domingo, dezembro 31, 2006

Execução de Saddam Hussain





Não era para vir durante algum tempo ao blog, mas a recente bárbara execução de Saddam Hussain pede um comentário. Execução essa que até já foi espalhada pela Internet num vídeo ( que podem ver neste link - http://www.youtube.com/watch?v=jP94A6MKS9k ) que mostra Saddam a ser executado por enforcamento, enquanto reza ao Deus único e é insultado pelos apoiantes dos xiitas radicais , que devem ter sido aqueles que mais impulsionaram a decisão de condenação à morte e que no vídeo se regozijam com a morte de qualquer maneira e sem dignidade alguma dada a Saddam, na qual todos os presentes se debruçam para ver o corpo balançante de olhos esgazeados de Saddam. A forca em si deve ter sido mal construída pois houvesse um grande ruído metálico no memento em que a corda estica. A morte por enforcamento é uma morte que só comprovar a insensibilidade e crueldade daqueles que a administram. Só peço a Deus que não tenha sofrido muito…
1º-A todos vós americanos, com a mania que são “cowboys”( ou seja todos aqueles que não têm qualquer espécie de moral ou consciência, e contribuíram para o governo do déspota Bush): Who do you think you are? Were your people indicted by God himself to police the world? Do you really think you have the right to impose your view of justice to the rest of the world??? You self proclaimed human rights paladin’s, one day you shall be punished for your hypocrisy, ignorance, and greed! Because before the ultimate justice, that is God, there’s no escape. Com a desculpa de que entregaram Saddam à justiça iraquiana, tentam excluir responsabilidades na sua execução por um método tão barbárico como o enforcamento, mas a verdade é que se defendem os valores da justiça e dos direitos humanos, poderiam ter retirado Saddam do iraque e entregá-lo ao Tribunal Penal Internacional para que aí sim prevalecem-se os valores ocidentais que dizem defender...
2º- Tenho ouvido muito nos últimos dias a opinião, de que quem era contra a execução de Saddam era insensível aos crimes que tal pessoa cometeu. Este argumento não podia estar mais errado e só demonstra a ignorância de alguns. Sim Saddam era um monstro. Matou sem misericórdia centenas de Curdos, rebeldes no seu território apoiados pelo Irão e outros países muçulmanos radicais, mas ainda assim seres humanos, cujo direito à vida é portanto inalienável e deve ser portanto protegido a todo o custo, castigando severamente a violação (sempre, a não ser em casos muito excepcionais, injustificada) do mesmo. Saddam merecia ser julgado, merecia um castigo pelos crimes contra a humanidade que cometeu, a justiça assim o pedia. Não que com a sua condenação a justiça (entendida como ordem objectiva a realização do justo ou iusto summ, dando a cada um o que é seu) fosse reposta, pois uma vida humana jamais é recompensável. Mas a sua conduta, para que não houvesse uma grave perturbação na ordem e paz social, para cujos fins do direito se orientam rectamente, era necessário um castigo. Acima de tudo era necessário o afastamento do perigo que tal indivíduo representa para a sociedade, ou através da sua reeducação ou através do restringimento da sua liberdade de acção, o que facilmente se conseguiria com a pena de prisão perpétua! Se a regeneração de certas pessoas é considerada impossível por muitos, condenavam-no a prisão perpétua. Para mim é sempre possível o arrependimento e a redenção, pois o homem é fruto da sua razão mas também das circunstâncias, e nenhum ser humano, mesmo nenhum é feito de mal puro…as suas acções têm sempre uma causa, e uma justificação, independentemente de esta ser objectivamente errada ou não. Mas não será o encarceramento vitalício castigo mais do que suficiente? Algum de nós pode imaginar sequer o que deve ser, ficar privado de um dos maiores dons que Deus nos deu, o dom da Liberdade, até ao fim dos nossos dias? Passar o resto da nossa vida numa cela iraquiana, sem esperança de um dia sair, sem nada a que nos agarrar, contemplando nos nossos erros por toda uma perpetuidade? Ninguém se pode arrogar do direito sobre a vida de um outro ser humano. Sob pena de todos os nossos valores ruírem, esse valor, o respeito inviolável por esse maior entre todos os direitos, deve ser defendido como o direito de cada um a existir independentemente de todos os condicionalismos. Direito esse que é inseparável da pessoa humana, pois é inerente à sua condição, e por se tratar da sua vida única e irrepetível, condição essencialíssima da sua existência e realização terrena. Direito do qual derivam, todos os restantes direitos e do qual a nós não nos compete dispor. Se não reconhecemos este Direito aos outros, não reconhecemos nenhum direito ao ser humano enquanto tal, sendo então todos os direitos fruto de privilégios e condicionantes socio-políticos; mas se o reconhecemos, como fruto da mera existência corpórea humana, temos de o entender na sua verdadeira essência, na verdade constante do seu carácter indisponível e apartado de todo a arbítrio humano – o primeiro de entre todos os direitos.
Os E.U.A., que se julgam detentores da verdade, procurando impor o seu domínio económico, sob uma fachada de paladinos do Bem, vão acabar por serem vítimas dos seus próprios erros. Da sua própria hipocrisia, que enquanto proclamam os valores da justiça, do estado de direito e dos direitos humanos, executam prisioneiros depois de julgamentos que decorrem como farsas “para inglês ver” ou nem isso, no caso daqueles alegados “terroristas” que de vez em quando aparecem mortos depois de uma operação militar (mais conhecida por bombardeamento ou ataque surpresa cobarde), e torturam indiscriminada e alegremente prisioneiros que nem direito a julgamento ou direitos perante a lei têm… É isto uma amostra do desenvolvimento? Do Bem que todos deveríamos almejar para as nossas sociedades? Que acabe a conivência da comunidade internacional para com o neo-imperialismo americanos e a sua distribuição de justiça vingativa (baseada no olho por olho, dente por dente” - lei de Talião) de uma vez por todas! Que se oiçam os apelos daqueles que lutam pela vida humana, sob toda a sua forma ou condição, e se acabe com esta visão retrógrada do querido valor da iusticia que custou tanto a conquistar para a sociedade ocidental, para que se construa cada vez mais uma ordem e paz social verdadeiras assentes no respeito e solidariedade entre todos os países e todos os Homens.

