quinta-feira, março 29, 2007
"Longe de Manaus"
"Talvez as pessoas queiram, Isaltino, um pouco de ordem na visa. Por isso casam, têm filhos e, mesmo quando se divorciam, escolhem dias para ficarem juntos ou simplesmente para telefonarem em dias certos. As pessoas têm necessidade de rituais. Rituais de acasalamento, de encontro, de encontro, de fuga. É um pouco de disciplina, de ordem - no meio da paixão e da própria vida. Eu nunca te falei dos meus sonhos. Sonho muitas vezes com pessoas da minha família, já desaparecidos, e com um tio que foi para o Brasil e nunca mais foi visto. Não sei o que o afastou de nós, ou da sua terra, da casa. Só sei que partiu. Há muita gente que parte. Muita gente que desaparece.
Por isso, Isaltino, as pessoas precisam de alguma ordem na vida. Um pouco de ordem, uma casa onde estão fechadas durante uma parte da vida e onde se sentem seguras e onde os amigos chegam e são recebidos, e há cobertores e água fresca e cerveja. Também nunca te falei dos meus demónios. Os homens duros não são sempre duros. Há um momento de repouso tal como existe a melancolia a meio da batalha. Um momento de perdição tal como existe a crueldade do tempo que passa por nós e nos deixa velhos, cada vez mais velhos.
Passei muitos dias fechado em casa. Não era preciso mais ninguém saber. Durante esses dias não li um livro, não vi televisão, não ouvi um disco, não atendi os telefonemas durante o dia nem a meio da noite, não fiz a barba, não não tive pena de mim próprio. Eu não gosto de ter pena de mim próprio. Compreendo, sem ser preciso mais ninguém saber, a vida desses homens solitários. E a dos que destruíram a sua vida dos que nunca foram solitários. E a dos que destruíram a sua vida porque pisaram um risco desnecessário. A dos que deixaram para trás amores quase perfeitos, imagens de felicidade. E compreendo a vida dos que não cabem no mundo dos que não cabem no mundo dos solitários nem no dos que estão sempre acompanhados, e não têm família, filhos, bibliotecas, aparelhos de ar condicionado, abre-latas eléctricos, colecções de automóveis em miniatura. Eu não gosto de ter pena de mim próprio. Tenho saudades das mulheres que amei, especialmente de quem me empurrou para fora da sua vida. Pensei voltar atrás muitas vezes, bater-lhes à porta e recomeçar a viver nesse idílio de que os adolescentes gostam muito. É por isso que os adolescentes querem sempre regressar aos lugares em que foram felizes. Nós, os velhos, temos uma amargura qualquer presa à pele, e gostamos dela, como se gosta do amargo de um charuto, de uma ida ao barbeiro, de uma viagem de comboio. Tenho saudades de coisas que não conheço. Muitas vezes essas mulheres são uma só. Rita Pereira Gomes guardando os seus segredos, eu imagino-a muitas vezes sentada numa cadeira, em pleno Verão, diante do vale e das montanhas, esperando a morte vadiando no Porto, dormindo com rapazes que eram estudantes da faculdade, ou com jovens actrizes que conheceu por acaso, ou alunas de Belas-Artes que lhe bateram à porta porque ela foi famosa algum dia, alguma vez. De toda a gente que se perdeu pelo mundo quando perdemos o Império, o Brasil, Angola, Moçambique, Timor, são Tomé, Guiné, Cabo Verde, eu admiro as mulheres que se perderam também com essa terra toda, terra imensa, terra vermelha, alaranjada como a da Guiné, pálida como a de angola, vermelha como a de Moçambique. As mulheres que voltaram atrás, preseguidas por uma poeira, como Mara Salimah. As que nunca encontraram uma casa, como Rita Pereira Gomes. A falar verdade, Isaltino, eu não tenho saudades de nada. Se eu pensar bem, não tenho saudades de nada. Não tenho saudades da adolescência, não tenho saudades das mulheres. Faço um esforço. Devemos todos fazer um esforço.
As pessoas querem uma ordem na vida. Quando começam a envelhecer querem que essa ordem desça sobre elas como a primeira chuva de Verão. Mas as coisas não são assim. Tu queres que a morte de Shirlei tenha um sentido nesta história. Não tem. Há coisas que têm um sentido e coisas que não têm sentido nenhum, são apenas um ruído, uma espécie de desvio. Uma vaga de calor. Uma coisa muito breve, muito parecida com a sensação de haver pessoas solitárias que desperdiçam oportunidades ou que não têm saída. Vê tu o que temos: pessoas solitárias. Julgamos sempre que não existem. julgámos que não existiam. Elas vêm ter connosco. Vivem sozinhas ou não. Vivem numa casa que ninguém conhece e um dia aparecem mortas. Vivem com uma família perfeita e um dia o passado aparece para devorá-las e pedir satisfações. Uma desgraça nunca vem só Isaltino. Aqui ou no Brasil, aqui ou em qualquer outro lado.
