Depois de analisar os resultados, reparei, como qualquer outra pessoa na percentagem brutal de abstenção, já não muito longe dos 70%. Isto é inaceitável! E não concordo com os mais variados comentadores político, incluindo Nuno Rogeiro, que vieram dizer que a culpa destes números não é do povo que se absteu de votar, mas dos candidatos que não souberam motivar os eleitores.
Concordo que a vida partidária é pouco ou nada estimulante, concordo na análise que vê nos partidos simples centros de influências com constantes lutas por melhores poleiros, com a repulsa pelo político, déspota mentiroso que não cumpre, e que independentemente das suas ideias deixa sempre tudo pior, igual ou pouco melhor do que o que encontrou quando chegou, com isto e com a triste visão da democracia portuguesa como uma coisa decadente, cheia de instituições supérfluas, minada de lobbys e cargos excedentários vantajosos, para as duas cores, cor-de-laranja e cor-de-rosa.
Mas já não posso aceitar, que muito mais de metade dos Lisboetas deixem de exercer o seu direito e o seu dever! Desta vez não houve a desculpa da praia, quanto muito alguns estavam em férias mas a minoria certamente, nada que fizesse prever esta franquíssima afluência às urnas.
Se os portugueses realmente estão descontentes com o governo, como as manifestações sucessivas dão a entendr, se não se identificam com a oposição mole da direita, votem contra o sistema. Votem contra o estado de coisas actuais! Votem em branco! Votem em partidos pequenos anti-sistema (como eu fiz, quando votei num partido que aumentou em 50% a votação nestas eleições em Lisboa), mas não deixem de ir votar. Porque ao não ir votar, delegam nas mesmas pessoas que mantêm eternamente esta situação, causa da nossa queda de nos colarem ao fundo deste lodo, a oportunidade de deixar estudo como está. Anseiam por democracia directa, por mais poder popular, por mais proximidade e influência na tomada de decisões, mas deixam tudo como está! Assistem, bem sentados no seu sofá, ao desfile de caras sempre iguais em vitórias/derrotas, na sua senda pelos púlpitos e "massas de apoio" (alguns velhos que foram para ali transportados, e pensam que vieram a Lisboa ver o Oceanário , ali também há bacalhau e tubarões, mas parece-me que foram ao engano).
A votação há muito, como nos países desenvolvidos nórdicos, como aliás já propus, que deveria ser obrigatória. Não é só um direito arduamente conquistado é um DEVER de todo e qualquer cidadão recenseado, e portanto o seu incumprimento deveria gerar consequências negativas para o abstencionista - aí sim, serviriam bem ao fim as malditas coimas.
Todos criticam, mas ninguém faz nada, nem aposta em alternativas, por motivos egoístico ou por diabólico conformismo... Novos velhos do Restelo!
Cada povo tem o país que merece!!!
Quanto à crise na direita, ou como eu gosto de chamar pseudo-direita da esquerda portuguesa, vou ficar à espera, para me pronunciar, durante as férias, de novos desenvolvimentos na nova telenovela nacional.
quinta-feira, julho 19, 2007
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1 comentário:
Percebo o que quiseste dizer com este texto, mas de facto não concordo.
Olhando para os possíveis candidatos (não falo só ca Camara, mas também do Governo, pela altura das eleiçoes), não sei realmente o que pensar. Nenhuma promessa, nenhuma campanha, nenhum partido produz qualquer estimulo numa grande parte da população. E porque? Porque simplesmente vivemos sob um govenro de corrupção e de mentira. Falas na Noruega, e muito bem. No entanto, é impossivel comparar os 2 países. Cada povo tem o país que merece? O nosso povo n merece este país de certeza.
A grande maioria vive numa sociedade ociosa, diletante, corrupta, onde impera o "Salve-se quem puder, de preferência eu". Basta olhares à tua volta: escândalos políticos, construções desenfreadas autorizadas pela camara e pelo governo, o caos. Para que ir votar,se vendo bem a relaidade, todos mentem? Ninguém cumpre? Talvez se ninguém fosse votar, ai sim podia ser que o povo português se apercebesse da sua real situação.
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