domingo, dezembro 24, 2006

Um Santo Natal

Queria desejar a todos e às vossas famílias um Santo Natal e um bom ano novo. Durante algum tempo não vou poder publicar nada, mas espero que continuem, ou começem se for caso disso a deixar a vossa contribuição para a discussão destes assuntos tão importantes da nossa actualidade. Porque é isso mesmo que se pertende com este espaço, um espaço onde todos podem deixar a sua voz crítica e a sua opinião sobre estas discussões fracturantes da sociedade portuguesa e global...

sábado, dezembro 23, 2006

Iluminações de Natal

Cada vez mais as iluminações de natal são iluminações que nada têm a haver com o espiríto de Natal em si, não existe nenhuma ligação entre esta data tão importante e os enfeites das ruas e árvores.
Apesar das ilumicações serem de motivos laicos que apelam ao consumo, não é isso que mais me errita( pois posso viver bem com isso, apesar de achar um oportunismo por parte dos comerciantes e do governo), mas sim o facto de elas serem aos milhares!
Concordo que elas dão vida a uma cidade, tornando- a alegre e festiva, mas será que não serão em demasia??
Elas estão em todo o lado, mesmo nas zonas onde o comércio é mínimo, já para não dizer ixesistente. Não será isto um desperdício de dinheiro das câmaras?
As câmaras estão todas a contas com pacivos exurbitantes, e há decertesa melhores maneiras de aplicar os rios de dinheiro que com estas iluminações são gastos.
Há uns anos para cá, o Terreiro do Paço têm por altura do Natal a maior árvores de Natal da Europa! Isto é muito giro, tirando a parte em que cada vez mais os bancos cobram dinheiro pelos cheques, transferências bancárias, ou todo o tipo de operações que exercem.
Sendo esta árvores de natal patrocinada por um banco....

