos fados que mais me tocou, palavras que são como as minhas neste dia, no seu primeiro disco:

Testamento

À rapariga mais nova
do bairro mais velho e escuro
deixo os meus brincos lavrados
em cristal límpido e puro

E àquela virgem esquecida
sonhando alto uma lenda
deixo o meu vestido branco
todo tecido de renda

E este meu rosário antigo
de contas da cor dos céus
ofereço aquele amigo
que não acredita em Deus

E os livros rosários meus
das contas doutro sofrer
são para os homens humildes
que nunca souberam ler

Quanto aos meus poemas loucos
esses que são só de dor
e aqueles que são de esperança
são para ti meu amor

Para que tu possas um dia
com passos feitos de lua
oferecê-los às crianças
que encontras em cada rua

(Fado Menor do Porto, letra: Alda Lara)

Joana AmendoeiraTestamento

sexta-feira, novembro 23, 2007

Mais um atrevido!


Se quem afirma, que o Governo na nossa República, está constantemente a tentar estender os tentáculos da censura, do controlo e da influência decisória nos mais variados sectores da nossa sociedade é atrevido, então Sr. Ministro da Justiça Alberto Costa, eu também sou desses atrevidos!

Aliás, tenho tanto descaramento e tanta desconsideração por este piedoso e progressista governo socialista, que chego mesmo ao ponto de afirmar, que pouco a pouco, mascaradas de pequenas alterações sem importância, vai o Sr. Primeiro-Ministro, reunindo mais poder e destruindo mais hipóteses de oposição ou impedimentos à concretização das suas políticas governativas, que se querem impostas e aplicadas como verdadeiros dogmas. Sem discussões. Sem alterações. Sem perdas de tempo. Nem que isso implique, que se cometam constantemente ilegalidades ou prepotências. É tudo para um bem melhor (não vos parece familiar esta linha de pensamento?).

Não vou falar dos já muito badalados, casos de censura ou de controlo de opinião, ou de decisões que já se tomaram à muito e que por arrogância não se querem alterar, chegando ao cúmulo de se promoverem pequenas telenovelas, só para se dar a ilusão de que está a ter lugar um verdadeiro debate. A questão levantada esta semana, é de uma gravidade ainda maior - A adstrição ao regime da função pública dos Magistrados e Funcionários Judiciais e o revelar de todas as ilegalidades cometidas pela administração fiscal, na ânsia de dar mais alimento a um "monstro" já moribundo, seja porque meios for.

E ambas as questões, de uma aparente complexidade, são de um simplicísmo chocante, se nos abstivermos aos pontos fundamentais e se ignorarmos, todo o invólucro propositadamente complicado com que são apresentadas. De um lado, temos a sujeição (profundamente contestada por todos os profissionais judiciários e, tardiamente, até pelo Sr. Procurador-Geral da República) da justiça, que se quer independente, até para poder controlar o poder político, à tutela da Administração do estado, através da subtil aplicação aos magistrados e demais abrangidos pelo regime, da qualidade de funcionário público; do outro, temos a generalização de cobranças coercivas e lançamentos de imposto, apressados e sofrendo das mais gritantes ilegalidades, tudo porque Sócrates, para continuar a cumprir com o único objectivo que logrou alcançar (os mal-afamados 3%) necessita desesperadamente de mais receitas.

A semelhança entre todas estas situações, é, como vêm, muito mais flagrante do que parece. O busílis está, em toda a prepotência, em todo um "pisar" consciente e muito bem disfarçado, das mais elementares regras de um estado de direito e de uma democracia pluralista!

Que as instituições saibam, travar esta progressiva queda num abísmo, que já nos parece demasiado familiar...

quinta-feira, novembro 22, 2007

Há umas semanas que

Cansei-me de perdoar, quem não me perdoa, de desculpar quem não merece o meu perdão, cansei-me de sofrer, cansei-me de lutar sozinha..
É díficil trocar a segurança pelo desconhecido, uma boa rotina por uma incerteza mas chegou a altura.
Chega de sofrimentos, vou crescer.
Vou aprender a estar bem comigo mesma e depois talvez quem saiba voltar a ter alguem..
Mas por agora sou só eu, é só comigo que posso contar. O que não é necessariamente mau.
Felizmente posso dizer que tenho muita gente a apoiar-me, bons amigos que me acompanham nos momentos difícies.
É tempo: estou a aprender a ser feliz de uma nova maneira


