quarta-feira, dezembro 19, 2007

Tratado de Lisboa e Presidência do Conselho



A Presidência portuguesa do Conselho Europeu está a terminar e, aproveitando a recente assinatura do Tratado reformador de Lisboa, é chegada a altura de fazer uma apreciação global do envolvimento dos membros do governo de Sócrates enquanto estiveram à frente dos destinos da União Europeia.
Não vou cair em elogios fáceis ou críticas intempestivas ao trabalho desenvolvido, principalmente a nível diplomático, por este governo socialista. Sócrates tinha dois objectivos principais: A realização da Cimeira Europa-África e a assinatura do tratado de L
isboa. E esses dois objectivos, ele cumpriu. Agora, do que já posso discordar é do mérito e da utilidade prática desses dois fins, que logrou alcançar! Quanto à cimeira, já a analisei e dela não resultou mais do que a maior concentração (à parte, talvez, do Município de Felgueiras) de corruptos na mesma cidade, a que já assistimos; quanto à assinatura do tratado, o que me impede de glorificar os feitos de Sócrates, é que eu, ao contrário de muitos que engoliram os slogans promocionais que os relações públicas do governo lançaram - "Este momento é histórico" e "Hoje estamos a fazer História." - eu, vi para além do espectáculo que montaram para inglês ver!
Tiro o chapéu ao Sr. Sócrates e à sua equipa, que sem dúvida é extraordinária na promoção pública e mediática da imagem do governo. Mas será que é isso que fica realmente, da assinatura de este novo tratado europeu? Será que o que interessa, é a beleza do palco dos Jerónimos, muito bem decorado, a imponência e minuciosa organização de todo o evento, os artigos do bom e do melhor servidos aos dignitários europeus, e os discursos pomposos e empolados de circunstância???
De facto foi uma boa jogada de Sócrates, que pôde organizar assim um acontecimento único como este, desviando as atenções tanto da recente queda de popularidade das suas políticas, como do conteúdo desta nova Constituição Europeia, disfarçada de tratado minimalista e secundário...

1 comentário:

Anónimo disse...

Parece-me muito bem esse discurso, prezado Thomaz, mas pouco fundamentado. Não fundamentas concretamente aquela que consideras a verdadeira realidade do tratado. Isto é, porque é que o trado é "minimalista e secundário"?
Saberás, talvez, mais do que o que veio a público? Parece-me que ninguém sabe ao certo o que é que foi tratado e que conclusões foram tiradas...