A função da lei criminalizadora do aborto




Voltemos ao assunto do aborto, e correlacionemos esse assunto com o papel que as leis devem ter numa sociedade. Que papel deve ter as leis dos homens e o Direito, como ordem dirigida a um fim último, seja ele o bem comum, ou a preservação dos direitos e estabelecimento dos deveres de cada um? E que papel têm as penas criminais, na nossa sociedade? Apenas uma função retributiva, castigadora? A função de prevenção geral, admoestando os cidadãos para as consequências dos seus actos, ou particular, advertindo o condenado das consequências de voltar a praticar o mesmo crime? Uma função reabilitadora, visando a reintegração do individuo na comunidade, já desprovido das suas intenções criminosas? Ou uma função moralizadora da sociedade, uma reprovação da colectividade exprimida nas leis positivas, que estabelecendo as regras de conduta aceitáveis e as sanções para quem as violar, procuram promover a paz e desenvolvimento social? Os fins do Direito, a existência de um direito superior às leis dos homens, e portanto a possibilidade da injustiça destas e o direito à desobediência e a função das penas criminais privadoras da liberdade, são questões amplamente discutidas na doutrina jurídica desde os primórdios do direito.
Pessoalmente penso, que as penas criminais tem uma função mista e muito abrangente, podendo ser reconduzíveis a todas essas funções, consoante a natureza do crime e do agente do mesmo. Mas para mim a função mais importante, será aquela menos evidente para a maior parte das pessoas, a função de zelar pela moralização e bons costumes de uma comunidade. Se bem que em certa medida, não há senão que concordar com o grande Sr. Professor J. Baptista Machado quando disse: “Uma excessiva tutela de normas morais pelo Direito corre o risco de se converter numa tutela moral da Sociedade pelo Estado, numa tutela capaz de propiciar uma pedagogização da mesma sociedade e de promover a intolerância geral”; também é verdade que compete ao Estado, numa sociedade moderna cada vez mais hostil a qualquer tipo de profundidade ou valores, lutar por preservar os bons costumes e a paz social, através da protecção jurídica dos direitos, deveres e bens, usando das suas normas coercivas para evitar o caos e a desagregação em que a comunidade cairia, caso se encontrasse completamente desprovida de valores. A procura de um bem comum, de um desenvolvimento a todos os níveis de uma comunidade, agregada em torno de um mesmo sistema de normas não é de todo incompatível com a tutela dos direitos do individuo. Pois não nos podemos esquecer, que se a liberdade individual deve ser preservada, a liberdade de cada um acaba onde começa a liberdade do outro, e com os direitos vêm necessariamente deveres, porquanto o primeiro deles é respeitar a liberdade de outrém. O Homem vive essencialmente na sociedade e é tanto individualmente como colectivamente, que se realiza. Precisa que tanto que a sociedade na qual se integra, proteja os seus direitos e a sua liberdade, como tem com ela deveres irrenunciáveis, de modo a que todos e cada um possa usufruir dos seus benefícios e da paz que essa ordem jurídica confere. A medida desses direitos de liberdade será objectivamente igual para todos, pois o constrangimento da liberdade de cada um só é legítimo se a medida do mesmo for igual para todos. Caso contrário o egoísmo de cada um consumiria inevitavelmente a sociedade, que deixaria de ser sustentada na restrição recíproca de direitos e deveres, para passar a assentar na tirânica usurpação por alguns de todos os direitos e na exploração dos mais fracos, onde todos se tentariam libertar dos deveres para com a comunidade, que consequentemente deixaria de existir enquanto tal. A definição de Direito de Kant é disso mesmo explicativa: “O Direito é o conjunto das condições graças às quais a faculdade de agir de cada um pode coexistir com a faculdade de agir dos outros em conformidade com uma lei universal de liberdade”.
É por isto mesmo que concordo com o Sr. Professor Germano Marques da Silva quando disse: “Também é condição da própria vida democrática que na comunidade estejam bem vivos a moral e os bons costumes, o que o Direito por si só não pode garantir. Como não desculpar os delinquentes quando o cinema e meios de comunicação social convidam à agressividade, à desvergonha e escarnecem quotidianamente a moral social. Como podem ser credíveis as normas incriminadoras quando se proclama a legitimidade de certas formas de criminalidade intrínseca, como o aborto e a eutanásia? Quando os maiores criminosos são frequentemente apresentados como heróis ou vitimas?”. Lembram-se dos recentes distúrbios em Paris, causados por jovens de bairros da periferia, de que algumas destas imagens são representações?
Será por todas estas razões correcto eliminar uma lei, apenas porque as mulheres que praticam o aborto são consideradas umas perseguidas, pelos adeptos da descriminalização e pela comunicação social, que como todos vemos é sempre adepta da infâmia, da ilegalidade e da libertinagem e da liberalização face à proibição (quem sabe se por causa dos supostos “traumas” que sofreu com a censura)? Ou porque as forças de coação, como a polícia e os tribunais, são incapazes de acabar com as constantes violações à lei? Se é verdade que não pode ser o Estado a impor a moral à sociedade, verdadeira é também a sua função de polícia do cumprimento dos bons costumes e das leis positivas, que são algumas derivadas dos grandes princípios da moral e da lei natural preexistentes e hierarquicamente superiores às primeiras. Mesmo que rejeitem a existência de um ser humano, cujo direito à vida está a ser posto em causa com a legalização do aborto, e portanto cuja possibilidade de dispor da sua liberdade está a ser exterminada de raiz, o reconhecimento pela consciência humana da reprovabilidade de tal acto é incontornável. Consequentemente, dada a inegável violação de importantes princípios apreendidos pela razão, superiores e existentes independentemente da sua prescrição em leis promulgadas pelo governo dos homens ou não, a sua repressão torna-se imperativa para evitar o desmoronamento da comunidade.
Porque sem os seus valores, sem a defesa dos mesmos, sem a punição de quem os infringe e sem a reprovação social desses mesmos actos infractores, a sociedade enquanto lugar de realização do homem, através da promoção dos seus direitos não tem razão de ser. Temos claramente é de criar as condições necessárias para que a lei possa ser aplicada coercivamente, a quem infrinja qualquer disposição legal e não revogar a lei permitindo actos imorais que só levam à maior degradação dos valores, só porque os crimes continuam a acontecer e não são evitados ou prevenidos. Quem usa o argumento falacioso de que apesar de ser proibido, vão continuar a acontecer abortos clandestinos em vãos de escada por isso mais vale legalizá-lo, porque é melhor para a saúde das mulheres, como se a mulher fosse a única vitima nesta sem sombra de dúvida realmente dramática situação, não faz qualquer sentido. A lei serve nem que seja como uma indicação para os membros da comunidade, daquilo que devem ou não fazer. Serve para que aqueles indivíduos que têm a sua consciência deformada, ou indistinta a separação entre o bem e o mal, terem linhas de orientação e evitarem os actos que a infringem, prevenindo assim a deterioração do bem comum, da paz, ordem e desenvolvimento da sua sociedade. É nesta vertente, que se dá a função moralizadora da lei a conhecer. Não como impositora da moral à sociedade, mas como preservadora dos valores da moral humana. Valores que assentam na dignidade inerente a qualquer ser humano, só pela razão de o ser (uma ordem de príncipios superiores e organizadores de toda a acção humana, acção que com eles se deve conformar) -direito natural. Prevalecente mesmo contra certas vozes dissidentes dentro de si, que já não partilham erradamente desses mesmos valores e pretendem impor a sua desmoralização à restante sociedade ou sobre as leis injustas (criminalizadoras ou descriminalizadoras) e as ditaduras (da maioria ou não), que afrontam esses grandes príncipios fundamentais da nossa própria natureza.