Scolari II


É triste assistir a todo este ambiente em torno da selecção nacional. Revolta-me ver pessoas a dizer que a selecção não faz mais do que a sua obrigação em chegar á final de um campeonato da Europa, a uma semi-final do campeonato do mundo ou em conseguir o apuramento para uma fase final de outro campeonato da Europa. Revolta-me que pessoas se esqueçam que mesmo para perder uma final é preciso chegar lá e o mesmo com uma semi-final!
Pessoas que não sabem dar valor nenhum ao que têm! E o que têm é um dos melhores treinadores de futebol do mundo (por alguma razão é Campeão do Mundo), a treinar uma das melhores selecções do mundo que por sua vez é apoiada por um dos mais inconstantes públicos e comunicação social do mundo
O problema do português e sobretudo da nossa comunicação social é que quando Portugal está em baixo, não é capaz de puxar para cima, mas sim por ainda mais em baixo, mas, depois quando se derrota a Inglaterra num jogo sofrido são os primeiros a dizer que “sim senhor que bravos que são estes jogadores, realmente são fantásticos.”
O que também não percebem é que não somos os melhores, que TALVEZ o que somos não seja o suficiente e é por isso que não chegamos mais longe…digo talvez porque acredito que sinceramente tínhamos valor para chegar mais longe em ambas as competições mas não chegámos, por azar, ou porque naquele momento a selecção adversária soube ser mais forte.
Quando há anos atrás não nos apurávamos para as competições em causa, queixavam-se disso, quando nos apurávamos mas não chegávamos longe, era esse o motivo de queixa, agora que nos apurámos e chegamos longe como até então nunca tínhamos ido queixam-se que não vamos ainda mais longe.
Será que não vêem que há muitos anos que não tínhamos um seleccionador nacional como Scolari e que é graças a ele e á sua equipa técnica que chegámos até onde nunca tínhamos chegado?
Um seleccionador nacional que para além de por a maioria dos portugueses novamente com a selecção faz efectivamente alguma coisa de jeito e constrói também uma equipa para o futuro. Um seleccionador que felizmente não se deixa abater por uma comunicação social que vive para criticar, pois pensa que se deixasse de o fazer deixaria de ser isenta ou porque acha que criticar destrutivamente é moda e que só assim se tem opinião.
Scolari levo-nos onde muito poucos levaram e construiu um grupo. Um grupo é algo que faltou a muitas outras selecções, que tal como esta tinham um tremendo potencial.
Felipão cometeu erros, mas fez coisas bem mais prestigiantes e dignificantes que suplantam em muito isso.
É triste ver pessoas, inclusive neste mesmo blog a criticarem a selecção a dizer coisas tais como o apuramento “estava no papo”.
Tomaz o que te faz pensar que estava “no papo”? Não será o facto de termos sido bastante bem sucedidos nas duas ultimas competições em que participámos e de termos um grupo fantástico construído por Scolari?
Como é que criticas o Pepe no dia 16 de Setembro se apenas ontem dia 22 de Novembro ele fez o seu primeiro jogo pela Selecção Nacional, sendo considerado um dos melhores em campo??
Já para não falar no Deco! Como é curta a tua memória. És capaz de criticar o rendimento dele durante este apuramento, mas não és capaz de lembrar a importância que teve no Euro 2004, no apuramento para o Mundial 2006 e nesse mesmo Mundial.
É também triste ver quando dizes que Scolari não têm aptidão para treinar e seleccionar a nossa equipa quando ele fez o que mais ninguém fez. Se ele não tem quem terá? E já agora, não foi com ele que começaram a aparecer novos valores, que se afiguram bem capazes de substituir a dita “geração d’ouro” (alguns deles são já indiscutíveis), como Cristiano Ronaldo, Ricardo Quaresma, Bosingwa, Miguel Veloso, Moutinho, Ricardo Carvalho, Miguel, Manuel Fernandes ou Hugo Almeida?
Não foi Scolari uma parte fundamental na adaptação deles, não foi ele dos primeiros apostar em muitos deles?
Será que tu como muitos outros não conseguem ver o papel que “Sergentão” e de toda a sua equipa técnica? Não será devido a ele que foste muitas vezes para a rua festejar as vitórias da selecção nacional?
Isto são só alguns exemplos dos disparates que escreveste no post “Scolari”
Em nenhum parágrafo ou frase desse post te vi a dar valor ao trabalho de Scolari e isso é realmente triste.
O que acontece é que a tua opinião é infelizmente partilhada por muitos portugueses que só enaltecem os maus momentos e muitas vezes distorcem a verdade.
Chega de criticas!

