O principal problema do consumismo é comprarmos não aquilo que precisamos mas sim tudo o que não precisamos. Não nos falta nem comida, nem roupa, nem condições ou educação como faltou aos nossos avós ou mesmo pais mas a sociedade actual não aprecia tais coisas (essenciais) mas sim a quantidade de coisas supérfulas. Parece reinar o lema ‘quanto maior a quantidade e menor a utilidade, melhor’.
As pessoas são seduzidas pelos media a comprar coisas que, esta lhes faz acreditar serem, indispensáveis; “Porque você não quer um carro, você quer este carro”, afirmam os anúncios, “para alcançar sucesso e status junto da sociedade”! E por mais absurda que seja a ideia, vende e torna a publicidade num dos negócios mais rentáveis que a nossa economia já viu: vendendo um mundo de ilusão, de sonhos; em que basta que alguém conhecido nos apresente um produto para acreditarmos que é tudo o que podíamos pedir independentemente se essa cara familiar tem ou não credibilidade na área em questão.. E se o aspirante a consumidor não possuir as requeridas somas de dinheiro, pede um crédito para comprar uma coisa que não precisa, na verdadeira ascensão da palavra, mas estará anos a pagar, preso as desilusões da vida real face à publicidade. “Se estás de mau humor, vai às compras!”, interjeição base do consumismo, que já todos ouvimos repetir vezes sem conta mas ao contrário do que muitos pensariam não só pela boca de mulheres. Elas são apenas as primeiras a assumir serem viciadas em compras (shoppaholics) enquanto os homens se recusam a admiti-la e continuam a gastar avultadas somas em carros, barcos, casas e relógios, entre outros. Mesmo as crianças e adolescentes reflectem esta nossa sociedade de uma forma designada pelos britânicos de 'pester power' que consiste no processo de pedinchar algo aos progenitores um tão grande número de vezes que estes acabam por lhos dar, vencidos pela exaustão.
Com melhores padrões de vida que os nossos avós podiam sonhar, temos tudo para ser felizes porém somos uma sociedade permanentemente insatisfeita pelo que não consumimos e infeliz pelo que consumimos. Talvez o problema resida em termos de mais ou será não sabermos valorizar o que temos?
quinta-feira, fevereiro 15, 2007
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