quinta-feira, dezembro 21, 2006

Laicização, agora também do Natal




Assistimos constantemente a uma laicização, da sociedade e do mundo, feita por aqueles que consideram a religião, e tudo o que a ela se encontre minimamente ligado, como um dos grandes males do mundo. Karl Marx disse: ”A religião é o ópio do povo”. Era completamente doido. A função tranquilizadora e orientadora das instituições religiosas e das religiões em si, primeiro não é a única das suas muitas funções, e depois não é de todo negativa, antes pelo contrário, funciona como um factor de agregação e de identificação na procura de um fim comum – Uma sociedade melhor e mais justa. A exclusão do papel importantíssimo da Igreja Católica Romana, porque é esta confissão a quem tem realmente em Portugal uma expressão significativa e um significado histórico insubstituível, não será, ao contrário daquilo que muitas pessoas pensam, uma acontecimento positivo para o aperfeiçoamento da nossa sociedade.
Porque é significado de modernidade, o uso indiscriminado do argumento da “tolerância” para acabar com todas as demonstrações e sinais públicos de uma religião, ou mesmo de uma qualquer convicção. É a Liberdade de Expressão Vs igualdade e tolerância (ambas entendidas pela maioria num sentido impróprio, levadas ao extremo). Sinceramente, não sou contra nenhuma outra confissão religiosa, nem contra o ateísmo, apesar de achar este último desprovido de razão de ser, pois está diante dos olhos de quem está disposto a ver a existência de algo superior a nós, algo anterior a todas as coisas. Mas é ridículo que usando ignorantemente do argumento: -“Não queremos ofender outras sensibilidades!”, se tire da vida pública qualquer expressão do verdadeiro significado do Natal. Sim, o natal entre nós não é uma qualquer festa pagã, mas sim a celebração do nascimento de Deus feito Homem que veio ao mundo para nos salvar e morrer por nós. A nossa festa, em sintonia com a exaltação de todo o céu, pelo nascimento daquele que veio para nos salvar, revolucionando todo o mundo a partir do coração de cada um! A celebração desse Verbo feito homem, adorado por todos dos mais simples aos mais poderosos, nas condições simples do seu nascimento, é a verdadeira razão da existência do dia de Natal. Ou por acaso acham, que deve ser apenas mais uma desculpa para saciar o nosso consumismo desenfreado, mais uma desculpa para as lojas fazerem dinheiro, mais uma desculpa para todos tirarmos umas férias??? O Natal não é isso. Nem sequer é uma desculpa, para sermos mais caridosos ou mais capazes do perdão e da reconciliação; isso são qualidades que deveríamos exercer durante o ano todo, não pode ser só no Natal que nos lembramos do amor que temos para dar. O Natal é um dia de festa Católico, e assim se deveria continuar a preserva-lo, sob pena de perder o valor do seu significado, e se tornar em mais um dia vazio desprovido de qualquer valor, um entre outros tantos desta sociedade superficial. Que sensibilidades estaremos a ofender, se dissermos claramente – É isto que o Natal é, é assim que deveremos celebrá-lo. Quem não é católico, que se renegue à não celebração do Natal, à celebração do mesmo na sua forma pagã, ou pelo menos à não interferência ou obstrução à festa que este dia merece, pela proclamação do seu significado.
Notei neste triste acontecimento quando reparei, que já não existem quase cartões de Bom Natal nas papelarias com motivos religiosos, que substituíram os desejos de “Bom Natal”, tanto nos letreiros como nos cartazes e até cartões de Multibanco, por desejos de “boas festas” (em inglês, “Merry Cristmas” pela futilidade do “Happy Hollydays”), e finalmente, mas não menos grave, a ausência de todos e quaisquer motivos religiosos das iluminações de Natal Públicas (com excepção das fachadas de algumas igrejas, que negociaram essas iluminações a muito custo com a nossa desrespeitosa autarquia). Todas estas coisas são inaceitáveis!!! Estaremos nós a renegar as nossas tradições, as nossas raízes e o peso de séculos de história, apenas para apaziguar alguns “tolerantes” sôfregos e ignorantes, eles próprios uns intolerantes na sua vendetta por forçar a igualdade entre todos, sem se aperceberem que o valor da igualdade não está na procura da igualdade de facto, mas sim na preservação da diferença naquilo que é efectivamente diferente, e no tratamento justo e análogo daquilo que é semelhante… A realidade que têm de aceitar necessariamente, é que não somos todos iguais. É, simplesmente isso. Mais importante que o direito à igualdade é nos nossos tempos, o direito à diferença e à sua livre expressão, seja em privado seja publicamente.
Na realidade, os extremistas são aqueles que querem restringir qualquer sinal exterior das crenças legítimas de cada um (neste caso da maioria da população portuguesa), como aconteceu no infame episódio do véu em França. Quanto mais despirmos a sociedade dos seus valores, mais retrógrados seremos, não o contrário. E estas atitudes irresponsáveis, terão impreterivelmente de ser corrigidas caso contrário, as consequências é no nosso futuro que se reflectirão.
A única coisa que conseguem é, desagregar mais esta sociedade já de si apática e em crise, e incentivar a ira daqueles que se sentem profundamente ofendidos por estas decisões injustificadas e elas sim, verdadeiramente discriminatórias e vexatórias. Levando apenas ao aumento da intolerância e do extremismo, devido à revolta que provocam inevitavelmente no seio das comunidades religiosas. Ora exactamente o contrário, daquilo que diziam pretender alcançar… Não é irónico o Mundo e falsas as aparências das suas sociedades?

