
Mas nada me faz mais confusão, do que a lei moralista e fundamentalista do Tabaco (Macário Correia - "Beijar uma mulher que fuma é como lamber um cinzeiro!"). Agora todos o que fumam são tratados como escória, renegados atirados para a clandestinidade por causa de um vício ou de um pequeno prazer, que gostam de usufruir por entre as adversidades do dia-a-dia. Quem já foi ao El corte Inglês e entrou na pequena gaiola de vidro, destinada aos fumadores, sabe do que estou a falar. Quem já percorreu dezenas de cafés, procurando um em que não tenha de fumar à porta ou na esplanada fustigada pelo vento e pela chuva de inverno, também. Quem tem de vir à porta dos centros comerciais, para acender um simples cigarro durante cinco minutos, quem está a estudar numa Universidade e tem de interromper o seu estudo e se dirigir aos espaços exteriores, etc. etc...
Os exemplos são mais que muitos, e as desvantagens de uma aplicação rígida desta lei feita pela nova Santa Inquisição deste país - a ASAE (cujo director é imagem da hipócrisia que grassa neste país) são facilmente encontráveis. A lei pretende , sempre por uma questão de saúde pública , reduzir os efeitos nefastos do tabaco nos fumadores e naqueles que estão sujeitos ao fumo passivo, mas depois obriga quem quer fumar a estar concentrado em espaços demasiado reduzidos para todos os que não dispensam um cigarrinho com um café, com uma imperial, ou simplesmente a seguir a um bom jantar. E que impacto terá essa concentração na nossa saúde? A lei quer erradicar o fumo, mas depois estabelece excepções onde elas não deveriam existir e proibições onde elas não fazem sentido (só uns exemplos: Feiras, espaços exteriores das universidades, cafés sem possibilidade material e física de terem um espaço para fumadores). Na sua proclamação da liberdade de não se estar sujeito a fumo passivo, retiram praticamente a liberdade que também os fumadores devem ter de fumar um cigarro, desde que não estejam directamente a prejudicar ninguém; e mais importante, retiram a liberdade de organização económica aos proprietários de estabelecimentos abertos ao público, que por não terem possibilidades de adaptar os seu café às excessivas prescrições e limitações legais, não podem ter espaço para fumadores, consequentemente perdendo grande parte dos seus clientes.
A hipocrisia grassa, e à nossa custa os cofres do estado enchem-se com mais uma oportunidade de tirar mais algum com o aumento do imposto sobre o tabaco. somos perseguidos e humilhados, e ainda pagamos para isso! Que rico país o nosso... porque não olham os nossos governantes para o bom exemplo espanhol? Realmente só é cego, quem se recusa a ver! A boa noticia, é que contrariando as tendências inerentes ao nosso povo de entorpecimento e apatia, já ouvi diversos clamores de insatisfação e revolta com este estado de coisas. Talvez desta vez, se passem das palavras aos actos...
1 comentário:
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