As pessoas falam da solidão mas julgam que é um problema delas. Apenas delas. Os escritores inventam uma história e acham que a literatura é obra da solidão. E os músicos, os cineastas, os detectives privados que investigam adultérios nos subúrbios, os industriais de cerâmica, os contabilistas. Mas não é verdade. Aqui ou em qualquer outro lugar. Também somos gente solitária. Gente assim."
Síndrome de Down
Consiste numa alteração de um cromossoma (longa sequência de ADN com funções especificas nas células). Neste caso essa alteração é um aumento para 3 (trissomia) dos 2 cromossomas 21 que todos possuímos ou melhor dizendo uma cópia e resulta num número variável de deficiências à nascença incluindo dificuldades de aprendizagem e limitações físicas. Estas pessoas tão especiais apresentam muitas vezes atrasos na fala, problemas na visão e audição mas a gravidade e mesmo a existência destas patologias dependem de indivíduo para indivíduo e do apoio que lhes é dado.
A denominação de mongolóide para os portadores de Síndrome de Down adquiriu um sentido prejurativo muito recentemente uma vez que inicialmente se devia à sua parecença com os habitantes da Mongólia.
Ao início quando soube que ia dormir no mesmo quarto que a Mónica fiquei bastante assustada porque não sabia como havia de agir, o que fazer ao dizer; mas logo no primeiro contacto o medo dissipou-se. Mónica é muito conversadora e alegre, interessa-se pelas pessoas e pelas conversas e espalha alegria. Quem convive todos os dias com ela tem a tarefa mais complicado de pôr limites, ocupa-la e a torna-la o menos dependente possível. A Mónica não tem a noção total que é diferente mas talvez seja mais fácil para ela assim não repara no sentimento de pena nos olhos dos que a rodeiam que a faria muito infeliz.
É preciso saber que estas pessoas precisam de ajuda mas não são nenhum fardo; pelo contrário são alegres, animadoras, boas amigas ou mesmo só companhia tendo apenas tem algumas necessidades diferentes e mais específicas. Para responder a estas necessidades é preciso mudar as mentalidades que ainda as acham bom objecto de gozo ou as que as olham como objecto de pena e criar instituições que as apoiem e às suas famílias para que elas se possam desenvolver o mais possível.
segunda-feira, março 26, 2007
Realidade
A voz de Portugal
Caros leitores, dado o completo bloqueio dos nossos meios de comunicação social, e dada a dor de cotovelo que atingiu todos os pseudo-intelectuais do nosso país e falsos democratas, a tal ponto que preferem tentar fazer cair no esquecimento esta histórica votação, apresento opiniões de comuns cidadãos como eu, que legitimamente as expressaram no site da RTP (http://tv.rtp.pt/gdportugueses/index.php) e que espelham, em grande medida, a minha própria opinião. Portugueses, hoje alegraram-me!
Jaime Nogueira Pinto
Colocada: Seg Mar 26, 2007 11:32 am
Visitante
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O que era Portugal antes de Salazar? O que era Portugal antes de Salazar? |
visitante
Colocada: Seg Mar 26, 2007 11:07 am
Visitante
Ditador???? Ditador???? |
Cristina
Colocada: Seg Mar 26, 2007 10:19 am
Visitante
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Agora sim, foi-nos demonstrado que afinal existe liberdade de expressão...Afinal a democracia ainda serviu para que os portugueses evidenciassem Salazar, como o grande português de todos os tempos... Agora sim, foi-nos demonstrado que afinal existe liberdade de expressão...Afinal a democracia ainda serviu para que os portugueses evidenciassem Salazar, como o grande português de todos os tempos... |
António
Colocada: Seg Mar 26, 2007 10:00 am
Visitante
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Afinal onde está a democracia dos complexados do pós-1974? |
Carlos Martins
Colocada: Seg Mar 26, 2007 9:56 am
Visitante
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A reacção da Odete Santos foi o espelho da democracia que Cunhal queria para Portugal... é proibido... é isto é aquilo... Viu-se essa mesma cultura na reacção histérica de Ana Gomes quando Sampaio decidiu aceitar Santana Lopes como primeiro-ministro. A reacção da Odete Santos foi o espelho da democracia que Cunhal queria para Portugal... é proibido... é isto é aquilo... Viu-se essa mesma cultura na reacção histérica de Ana Gomes quando Sampaio decidiu aceitar Santana Lopes como primeiro-ministro. |