(imagens cedidas, dos poucos cartões de santo Natal que encontram, com os verdadeiros motivos do Natal em http://webcard.universocatolico.com.br/gallerybrowser.php?cat_id=4)

terça-feira, dezembro 19, 2006

Mais uma greve




Ontem teve lugar, mais uma greve dos trabalhadores da empresa Metro. Mais uma greve em Portugal. Mais uma greve, de contestação social a este governo do Sr. Sócrates. O mais impressionante nisto tudo, não é o facto de se sucederem greves frequentemente, em nos mais variados sectores de actividade, mas sim a estranha indulgência com que o governo é tratado, tanto pela comunicação social como pela opinião pública, apesar destes protestos repetidos. A explicação para esta complacência com o governo, não a consigo explicar. Em relação aos meios de comunicação social é fácil, estão nas mãos de editores, jornalistas e directores pró-socialistas ou maioritariamente de esquerda. Quanto à opinião pública e eleitorado, só posso depreender que são facilmente manipuláveis e influenciados por tudo aquilo, por todas essas operações de camuflação da triste realidade das coisas, que se espalham por esse país fora. Mas por enquanto, não é disto que quero falar.
Respondendo a um amigo meu, quem me acusou de ser incrível e um extremista, digo apenas isto: Aquilo que merece uma dura crítica minha, independentemente da possibilidade de realização destas greves e protestos (cuja justeza não me cabe a mim, agora, apreciar), é a paralisação que estas formas de luta causam no país e os seus desastrosos efeitos na nossa economia. A grave interferência, no regular funcionamento da vida quotidiana dos nossos cidadãos, assim como no decorrer normal de toda a actividade produtiva e comercial é intolerável. Não quero com isso afirmar que todas as greves, numa atitude opressora, deveriam ser proibidas. Apenas acho, que em alguns sectores de actividade, nomeadamente aqueles que se provem indispensáveis para o regular funcionamento das instituições e serviços essências, de maneira a não afectar o desenrolar da vida e actividades económicas, as greves (ou outras quebras injustificadas na produção ou fornecimento de bens e serviços) deveriam ser fortemente restringidas. Falo apenas, como é óbvio, do sector público. Pois no sector privado impera em principio a liberdade de acção, tanto dos empregadores, como dos empregados. Até de uma perspectiva democrática pergunto, qual é a coisa mais importante: Uma luta por uns quaisquer direitos laborais ou o bem-estar da comunidade, o seu direito à paz e normalidade para se poder desenvolver?
Que aconteceu à requisição civil? Se não querem restringir o direito à greve de determinados grupos, já noutros como a polícia, exército, os bombeiros e profissionais de saúde, esse direito deveria ser ou é totalmente proibido (dada a vitalidade das funções desempenhadas por esses elementos), recorram a este meio de assegurar o funcionamento dos serviços essenciais. É impopular restringir o direito à greve, tal como recorrer à requisição civil para manter os serviços a funcionar. Mas ela deveria ser compulsório para o governo, pois como se vê os transportes alternativos, aqueles autocarros ao serviço do Metro, são claramente insuficientes. Já para não falar no trânsito infernal, que toda esta situação causou. O que não deveria acontecer num país minimamente civilizado e desenvolvido, era sim este caos, esta desordem causada por uma interrupção inaceitável do fornecimento de serviços públicos às populações. Se existem já formas de resolver e evitar, toda esta situação, usem-nos. É esse um dos deveres do governo de um país – zelar pela ordem e bom funcionamento dos serviços, que presta aos contribuintes.