quarta-feira, novembro 21, 2007

Os amigos não são só para rir..


Hoje foi um dia dificil para um bom amigo e por isso quero dizer lhe que estou aqui para o que ele precisar..
Os amigos não são só para rir (pelo menos não os verdadeiros) e portanto hoje é o meu ombro para chorar, os meus conselhos e o meu abraço amigo que lhe tenho para dar.
Acho que posso dizer que compreendo muito bem o que estas a passar e se pudesse trocava de lugar contigo, acredita; porque o sofrimento dos meu amigos é o meu sofrimente. Mas as vezes é preciso sofrer para crescer, para melhorarmos, para sermos melhores para nós e com os outros principalmente com aqueles que mais amamos..
Qualquer coisa que precises já sabes puto, tens o meu numero;)

segunda-feira, novembro 19, 2007

"As Mulheres do Meu Pai"

Queria deixar-vos aqui, um pequeno excerto de um livro que ando a ler de José Eduardo Agualusa, intitulado "As Mulheres do Meu Pai" . Este livro deste escritor português nascido em Angola, ajudou a cimentar a boa opinião que tenho da sua qualidade literária e a espicaçar o interesse que o seu estilo muito especial de escrita, coadjuvado por uma descrição ao mesmo tempo tão realista como imaginativa, que já tinha adquirido com "O Vendedor de Passados".
Este novo livro, conta-nos a história de quatro improváveis companheiros numa busca de um outro passado, o passado de Faustino Manso, um músico boémio que "amava demasiado as mulheres". Aconselho vivamente a sua leitura!

"Esta madrugada assisti a um crime.
Passo as noites na carrinha. Não tanto para poupar dinheiro, mas simplesmente porque me desagrada a ideia de pagar, por pouco que seja, pelo duvidoso prazer de me estirar numa cama pública a fingir que durmo. Incomoda-me ainda mais a possibilidade de efectivamente cair no sono, e sonhar os restos dos sonhos que alguém deixou para trás. Os colchões das camas de hotéis, sobretudo de hotéis baratos, acumulam no geral resíduos de sonhos rápidos, mal sonhados, não sendo de excluir a possibilidade de se contrair um ou outro pesadelo tresmalhado. conhecem promiscuidade maior do que sonhar um sonho em segunda mão?
Eu, que tenho sido tão promíscuo, odeio a promiscuidade.
Não há nisto nada de extraordinário, vendo bem. São raros os fumadores que amam os cigarros, e os defendem, e se mostram dispostos a morrer por eles com o mesmo entusiasmo, digamos, com que um homem-bomba sacrifica a vida pelo santo nome de Alá e do seu profeta.
Prefiro, pois, passar as noites na minha Malembe. Deito o banco para trás e olho as estrelas. Estaciono ora nas traseiras do hotel ora na praia, eventualmente nalgum desvão mais sossegado. Em toda a parte tenho assistido a cenas estranhas ou, no mínimo, moralmente pouco edificantes. O diabo - como gostavam de lembrar os meus professores no seminário - aprecia as sombras. Há duas noites um carro parou diante de mim. Uma mulher, ainda jovem, com um vestido preto, de malha, conduzia a viatura. Ao seu lado estava um homem alto e distinto, cabelo grisalho, alvo fato de linho. Não me viram. A mulher puxou o vestido pela cabeça e ficou inteiramente nua. Abriu a porta do carro, saiu e estendeu-se na areia. O homem saiu também. Não se despiu. Simplesmente deitou-se, em silêncio, ao lado da mulher. Ficaram assim, sem um movimento, a olhar a Lua, que estava nessa noite muito redonda e luminosa. Depois a mulher voltou a entrar no carro, vestiu-se, e foi-se embora. O homem continuou deitado durante muito tempo. Finalmente também se levantou. Caminhou em lentos passos na direcção do mar até que deixei de o ver, engolido pela escuridão e pelo manso rumor das ondas."

terça-feira, novembro 13, 2007

E quem paga isto? Para não variar, somos todos nós!