Carlos Correia
Colocada: Seg Mar 26, 2007 9:54 am
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Face à vergonha que se está a passar enviei a seguinte exposição ao Provedor da RTP. Sugiro que façam, o mesmo. Face à vergonha que se está a passar enviei a seguinte exposição ao Provedor da RTP. Sugiro que façam, o mesmo. |
jose mariaa
Colocada: Seg Mar 26, 2007 12:10 pm
Visitante
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Foi com grande clareza que vimos o professor ganhar, foi um grande homem. tive pena de nao viver na epoca dele, sou muito jovem, mas sei o que o meu avo me conta. No estudio, tava tudo contra jaime nogueira pinto, ate a maria elisa. Mas o defensor do professor tava nas calmas... tinha grande categoria o jaime nogueira pinto. Meus amigos! ... (ler mais) Foi com grande clareza que vimos o professor ganhar, foi um grande homem. tive pena de nao viver na epoca dele, sou muito jovem, mas sei o que o meu avo me conta. No estudio, tava tudo contra jaime nogueira pinto, ate a maria elisa. Mas o defensor do professor tava nas calmas... tinha grande categoria o jaime nogueira pinto. Meus amigos! esta na hora de mudar os manuais escolares, e repor toda a verdade! |
Salazarista
Colocada: Seg Mar 26, 2007 10:31 am
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Se o Cunhal tivesse ganho, então o sábio povo teria sensatamente decidido, mas como foi o sr. Presidente do Conselho, já o povo é ignorante. Se o Cunhal tivesse ganho, então o sábio povo teria sensatamente decidido, mas como foi o sr. Presidente do Conselho, já o povo é ignorante. |
Os impressionantes, sem margem para dúvidas ou discussões - mais de 41%
Deixem que deixe aqui bem claro, agora e para sempre, que o que ganhou nesta noite não foi apenas um grande estadista do século XX português, mas toda uma revolta. Uma revolta com a maneira como a história nos foi apresentada no pós 25 de Abril, uma revolta contra um sistema de ensino claramente de raiz marxista onde se dá mais importância à 1ª Republica do que ao movimento de 28 de Maio e às razões que estiveram por detrás dele, uma história que nos ensina que as colónias foram um período negro na nossa história e que a descolonização feita por Mário Soares e meia dúzia de “maçons foi um grande feito. Revolta! Revolta contra os nossos pais ou contra nós mesmos, contra toda uma geração que se deixou cair no deslumbre e nas falsas promessas de uma “pseudo-democracia”, que nem nos trouxe verdadeira liberdade nem nos trouxe o tão prometido desenvolvimento. Revolta! Revolta contra todo um branquear dos pontos positivos do Estado Novo, contra todo um descontextualizar das mais variadas situações, como a opressão das mulheres, o fundamentalismo religioso, a censura, a escravatura, a exploração de outros povos, etc. Vistas à luz da nossa época, tais coisas são de evitar, mas isso não apaga, e é isso que toda uma geração não conseguiu, nem conseguirá fazer, os grandes feitos e a grande glória da nossa Nação. Fomos a maior potência do Mundo! Nós e os espanhóis, e como no século XV o futuro da humanidade esteve nas mãos de uma pequena grande península europeia, prova-se hoje, que Portugal está farto do politicamente correcto, da falta de rumo, da falta de unidade, das promessas por cumprir, das lutas mesquinhas pelo poder, da destruição incesante de todos os valores, da mentira, da falsidade, da corrupção, dos interesses ilegítimos, da utopia do socialismo, da inclinação esquerdista da sociedade, da pequenez, da subjugação face às outras nações e do constante negar e corromper da nossa excelsa História, feita por aqueles que a deveriam defender!
É certo que todas as outras figuras nos dez primeiros, tirando obviamente o Álvaro Cunhal, que só ali apareceu por causa de um certo sector invertebradamente esquerdista da nossa sociedade ressentido, devido ao falhanço da implantação do comunismo em Portugal (pelo qual temos de agradecer todos os dias a Deus), mereciam ser consideradas o melhor português, mas como eles, muitos outros pois isto é Portugal. Este é o nosso povo. Deste material é que somos feitos. Basta querer fazer, o que tem de ser feito, basta construir, o que outros apenas ousam sonhar. De realçar D. João II, o esplendor da nossa grandeza – Não já apenas um pequeno país, mas uma grande nação – Um Mundo.