segunda-feira, dezembro 18, 2006

45 anos desde a ocupação dos territórios de Goa, Damão e Diu



Na data em que faz 45 anos, desde a invasão ilícita e odiosa perpetrada pela União Indiana escrevo este post. Não pretendo invocar o vosso saudosismo, dos tempos em que Portugal era de facto grande, por muito legítimo que isso seja. Pretendo apenas e só, que de uma vez por todas a verdade seja reposta e o povo português tome conhecimento da verdadeira realidade dos factos. Durante décadas, têm feito uma lavagem cerebral há opinião pública, todos aqueles que invocando “nobres ideais” esgrimem os argumentos da liberdade e da auto-determinação dos povos, tentando que nos esqueçamos de todas esta tragédia, apenas para camuflarem os verdadeiros motivos por detrás da desonra da descolonização; meramente para esconderem a triste realidade dos factos praticados depois do 25 de Abril, a verdadeira história da rede de interesses e actividades ilícitas que estiveram por detrás da compra da independência feita pelas milícias terroristas africanas a alguns corruptos dirigentes revolucionários e pós-revolucionários (do que afirmo, tenho provas testemunhais que envolvem não só Almeida Santos como Mário Soares esses traidores da pátria, que não mereciam senão estarem presos e bem presos). Mas onde a história começou foi em Goa, Damão e Diu, bocados de Portugal encravados na Índia recém independente do Império Britânico, ainda durante o Estado Novo. No dia 18 de Dezembro de 1961, tropas da União Indiana ao comando do governante o Sr. Pandit Jawarlal Nehru, que se dizia discípulo de Ghandi e “supostamente” um pacifista, entram em confrontos com as forças indo-portuguesas estacionadas nos territórios. Estas apesar dos valorosos esforços, devido à sua esmagadora inferioridade numérica, ao seu reduzido arsenal e escassez de meios e mantimentos rendem-se no dia seguinte no decorrer da tarde. Salazar há-de ficar conhecido pelo notório telegrama que enviou ao governador, incitando à resistência histórica, pois para os territórios fundados pelo valoroso Vice-Rei Afonso de Albuquerque só estava reservado um destino – A pertença ao Mundo Português. Implicasse isso, uma vitória memorável ou uma derrota corajosa. A verdade foi que era totalmente impossível à metrópole enviar reforços em tão reduzido tempo, não dispúnhamos dos meios nem dos recursos para nos envolvermos numa luta de resistência, por muito digna e legítima que ela fosse.
Temos de ter em conta o contexto da época, ou seja o começo da apelidada Guerra-fria entre as duas super potências dos E.U.A. e da U.R.S.S., em que cada uma lutava pela supremacia do mundo e pela disseminação da sua ideologia (liberalista por um lado, comunista pelo outro). Não vou agora falar do hipócrita papel que tiveram nas guerras de guerrilha nas províncias ultra-marinas (fica para outro post), mas a verdade é que cada uma apoiava com armas, logística e fundos, lunáticos revolucionários que pretendiam a separação dramática desses territórios das antigas potências do “velho continente”. Tendo em vista a criação de governos fantoches, regimes satélites que fossem ou pró-ocidentais ou pró-comunistas. Ignorando o verdadeiro direito à auto-determinação, passando por cima da própria vontade popular, exercendo pressão e medo, assim como campanhas de propaganda falaciosa sobre as populações, enganando tudo e todos sob falsos pretextos e falsas intenções. A situação Africana e Asiática actual, é da directa responsabilidade do Kremlin e da Casa Branca, e um dia por isso irão ser julgados. As coisas horrendas e o mal que fizeram, e cuja possibilidade de acontecer provocaram (guerras civis, fome, corrupção, sub-desenvolvimento, exploração, etc….) com as suas disputas de poder (um, de direito próprio, chamado neo-colonialismo) irão um dia ser contabilizadas na sua responsabilização, ou assim o espero…
Ainda assim, Portugal pediu a intervenção das Nações Unidas. Estes territórios eram de facto, territórios legitimamente administrados por Portugal, de acordo com a Resolução 1542 (XV) desta mesma instituição internacional. Apesar disso a União Indiana, ignorando e desprezando publicamente as Resoluções da Assembleia-Geral das Nações Unidas 1414 (XV), 1541 (XV) e 1542 (XV), lança uma vasta ofensiva militar contra os territórios soberanamente governados por Portugal. Um grande Sr., o Professor Quincy Wright, afirmou nessa altura que a então paralisia dos Estados membros, o seu implícito apoio a esta acção violenta através, da abstenção de agir concretamente ou tomar medidas mais severas que uma mera resolução de advertência do Conselho de Segurança, foi o fim da O.N.U.. A partir desse momento, quando a União indiana agiu desrespeitando a vontade da Assembleia-Geral, todas as regras de direito internacional, e a própria Carta das Nações Unidas, não sendo por isso penalizada e a sua conduta corrigida, a O.N.U. perdeu a sua dignidade e poder. Para passar a ser apenas, aquele marasmo de hipocrisia e aparências que é hoje em dia. A partir desse momento, deu-se o falhanço total e completo de mais uma tentativa, de mais uma organização, para a defesa da Paz entre os Estados do mundo.
Não falo como colonizador. Falo, como irmão dos nossos concidadãos desses territórios injustamente ocupados! Não me julgo superior, nem me julgo no direito de por eles pensar. Mas por acaso a sua opinião foi tida em conta, aquando da independência? Será que a queriam? Será que queriam a auto-determinação? Ou mesmo, a autonomia? A sua subjugação à União Indiana foi, isso sim, feita por interesse. E desde então, o Estado central tem criminosamente levado a cabo uma encoberta batalha de destruição da identidade própria dos povos destes territórios, tentando destruir as suas influências, as suas tradições, as suas heranças e legados histórico-culturais. Recomendo a visita a estes sítios, para que possam constatar a indignar de muitos indo-portugueses com a anexação pela União Indiana destes territórios: http://www.geocities.com/prakashjm45/goa/?200619 e http://www.goancauses.com/. Não foi visível o seu sentimento na altura do europeu de futebol? Como dizia, talvez um dos maiores portugueses de sempre “A minha pátria é a língua portuguesa”. São portugueses de alma e isso, ninguém pode apagar.
É tempo de acabarmos com esta vergonha. De pararmos de ignorar. De reunirmos esta grande pátria! As injustiças têm de ser combatidas e os responsáveis responsabilizados. As nossas heranças, o nosso passado e património nunca serão esquecidos, por muito que tentem. E um dia, o futuro, a história e os portugueses providenciarão para que se faça justiça!

