sábado, outubro 14, 2006
Compromisso Portugal
Não compreendo a crítica feita pelos habituais comentadores do panorama nacional, ao compromisso Portugal. É certo, que as ideias proclamadas não são novidade para niguém. Já todos sabemos, que há funcionários públicos a mais, e outros tantos a fazerem coisas inuteis, no emaranhado de desperdicio e ineficiência de recursos humanos, que a nossa administração pública é. Também estamos fartos de saber, que existem certas tarefas do tradicional estado social, que se tornaram incomportáveis face à nova realidade no plano das contribuições fiscais, com o aumento da esperança média de vida e com a redução drástica da natalidade; tarefas essas que eram melhor prosseguidas pela iniciativa privada, por exemplo saúde, educação e pensões. E estamos todos fartos de saber, que a justiça sofre de uma maleita aparentemente incurável que trona práticamente impossível o desenvolvimento económico, quando os processos se arrastam por muitos e longos anos, dificultando o cumprimento executivo das obrigações contratuais.
Tudo isto, o sabemos. E contúdo, a esse respeito existe uma inércia genética em toda a sociedade portuguesa. Se acho útil este compromisso, se acho útil esta proclamação de ideias e reformas, não é pelo efeito prático que possam ter, é simplesmente pelo simples facto de alguém as ter proclamado e ter parado um bocado para discutir e reflectir, sobre a situação dramática em que se encontra o nosso país. É por isso que acho rídiculos, os comentários que ouvi, comentários como: "Que estão eles a fazer para mudarem as coisas?" "Simples declarações de intenções, sem qualquer relevância prática" "Discurso já ouvido no passado, e que não trouxe nada de novo".
O objectivo, não era inovar. Era apenas provocar o debate e levar ao despertar da dormência em que a sociedade civil e política se encontra. E Que podem os empresários fazer, para mudarem as coisas? Quem pode de facto mudar a situação, das leis erradas que temos como as leis laborais, demasiadamente viciadas por ideias socialistas, à função pública, à educação, à cultura, à justiça, à economia, à organização e eficiência dos recursos humanos e tarefas do estado, são aqueles que elegemos! Esses sim. Esses não só podem mudar as coisas, como têm o dever de o fazer. Acaso não existem ministérios, com designação semelhante aos problemas que acabei de referir, ou pelo menos orgãos cuja função seja mesmo a de cuidar deste ou daquele aspecto da vida pública? Então, para que servem eles?
Não sequer me vou dar ao trabalho, de refutar as críticas feitas ao compromisso Portugal, apelidando-o como uma importação de um neo-liberalismo inexistente em Portugal, de aplicação condenada ao fracasso destruidora de direitos adquiridos e bem estar social. Tais declarações, além de demagógicas, vieram de pessoas que agem ao serviço, eles sim de outros interesses (como interesses de sindicatos) e de outras classes priviligiadas (como a dos funcionários públicos). A verdade há que ser dita aos portugueses.
Convido todos a uma visita, ao site do compromisso portugal www.compromissoportugal.pt, e a uma leitura atenta dos seus objectivos e do texto saido da convenção, realizada no convento do Beato. Temos de começar a debater estes assuntos, e com a discussão destes problemas levantar uma onda de indignação e uma revolta pela mudança de norte a sul do país. O compromisso Portugal deu o pontapé de saída, agora temos nós todos, por mais insignificante que seja o papel que achemos que temos na decisão dos destinos da nossa nação, de lutar para que tudo não continue na mesma. E isso está nas nossas mãos, não só através da participação cívica activa na vida política, como também nas escolhas eleitorais que fazemos, e nos meios ao nosso dispor como garantias do cumprimento de todas as promessas eleitorais.
Era bom que o governo, fosse constituído por estes empresários. Já viram o quão difícil é neste país atrasado criar e levar até ao topo um negócio, ou uma actividade empresarial??? Tanta burocracia, tanta paralizia judicial, tanta rigidez nas leis laborais, tanta e injustificada carga fiscal, tanta falta de apoio do estado, quando o herário público é desbaratado quando não em desvaneios pessoais dos titulares de cargos público, em serviços e pessoal excedentário. Pessoas, honestas claro, que consigam ultrapassar estes obstáculos ao desenvolvimento económico, e por conseguinte social, davam exelentes governates. Não podemos esquecer, que a tarefa fundamental do governo é essa mesma, a de gerir e administrar os recursos finaceiros e humanos, da máquina do Estado. Mas são eles demasiado espertos, para se meterem no pântano podre da nossa vida política actual. Pena que assim seja.
O que não pode continuar, é esta inércia! Não podemos é continuar a falar, como de assuntos banais se tratassem dos problemas do nosso país, eternos lamentadores de uma situação para a qual contribuimos, quando elegemos quem elegemos e quando não soubemos exigir responsabilidades. Situação que dura à 30 anos! Esta é que é a revolução necessária, a revolução que tornará possível às gerações futuras prosperidade, segurança, desenvolvimento e trabalho em solo português. Caso contrário, o nosso futuro estará irremediavelmente condenado, e a glória e orgulho portugês serão definitivamente, coisas do passado. De país mais pobre na Europa, a país mais pobre do mundo. À 30 anos, Espanha era mais pobre que nós, e olhem para a sua situação actual após boas opções políticas, dos seus anteriores governos e monarca, aproveitando convenientemente os fundos europeus...
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