Quanto à RTP, depois de meses a tentar influenciar o sentido de voto dos portugueses, depois de meses em que os debates eram claramente facciosos e anti-Salazar, chegando a ser até mesmo insultuosos, depois de uma noite final em que houve um concluo de membros do painel, que se uniram, não para defender as respectivas personagens, mas para deitar abaixo Salazar, depois de uma clara desproporção de tempo entre apoiantes de outras figuras e o corajoso Nogueira Pinto (embora não muito fluente e pouco combativo), num debate onde deixaram alguém como a maluca da Odete Santos falar quase o programa todo, digo-vos isto: Estava com medo que hoje, mais uma vez, imperasse a “pseudo-democracia” e certos interesses impedissem deliberadamente António de Oliveira Salazar de ganhar, tentaram, mas não conseguiram. Estava com medo que hoje, mais uma vez, os portugueses se deixassem conduzir, branquear ou levar por demagogismos ou sujas retóricas, ou que fossem mesmo impedidos de expressar a sua real opinião, mas hoje, a ingratidão acabou! Fez-se justiça, a uma das personagens mais difamadas da nossa História, a um homem que morreu pobre e que tudo deu, por este país à beira-mar plantado. Que nunca se esqueça, que seja sempre recordado. Porque hoje acabou a hora, do pseudo-intelectual ressabiado!
Viva Portugal! Faça-se a reconquista das nossas mentes. Acabe a dormência em que este povo, outrora empreendedor e valente, caiu. Viva Portugal!
Os Grandes Portugueses II
A ideia em si não é má (eleger os Grandes Portugueses), mas os moldes em que o mesmo se processa não são os melhores.
É curioso observar a excenlitissima inutilidade, o expoente máximo da estupidez existente no Mundo, o pico da ignorância, o estafermo que não sabe falar, e espantalho que não sabe pensar (falo obviamente de Odete Santos) vir argumentar as traduções de Shakespeare feitas por Álvaro Cunhal, ou nos seus escritos sobre a reforma agrária, tudo isto enquadrado no tema........“bravura”(o que mais podia ser?) .
É facilmente perceptível que esta final se tornou mais numa apologia a determinadas ideias e crenças, num apelo a um saudosismo do que num debate sério e ponderado em que infelizmente este “fenómeno do Entroncamento” que encontra a metralhar estupidezes.
Podemos também observar a eurodeputada Ana Gomes disparar ainda que ao de leve contra Bush, Blair ou Barroso, saindo do contexto do programa.
Estas senhoras, destoando dos demais, não conseguem perceber a finalidade da sua presença naquele programa!
Elas encontram se ali para defender determinadas figuras históricas dentro de determinados parâmetros, não para apelar a um qualquer ideal ou para fazerem valer as suas convicções políticas e batalhas ideológicas.
Odete Santos diz que a vitória de Salazar serve para branquear o fascismo. Sendo assim a vitória de Cunhal serviria então para branquear o comunismo!
Quero apenas concluir assim que este concurso é vitima da ignorância provinciana que prevalece em Portugal e pedir as minhas desculpas por escrever mais uma vez sobre um tema amplamente discutido na sociedade portuguesa e do qual já muitos devemos estar fartos.
P.S- A prova de que este programa não é um concurso(ou que pelo menos não é entendido dessa maneira por alguns), é o estado em que algumas pessoas chegam devido á vitória de António Oliveira Salazar.
domingo, março 25, 2007
Recta Final
Assim sendo, o grande galardoado será anunciado dia 1 de Abril. Até lá...matem-nos a todos!!!
sábado, março 24, 2007
"Binladen"
10.José Esteves – Ex-Segurança do CDS e Xeique-terrorista. Talvez o menos famoso, para alguns, dos ilustres odiosos aqui representados, mas certamente, um dos personagens que suscita mais curiosidade e perturbação. Depois de deixar o interessante mundo dos guarda-costas e seguranças privados (após ter tentado várias vezes trabalhar no Kremlin, ofertas essas de trabalho que foram rejeitadas permanentemente, pois ao que parece José Esteves era demasiado violento até para esse local de diversão nocturna, não se limitando a usar apenas uma ponta-e-mola mas tirando anilhas de granadas, como quem cospe cascas das pevides para o chão), fundou a sua própria mesquita após uma conversão relâmpago ao Islão, precedida de uma “trip” de metafetaminas. Daí a ter passado a distribuir cartas de ameaça com o Destak, num dos sinais da Praça de Espanha foi um passo muito pequeno! Também se diz que drogou pacotes de Nesquick com Sonasol verde…
Mas o pior de tudo foi quando recentemente, numa entrevista à visão, mais uma vez espantando tudo e todos, anunciou ser ele o responsável pela construção da bomba que matou Adelino Amaro da Costa, Sá Carneiro e comitiva em Camarate. Segundo este caso enigmático da psicologia, "só pretendia causar um pequeno susto, uma bomba incendiária não deveria ter transformado o pequeno avião numa gigantesca bola de fogo, pois ter os fantasmas dos ocupantes da aeronave a perseguirem a sua aura dia sim, dia não, não é lá muito bom para a saúde…Se querem culpar alguém, culpem Alá!"