domingo, dezembro 17, 2006

Série de conferências nos Jerónimos


Deu-se ontem nos Jerónimos a abertura de uma série de conferências e workshops, subordinadas ao tema "O Estado Social e as suas funções", organizada pela revista Nova Cidadania. Esta iniciativa vai contar, com a participação de ilustres personalidades do campo da política, ecónomia e direito. Pertende-se com a organização destes encontros, discutir e defenir as prioridades e funções do Estado, após a já quase unanimemente considerada falência do modelo de Estado social.
Como já tive oportunidade de referir, esta discussão é das mais pertinentes actualmente e das que carece de uma solução mais imediata. O Estado social há muito que entrou em crise, e é demais evidente que assegurar todas as funções sociais que o estado moderno chamou a si após a Segunda Grande Guerra se tornou incomportável, ainda para mais atendendo aos especiais condicionalismos materiais e económicos do nosso país; portanto a redefinição das funções que queremos que o Estado desempenhe, e aquelas que ele mesmo tem efectiva capacidade para desempenhar, torna-se imperativa. Só então se poderão efectuar todas as reformas profundas, que o país necessita e que o Sr. Sócrates tem vindo a fazer de qualquer maneira e muito superficialmente, nomeadamente a mais urgente - a da Função Pública.
Como de custume neste País, as reformas são mais fogo de vista do que outra coisa, e todas as reformas deste executivo irão-se mostrar insuficientes ou mesmo fúteis na modernização e enriquecimento de Portugal. Com efeito, como se pode discutir que funcionários públicos despedir, quando não se sabe: que organismos são necessários, que repartições são precisas para atender às populações, que serviçoes deve o Estado prestar ou entregar à actividade privada, etc....
A entrada é gratuita. Aconselho vivamente a activa partcipação nesta discussão, tão importante para o nosso futuro, e principalmente par o futuro das gerações vindouras. Se não queremos que o nosso País continue na cauda da Europa, cada vez mais próximo da bancarrota (Em constante déficite desde o 25 de Abril, com alguma atenuação nos governos do Sr. Professor Cavaco Silva), temos de acreditar no serviço público, entendido como a vontade de cada um de nós em contribuir para a melhoria do nosso modelo de Estado e governo, com as nossas críticas, ideias e acções. Participem nesta discussão!!! Nem que seja comentando este post, ou outro qualquer neste blog que desperte a vossa atenção, vontade de debater, de se expressar e de construir.

sábado, dezembro 16, 2006

Parem de nos Perseguir!

Costuma- se dizer que em cada português há um treinador de bancada, e concordo com essa posição.
Há em cada um de nós a convição de que: devia jogar o jogador "x", em vez de "y", de que aquela táctica se adapta melhor as caracteristicas desta equipa, ou que fazemos melhor que aquele jogador.
Concordo com tudo isto e não são raras as vezes em que estas ideias me passam pela cabeça, pois cada um de nós tem livre- arbitrío e é livre de pensar da maneira que se quiser.
Como bom treinador de bancada gosto de justificar as minhas posições e fazer os meus amigos amigos acreditar nas minhas escolhas, só não gosto é que exista o hábito de haver gente que diga mal dos "treinadores de bancada".
Se há quem comenta a vida de terceiros, por que é que não se pode conspirar contra determinada táctica?
Um treinador de bancada está no seu pleno direito de prostetar contra as decisões do treinador e também do árbitro, pois está plenamente convecido da sua razão!
Espero que em Portugal se deixe de perseguir esta parte integrante da sociedade portuguesa, pois ela contribui para uma troca de ideia e opinões, estimulando uma boa discução, embora que ás vezes possa não acabar da melhor maneira.

sexta-feira, dezembro 15, 2006

Juan David

Outro dia estava a passar por um site desportivo qual não é o meu espanto quando vejo uma notíca que fazia referência a um míudo colombiano de apenas 5 anos, Juan David, que já foi sondado, entre outros clubes, pelo Barçelona, Ajax e River Plate.
Este míudo é tal como muitos outros da sua idade, de origem humilde tendo nascido no bairro de Barranquilla e ao que parece começou logo a deslumbrar aos 3 anos, quando ainda mal falava.
A todos os que quiserem comprovar esta notícia vão a este link: http://www.sportugal.pt/noticia.php?noticiaID=12384 e vejam por vocês prórprios.
Apesar das inequívocas qualidades deste míudo a sua história pode tornar-se igual á de tantos outros, que por não terem quem lhes assegure um crescimento estável, com os pés assentes na terra acabam por perder- se ainda sem chegarem aos 20 anos. E os que por esta idade passam é lhes difícil chegar mais longe, pois têm todo um mundo que os pressiona a serem os melhores, pois sempre foram vistos como sendo os melhores, uma nova promessa, o novo maradona e acontece que acabam por desiludir e são escorraçados para um qualquer clube secundário.
Estes míudos são contratados bastante cedo pelos grandes clubes europeus e não são raras as vezes que ficam pelo caminho, por falta de adaptção devido ás mais variadas situações, como as saudades da família, a não integração no clube, ou a lenta adaptação ao estilo de futebol praticado nesse clube.
Para um jogador conseguir passar por isso é necessário ter muito apoio familiar, do empresário, do clube e são raros os jogadores reunir estas condições e manter a fasquia alta.
São estes jogadores, os que mantêm as expectativas elevadas que acabam por se tornar nos melhores do mundo. Temos por exemplo os casos de Andersson (o novo Ronaldinho), Ronaldo, Messi, entre outros.
Para além destes há também os que começam por baixo chegando ao patamar mais alto do futebol mundial como os casos de Deco(rejeitado pelo Benfica e integrado no Alverca) ou Ronaldinho (começou no PSG, um clube relativamente modesto) ou Cristiano Ronaldo.
Por alguma razão estes jogadores são considerados dos melhores do mundo; porque conseguiram sempre superar as adversidades e sempre lidaram (relativamente) bem com a pressão.
Porém acontece que ela nunca chegou tão cedo como chega agora a este jovem de apenas 5 anos!
O futebol está cheio de cados de jovens que acabam por se perder aí em qualquer esquina do sub- mundo.
Espero que para bem do futebol Juan David seja mais um caso de sucesso, e tenha sempre ao pé de si uma estrutura estável que lhe permita tomar as melhores decisões para a sua carreira, não defraudando as expectivas postas em si e chegando quiçá a melhor do mundo.
Que Juan David seja um bom e não um mau exemplo do que se deve fazer e as quais as condições necessárias para chegar onde chegou.

