quinta-feira, março 29, 2007

Síndrome de Down

O síndrome de Down é um tema bastante actual porém não foi essa a razão que me levou a escrever este post mas sim, conhecer, num destes fins-de-semana, a Mónica portadora desta síndrome habitualmente conhecida por trissomia 21. Descoberta por volta de 1866 por John Lagdon Down é a mais comum das anomalias genéticas (um em cada 660 nascimentos) e talvez por isso a mais estudada.
Consiste numa alteração de um cromossoma (longa sequência de ADN com funções especificas nas células). Neste caso essa alteração é um aumento para 3 (trissomia) dos 2 cromossomas 21 que todos possuímos ou melhor dizendo uma cópia e resulta num número variável de deficiências à nascença incluindo dificuldades de aprendizagem e limitações físicas. Estas pessoas tão especiais apresentam muitas vezes atrasos na fala, problemas na visão e audição mas a gravidade e mesmo a existência destas patologias dependem de indivíduo para indivíduo e do apoio que lhes é dado.
A denominação de mongolóide para os portadores de Síndrome de Down adquiriu um sentido prejurativo muito recentemente uma vez que inicialmente se devia à sua parecença com os habitantes da Mongólia.
Ao início quando soube que ia dormir no mesmo quarto que a Mónica fiquei bastante assustada porque não sabia como havia de agir, o que fazer ao dizer; mas logo no primeiro contacto o medo dissipou-se. Mónica é muito conversadora e alegre, interessa-se pelas pessoas e pelas conversas e espalha alegria. Quem convive todos os dias com ela tem a tarefa mais complicado de pôr limites, ocupa-la e a torna-la o menos dependente possível. A Mónica não tem a noção total que é diferente mas talvez seja mais fácil para ela assim não repara no sentimento de pena nos olhos dos que a rodeiam que a faria muito infeliz.
É preciso saber que estas pessoas precisam de ajuda mas não são nenhum fardo; pelo contrário são alegres, animadoras, boas amigas ou mesmo só companhia tendo apenas tem algumas necessidades diferentes e mais específicas. Para responder a estas necessidades é preciso mudar as mentalidades que ainda as acham bom objecto de gozo ou as que as olham como objecto de pena e criar instituições que as apoiem e às suas famílias para que elas se possam desenvolver o mais possível.

2 comentários:

Thomaz Vaz disse...

Gostava que fossemos todos como tu! Certamente, o mundo seria um lugar melhor...

Mariana Mar disse...

Obrigada Thomaz mas ja nem é uma questão de ser melhor porque amanhã pode ser o meu filho, o meu sobrinho, o meu primo como podem ser os teus ou os de outra pessoa qualquer