A descoberta da Austrália
Anteontem foi anunciado que a Austrália, talvez tenha sido afinal descoberta por portugueses e não por ingleses. Para mim não é nada de surpreendente. Afinal não foram os portugueses os descobridores de metade deste mundo e do outro!? Não foi no nosso espírito aventureiro que contagiou as outras nações europeias a partir em busca de um novo mundo, um mundo que muitos na altura pensavam não existir!?
O problema de Portugal, nunca foi a falta de espírito de iniciativa ou de coragem, foi sim a falta de meios humanos ou financeiros para realizar o que outros julgavam impossível! Está provado que os navegadores portugueses descobriram terras brasileiras antes de 1500, e só não as reclamaram por falta de meios humanos para as povoar; logo não me estranha nada, antes pelo contrário, que uma terra tão longínqua como a Austrália tenha sido pisada pela primeira vez, por ocidentais, por portugueses. O mundo foi nosso, e ninguém se iluda do contrário, foi dos portugueses…
Quem me dera partir agora. Partir como os primeiros. Partir à aventura! Superar aquilo que já tinha sido ultrapassado, viver aquilo que nunca fora vivido. Longe daqui, onde todo o esforço é anulado, longe daquilo que me faz sentir preso e agarrado àquilo que foi e já não tem razão de ser, àquilo que tem de mudar e não se conforma com tudo o que em nós tem de morrer… partir! Descobrir! Conquistar! Aquilo que foi nosso, e não o deveria ter deixado de o ser, aquilo que foi nosso e sem nós não tinha razão de ser!!!
quinta-feira, março 22, 2007
A Doninha
Até que enfim uma música brutal dos Da Weasel!!! Sinceramente nunca gostei de certo género do hip-hop “pseudo-gangster”, comum nos E.U.A., e cada vez mais frequente (infelizmente em Portugal). Mas para mim os Da Weasel sempre foram um refúgio de frescura, um hip-hop que realmente tinha uma mensagem importante, um hip-hop descontraído –Ah! Que belos dias na descontra- um hip-hop inteligente e um hip-hop que sabe bem a ouvir. Posso afirmar sem qualquer exagero, que fui uma das primeiras pessoas a ouvir Da Weasel no meu meio, e a sua carreira, essa acompanho-a desde o início, ouvindo os seus trabalhos em dias de praia e noites de Bairro Alto.
Confesso, porém, que fiquei um bocado desiludido com o último trabalho de originais da Doninha, o álbum Re-Definições. Claro que nem todas as faixas eram más, faixas como “Joaninha”, “Força” ou “Casa” eram reveladoras do génio musical com que esta banda foi dotada, mas já outras, como a péssima opção que tiveram para primeiro single a música “Retratamento” ou outras como “GTA” ou “Baile”, ou eram um bocado vazias a dar demasiado para a cultura pop de massas ou, pareciam completamente desprovidas de inspiração, apenas uns minutos para preencher o CD multi-platinado…
Pode-se portanto dizer que foi com júbilo, que ouvi o nosso single da banda – “Dialectos de Ternura”. Está simplesmente, admirável! Tanto a letra, como a batida, como os sons…Uma grande música. Bastou deixarem-se de "politiquisses" e deitarem mãos à obra! É mesmo na música, que reside o seu talento.
Resta-nos talvez esperar, que o CD que está na forja Amor, escárnio e maldizer, que sairá a 2 de Abril, seja um CD inteiramente memorável e que faça jus não só a todas as grandes músicas dos Da Weasel, como à sua recentemente adquirida notoriedade interna e externa. E claro, lá está, esperar por uma apresentação ao vivo do seu novo e antigo trabalho!
Entretanto podem acompanhar os desenvolvimentos na vida da Doninha e do novo disco, visitando as páginas:
terça-feira, março 20, 2007
O Regresso da Bruma
Cabe-me comentar o recente regresso de Paulo Portas, qual D.Sebastião por entre as brumas do desespero, que se dissipam num dia solarengo e de esperança. Temos de analizar este regresso com muita cautela, não com desconfiança ou malícia (como o fazem alguns pseudo-comentadores e políticos nacionais), mas sim com espectativa e objectividade.A verdade é que nos últimos tempos a direita emergiu na sua crise mais profunda, desde o 25 de Abril, uma crise que só alimenta o egocêntrismo e cegueira demagógica do nosso Primeiro-Ministro. O Governo, por mais manifestações que se façam, por mais contestação e desespero que as suas medidas causem nos cidadãos, sente-se, por falta de uma oposição consistente que dê voz ao descontentamento, legitimado para fazer o que bem quer e lhe apetece! E sob pena desta "pseudo-democracia" descambar para uma ditadura em que Sócrates, impõe a sua vontade a todo um povo, que nada pode fazer contra esta democracia cada vez mais de fachada e contra uma sociedade pluralista e de direito moribunda.