Foi aprovado sob a forma de decreto-lei a concessão, à (a privatizar) empresa Estradas de Portugal a Rede de Estradas Nacional até ao fim de 2099. Não vou falar sobre esta concessão com um prazo quase ad eternum, até porque muitos parlamentares e não só já se pronunciaram, e demais, sobre isso; até porque a minha crítica seria apenas de um perspectiva economicista, pois qualquer pessoa percebe que deste negócio além do inevitável prejuízo que causa ao Estado com a certa e futura valorização da rede, estrangula obviamente a concorrência.
Deste acontecimento prefiro focar, a possibilidade consagrada de se criarem portagens fora das auto-estradas. Meus amigos, vocês foram o povo que (não há muitos anos) derrubou um governo com buzinões e manifestações por causa de um aumento de uma portagem. Agora Sócrates e os seus lacaios, os mesmos que prometeram não acabar com as "Scuts", estão pouco a pouco a acabar com qualquer auto-estrada sem portagens, deixam a BRISA aumentar indiscriminadamente quase todos os anos os preços das auto-estradas sem que se note melhorias nas infra-estruturas (a A1 é um escandalo e um exemplo acabado disso, desde que eu me lembro em permanentes obras e com má circulação, mas cara no limite do roubo à descarada) e instauram portagens cara como a da Ponte Vasco da gama. Até chegam ao ponto de admitir portagens, noutras vias que não auto-estradas! Queres ver que um dia acordamos, e para fazer a nacional de Oliveira do Hospital precisamos de desembolsar uns euros?!
E o que mais me impressiona é que ninguém faz nada, ninguém se revolta... Parece que anda tudo adormecido.

Os meios de comunicação estão assim:





E vocês continuam a dormir!

segunda-feira, novembro 12, 2007

Sigo sempre o meu próprio caminho



Vem por aqui" - dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...

A minha glória é esta:
Criar desumanidade!
Não acompanhar ninguém.
- Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe

Não, não vou por aí!
Só vou por onde Me levam meus próprios passos...

Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?

Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...

Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.
Como, pois sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...

Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tectos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...

Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém.
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.

Ah, que ninguém me dê piedosas intenções!
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou.
É uma onda que se alevantou.
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
- Sei que não vou por aí!
José Régio

?Por qué no te callas???




Ao repto lançado por Sua Majestade El-Rey de España, o mais digno Chefe de Estado Europeu, respondo eu desta forma:

Sim, realmente porque não te calas Hugo Chavez? O povo, esse que tu dizes proteger e de cuja prossecução dos interesses te arrogas, nunca precisou de ti! Contigo a sua situação só piorou, as suas universidades foram fechadas, as suas rádios e televisões fechadas/ou controladas, as suas empresas nacionalizadas e postas ao serviço de um ditador, as suas liberdades espezinhadas e, muitas vezes a suas vidas foram roubadas.
Tu Chavez, que és o exemplo vivo dos homens hipócritas e sedentos de poder, que continuam a insistir na construção de uma sociedade que já se provou impossível de existir. Tu que ignoras, como tantos outros, aquilo que queres ignorar e te esqueces do verdadeiro holocausto - O holocausto da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. Tu que apelidas (pensas tu, perjurativamente) de fascitas todos os homens de direita, todos os nacionalistas, todos os democratas-cristãos, como aliás muitos da tua vil espécie o fazem. Tu que estás a conduzir o teu país para um inevitável precipício económico e isolamento diplomático, de que não se conseguirá jamais recuperar. Tu que, tal como um demónio, tentas arrastar contigo para o caos e para a anarquia neo-socialista todos os teus países vizinhos e agora, todo o mundo. Tu que, como tantos homens de esquerda antes de ti, não passas de um demagogo, um populista, um ladrão... um cobarde! Tu que negas as verdades mais essenciais e os valores mais fundamentais...