Outra evidência, é que Ribeiro e Castro por muito correcto e políticamente integro que seja, porque o é, não tem o mesmo gabarito politico-populista de Portas. Essa é uma verdade demais evidente. Correndo o risco de o CDS/PP desaparecer, ou reduzir-se a uma representatividade irrisória, é necessário que aguém pegue no partido e o transforme num partido de direita, mas num partido de massas; pois a triste verdade é que actualmente, a não ser numa ditadura, não são as elites que decidem dos destinos deste país.
Acordando, em que a direita é importante e necessária para a saúde da nossa pseudo-democracia e para equilibrar um rumo que, no nosso país, tem sido demasiado esquerdista, Paulo Portas torna-se assim necessário!
Por muito que não se goste dele, por muito que haja para criticar na sua actuação política e na sua figura (como o novo estilo pintas, do solário e do blaser sem gravata), Paulo Portas é um grande político e mais do que isso, um convicto homem da direita portuguesa, sem medo de dizer o que pensa ou criticar o que se deve criticar, como a nossa constituição em grande parte marxista vinda do PREC... O homem certo e mais do que isso possível, para este momento difícil e conturbado do CDS e da direita portuguesa!
terça-feira, março 13, 2007
"Boneco"
9. Zé Milho- Cantor e morango. Pseudo-fashion, com roupas cujo adjectivo mais delicado para as qualificar é de estranhas, é provavelmente uma das maiores personagens que andam neste país, tirando claro uma honrosa excepção ou outra. Tem um cabelo invejável, e já foi mesmo, segundo o que diz, abordado pelos caça-talentos da Loreal. O seu vocabulário, segundo um estudo oficial do Guiness, é de apenas 36 palavras, entre as quais temos pérolas como “bué fixe”, “curte a cena”, “buga lá”, entre outras usadas indiscriminadamente em qualquer frase, sobre qualquer assunto, em qualquer lugar; com total desrespeito pelas mais elementares regras gramaticais, chegando mesmo à beira da criação de uma nova linguagem. Tem uma banda com um gajo estranho e escurinho de rabo-de-cavalo, outro que tem cá uma vozinha e ainda outro, cujo estilo também é de gosto duvidável e o nome rima com “não sei porquê”. Com os restantes elementos de uma conhecida “série de ficção” (como a TVI gosta de chamar, às novelas que são mesmo mesmo más), forma uma classe de portugueses à parte – Os moranguitos. Ele e os seus compinchas, enquanto fingem que sabem cantar e têm sucesso numa faixa etária que não termina aos quinze anos, tentam formar a juventude, ensinando-lhes várias coisas, entre as quais: “Ser rebelde compensa (aliás o nome da novela é sujestivo)”; “A vida é praia e passar todo o santo dia num café, ou num bar”; “Há sempre uma gaja boa e tarada para cada um”; “É normal acabar o 12º com 25 anos”.
sábado, março 10, 2007
"Parvo"
8- José Pacheco Pereira – Comentador Político e “Bloguista”. As suas verdades são tão verdadeiras, como as visões de um velho motoqueiro na Mimosa depois de levar na conta às três da tarde seis bagacinhos! Secretamente tem a pretenção de influenciar o rumo do país, através da sua “lei” que debita na sic notícias, no seu blog ou no público – É o que poderíamos chamar, analogicamente, de político de bancada, pior do que o político de tasco. Ex-MRPP, tal como outro ilustre político português que arranjou um belo “tacho” em Bruxelas, fugindo de Portugal mais depressa do que um emigrante africano foge dos tubarões quando a sua jangada afunda (por excesso de passageiros) a caminho das Canárias, também ele roubou mesas e cadeiras da Universidade de Lisboa, saneando pelo caminho alguns Professores que, segundo ele: “Eram uns cortes, e não deixavam o pessoal curtir as trips”. Depois disso filiou-se, num dos dois únicos partidos que admitem qualquer “bicho careta”, desde que diga uma parvoíce ou outra no jornal nacional da TVI, ou em alternativa, semanalmente no público.
quarta-feira, março 07, 2007
Vozes de burro, ...
Hoje foi publicado um relatório, assinado pelo Departamento de Estado Norte-americano, no qual se tecem duras criticas em tom acusatório ao sistema prisional e policial português, no domínio dos direitos humanos. A minha primeira reacção foi rir-me, e como eu me ri! Mas logo depois, no momento imediatamente a seguir, senti-me inundado por uma revolta que de tão escandalizada gritou: Com que direito estes ignorantes, este povo inculto com menos de 200 anos de existência, questiona a aplicação dos direitos humanos no nosso país, quando anualmente executa uma ou duas centenas de presos??? A reacção do Estado Português, a meu ver, afirmando apenas que Portugal não reconhece qualquer legitimidade ao governo dos E.U.A para avaliar a aplicação do direitos humanos no nosso país, reconhecendo-a sim às organizações internacionais competentes, como a O.N.U., foi demasiado diplomática. Está na altura de os Estados Unidos pararem de pensar que “querem, mandam e podem” no mundo ocidental. E está também na altura, de a Europa, seguindo o seu próprio caminho (mas um caminho próprio e não decalcado do mau exemplo americano), se afirmar como a mais promissora potência e centro de influência do mundo, reclamando a hegemonia perdida após a 2ª Guerra Mundial e não obedecendo servilmente a todos os caprichos americanos.
Muito mais teria eu para dizer sobre este tema, mas contento-me em deixar aqui algumas interrogações em jeito de indignada ironia, para quem sobre elas se quiser debruçar.
Não são os E.U.A, o auto-proclamado paladino da moral ocidental, o único país dessa mesma matriz ideológica em que ainda se aplica a pena de morte?
Acaso não é essa mesma união de estados, palco constante dos episódios policiais mais brutais alguma vez já, histórica e documentalmente, registados? Ou das piores condições oferecidas a um condenado, por uma suposta sociedade civilizada? Lembrem-se dos grandes motins em L.A., causados pela violência racial da polícia contra os pretos criminosos, ou das condições sub humanas das suas prisões sobrelotadas onde ocorrem frequentes revoltas e um sem número de crimes violentos diariamente.
Não é sob administração norte-americana, ainda que com um regime jurídico enganoso, que se encontra o talvez único local conhecido do mundo democrático e desenvolvido, onde ainda se pratica a tortura e um sem número de práticas cruéis e bestiais, em seres humanos privados do direito a uma defesa, privados da sua liberdade por tempo indeterminado, privados diariamente da sua dignidade e identidade, atirados para uma cela estudada para infligir dor e sofrimento, até que sejam levados ao desespero, estes seres juridicamente inexistentes!?
Se há coisa que falta em Portugal é um pouco mais, de justa, violência policial! Ao invés, insistimos em condenar policias e militares que usaram as suas armas, e com isso provavelmente preservaram a sua e a nossa segurança, soltando os “pobres” criminosos que foram, “coitadinhos”, agredidos quando estavam a praticar algum ilícito. È por essa e por outras, que em certas áreas a policia já não entra, ou muitos agentes se abstêm de agir, colocando a segurança dos cidadãos em risco de se tornar – Coisa do passado!
Quanto às prisões, bem, comparando com muitas das instituições prisionais americanas, são hotéis de 5 estrelas, onde há muito mais conforto, condições, menos criminalidade, mais apoio e mais “simpatia” da parte dos guardas.
terça-feira, março 06, 2007
"Titi light-diet"
7. Margarida Rebelo Pinto - Além de ser a, hummmmm, “melhor” escritora que este país já conheceu, pouco mais há a dizer. “Penetra” em todas as festas do José Castelo Branco, gosta de escrever sobre a etiqueta e sobre a classe social que nunca conheceu, graças aos seus pais comerciantes ambulantes de feira. Diverte as mulheres-a-dias com os seus romances leves, próprios para ler em auto-carros com destino à picheleira ou nas filas intermináveis numa repartição de I.R.S. quando se trata de pagar o tal imposto anual. Está muito orgulhosa da sua obra literária e só espera vê-la, um dia, nas salas de espera de qualquer cirurgião plástico com consultório em Cascais - Séria concorrente ao prémio Nobel, não fosse o parvo “pé-descalço” do Saramago o primeiro “português” a levar um para casa. Não a incomodam as acusações de vazio, de plágio, de falsidade, mesmo as que provêm da caturreira dos tribunais, ou das caracterizações das suas personagens que classifica apenas como: “Maçadas…Não há coincidências!”
domingo, março 04, 2007
Um fim-de-semana diferente
Devíamos ser à volta de 30 pessoas, pais, filhos e amigos de ambos, portanto as refeições eram feitas em conjunto e os atrasos mal vistos. O dia começava cedo já que o pequeno-almoço terminava as dez horas o que inicialmente me irritou bastante mas se revelou bastante produtivo porque notei que quando começamos o dia mais cedo ele parece mais longo e sobra-nos tempo para tudo.