Tu...(e todos como tu)











Porque não te calas, de uma vez por todas?????

quinta-feira, novembro 08, 2007

Carapaça


"Um quietismo estético da vida, pelo qual consigamos que os insultos e as humilhações, que a vida e os viventes nos infligem, não cheguem a mais do que uma periferia desprezível da sensibilidade, ao recinto externo da alma consciente.

Todos temos por onde sermos desprezíveis. Cada um de nós traz consigo um crime feito ou o crime que a alma lhe pede para fazer."


Bernardo Soares in Livro do Desassossego


Fotografia por: Francisco Nobre

segunda-feira, novembro 05, 2007

Então e a Ministra nunca mais se demite???


A pior Ministra da Educação que alguma vez tivémos, o que é dizer muita coisa visto que nenhuma pessoa que alguma vez ocupou esse cargo (desde talvez, José Hermano Saraiva) se destacou especialmente pelo trabalho que desenvolveu, resolveu extender aos alunos do Secundário a falta de tabalho e dedicação, com que leva a sua vida à frente do Ministério.

Muio se fala acerca do novo Estatuto do aluno, muito se diz mal, mas muito poucas responsabilidades se exigem a quem apresentou uma proposta tão disparatada - O Governo e em especial a Ministra Maria de Lurdes Ferreira. É verdade que, eu só acredito quando vir o projecto-lei final, a Srª. Ministra já voltou atrás nas suas intenções ao dizer que afinal ainda se vai poder chumbar por faltas, mas isso bão nos deve levar a escamotear o facto flagrante no nosso sistema de educação, e que se evidenciará ainda mais quando o novo Estatuto entrar em vigor, de que se vive uma cultura de facilitísmos, de desculpação e de tolerância para com o absentismo, para com o fraco empenhamento, e fraca qualidade produzida nas nosssas escolas, e na nossa sociedade em geral!

Mas sob pena de se comprometer irremediavelmente o futuro, pois nenhuma sociedade pode evoluir se a educação dos seus cidadãos não se mostrar à altura, este estado de coisas tem de acabar! Todos sabemos que, desde alguns largos anos, já é difícil um aluno chumbar antes de cumprida a escolaridade obrigatória, havendo consecutivas passagens "administrativas" de alunos para facilitar aquele "aproveitamento escolar" e "aquele sucesso do combate ao abandono escolar" que só interessa aos relações públicas e aos acessores do Ministério; mas parece, que essa cultura da mediocridade não é suficiente para a Ministra. Ela quer levar as coisas um passo mais longe. Quer, com o novo Estatuto, dificultar as reprovações [ou chumbos como eu não tenho receio de dizer - o tempo para contemporizar com os supostos traumas psicológicos (que alimentam tantos psicólogos e entes que tais) dos alunos já acabou] ainda mais. Tornará essa tarefa tão difícil e tão burocratizada, que haverá imensos professores, que como todos sabemos não são, na grande maioria dos casos infelizmente, os mais qualificados e motivados para o exercício dessa vocação (para muitos é só um substituto temporário do subsídio do desemprego - Há que dizer as verdades!), não terão para ter maçadas e preferirão passar aqueles alunos, que seriam num sistema minimamente exigente liminarmente reprovado.

Será que o que o Estado pretende fazer, é inundar o mercado de trabalho com pessoas com qualificações irrisórias e "diplomas só no papel"??? Com canudos que nada valem, e com sujeitos que nem o próprio nome sabem escrever sem erros e se enganam no mais simples dos cálculos??? É nisso que consiste o programa novas oportunidades e as reformas prometidas na educação? Meus amigos, dantes acabar a nona classe era sinónimo de alguma coisa, era sinónimo de algum conhecimento e cultura geral, pelo menos o que se sabia, sabia-se para toda a vida e sabia-se bem! Hoje acabar o 12º ano, é sinónimo de ter a qualificação suficiente para ser caixa de super-mercado ou motorista de taxi (sem querer desacreditar essas louváveis profissões, porque "tudo quanto é honesto é bom" como dizia o meu pai). Agora a realidade das coisas, essa é que não pode continuar a ser escamoteada!