Depois do pequeno-almoço cada um fazia o que entendia desde ler um livro (o meu caso), actualizar trabalho em atraso ou ir à vila tomar um café; até que a hora de almoço em que nos voltávamos todos a reunir à mesa ora na casa principal ora numa casinha de piquenique, perto de um rio que faz fronteira com Espanha, denominada de Latas. À tarde organizavamo-nos em grupos à escolha e variáveis ao longo dos dias, para um passeio a pé em que cantávamos canções intemporais ou as mais recentes dos nossos iPods, nos perdíamos no meio do nada, riamos, contávamos histórias e eu paralelamente aproveitava para tirar fotografias, uma das coisas que mais gosto de fazer principalmente das paisagens fantásticas e ao mesmo tempo tão simples e pacificas que fui encontrando. Voltávamos para casa onde nos esperava chá com limão e torradas quentinhas, roupa limpa e sofás para descansar. Até à hora do jantar havia ainda tempo para um passeio junto à casa, um filme na televisão, um jogo de cartas ou uma boa conversa.
Depois do jantar era o tempo mais enriquecedor. Aos pais acomodados na sala grande muitas vezes nos juntávamos nós, filhos, para resolver enigmas indecifráveis e jogar jogos de perder a rir dos tempos em que a televisão não existia para aprender que os pais às vezes são surpreendentemente divertidos e descontraídos.
Cada um se deitava à hora que entendesse mas entre o deitar e o dormir havia sempre partidas e conversas de quarto em quarto e camarata em camarata que muitas vezes saudavam a madrugada.
No último dia foi com pena e já saudade que todos nos despedimos e agradecemos à anfitriã um fim-de-semana que da previsão de uma “seca” passou a fantasticamente diferente.
"Frutinha Camarada"
6. Odete Santos – A Ex-menina d’ouro da Assembleia da República, três vezes capa na revista “Gordura é formosura” ou na revista “Camaradas que Lenine teria arre-finfado”. È a campeã de presenças consecutivas da festa do Avante, e personagem controversa em todos os debates da Assembleia da República, mesmo que seja sobre se a paragem de autocarro de Santa Cruz provoca perigosos danos à população nativa de operários, ou não. Quando à votações, há o lado do sim e do não, mas esta excelsa deputada propôs a criação do lado “Sou do contra, queres peixeirada???”. Participante no “Dança Comigo, se bem que no fim tenha confidenciado: “ Eu preferia ter dançado com o camarada Fidel, eu sei que ele está com reumatismo, mas mesmo assim melhor do que dançar com o esqueleto semi-pôdre do camarada operário Jerónimo, ou com aquele grande parvo, do gato fedorento!”
quinta-feira, março 01, 2007
A grande estupidez dos portugueses
Herman José, António Variações, José Mourinho, Pinto da Costa, António Champalimaud, Belmiro de Azevedo e a lista podia continuar.
Terão sido (ou são), estes homens fundamentais para os destinos do nosso país? O que os portugueses não perceberam é que este concurso serve para eleger os “Grandes Portugueses”, não aqueles que gostamos mais, não os que achamos que são bons ou os melhores no que fazem.
Tomemos o exemplo de José Mourinho, admiro- o bastante mas, ao contrário de outros, tenho capacidade para separar as coisas e saber que ele não é sem dúvida nenhuma um grande português. Se não tivesse ganho o que ganhou o país teria tanto a perder como se não tivesse existido Marquês de Pombal ou Vasco da Gama, entre outros?
Alguns dos nomes referidos no 2º parágrafo, deram exemplos de heroísmo, amor á pátria, provando serem grandes de espírito e bravura, ou mantendo sempre firmes as suas convicções como Padre António Vieira, Bartolomeu Dias ou Afonso de Albuqerque?
É isto que os portugueses não conseguem destinguir, pensam nos seus preferidos (só assim se explica a inclusão de António Varições ou Pinto da Costa, entre muitos outros, nesta lista), já para não falar na sua memória curta, que leva a que mais de 60 dos 100 tenham vivido (e morrido), no século XX.
Foi este o século que melhores coisas trouxe ao país, foi este o século em que ele mais progrediu?
Não, mas devido á maior informação existente sobre ele, bem como a grande maioria dos votantes nele ter nascido leva os portugueses a votar nas pessoas que conhece melhor.
É por isto que este concurso está tão descredibilizado. A estupidez e a ignorância roçam o impensável.
Pessoalmente a minha escolha no que respeita aos 10 grandes portugueses é: D. Afonso Henriques, Afonso de Albuqerque, Vasco da Gama, D. Dinis, Santo António, D. João IV, Infante D. Henrique, Camões e Martim Moniz( completamente esquecido neste concurso, mas foi ele que se deixou entalar nas portas do Castelo de Lisboa, para os portugueses o puderem conquistar).
Haverá acto de heroísmo maior do que este?