Visão "modernaça" da convicção cristã


O Santo Padre Bento XVI, disse um dia que na sociedade superfecial e materialista que temos hoje a religião é vista como um fardo, quando deveria isso sim, ser vista como uma fonte de aleria e tranquilidade para os homens. A cada dia que passa, essas palavras representam melhor a triste realidade do nosso mundo. Este mundo ateu induzido nas nossas mentes ao longo de décadas de propaganda anti-religiosa, crença desmensurada nas maravilhas da ciência e por um violento laicicismo forçado de toda a vida pública, não gera em mim só por si uma indignação tal que eu precise forçosamente de o críticar. A religião sempre foi e sempre será, uma escolha pessoal. As escolhas que fizémos no passado, e o afastamento da Igreja (de que a perda de influência no protocolo de Estado, decretada pelo Sr. Sócrates, é um exemplo) de quase toda a vida pública foi um erro, e como tal deveria ser remediado; quanto à crença na plenitude da ciência, na capacidade de com a ciência se explicar todas as coisas do Universo, do príncipio ao fim dos tempos, dos micro-organismos à perfeita complexidade do Homem começa a entrar em decadência, depois do seu apogeu no século XIX após a revolução industrial. O povo que por vezes aparenta ser mais ignorante do que aquilo que realmente é, começa naturalmente a aperceber-se de que a ciência não é nem pode ser a solução para todos os problemas. O seu lugar é apenas, o de mero instrumento na realização humana ou se quisermos, o de simples auxiliar do Homem.
O que suscita esta minha crítica, é porém a mentalidade, que tenho visto cada vez mais representativa no espírito actual, mentalidade essa que vê na Igreja e no ser católico um fardo, uma atitude antiquada e ultrapassada que representa um acréscimo de maçadas, numa socieade que opta claramente por buscar insaciavelmente, o prazer intenso e momentâneo em deterimento da satisfação gratificante e verdadeira que só advém com trabalho árduo, dedicação e entrega. A única capaz de prefazer inteiramente o ser humano, dando-lhe uma felecidade duradoura que provém dessa completude atingida e mantida a muito custo, mas mil vezes mais significativa para qualquer alma sensível com um mínimo de profundidade.
Acaso não percebem, que tudo isso é efémero? Que tudo isso desaparecerá, da mesma forma repentina com que chegou, não deixando nada para trás? Apenas vazio...um grande e solitário vazio. Se há uma coisa que aprendi na vida, foi que as coisas que dão mais trabalho a conseguir, aquilo que é mais dífil de alcançar, porque se nos apresenta como intangível ou requer dor, sofrimento e tempo, são as coisas que valem mais a pena e aquilo porque vale a pena lutar. Sei que neste nosso mundo é díficil de conseguir explicar isto. Numa terra, onde cada um luta por mais um euro, um lugar mais acima na tabela do consumismo ostensivo e supérfulo, passando por cima de tudo e de todos para comprar porcarias que não precisam, nem verdadeiramente querem; neste lugar despido e privado de todos os valores superiores, em que se deveriam assentar as nossas vidas, um baile de máscaras onde impera a falsidade, a hipócrisia e o egocêntrismo (ou egoísmo), qualquer proposta de uma felicidade através da total entrega da nossa vida, deve parecer pouco apelativa. O caminho fácil é sempre o mais tentador, mas é para o fim desse caminho que devemos olhar! A grandeza de cada um, vê-se naquilo que de verdadeiramente importante alcançou. Ora as coisas que realmente interessam, não se compram, não se tiram - conseguem-se, e são extremamente difíceis de se conseguirem e depois de se conservarem, assim a felicidade e por exemplo, o amor.
Não me cabe agora entrar na questão, da falta de lógica e sustentabilidade da visão ateia do universo. A religião e a descoberta do caminho verdadeiro que a fé cristã (partindo dos ensinamentos de Cristo) transmite, é um processo individual e um encontro, que para ser autêntico, terá de ser iminentemente livre e pessoal. Não caiam é na ignorância de dizer que, nesta sociedade "modernaça" a Igreja já não faz sentido. Deus não morreu. Está é constantemente a ser esquecido. A Igreja impõe deveres, não por capricho ou prepotência, mas para indicar aos que procuram a verdadeira felicidade terrena e espiritual um caminho, que em última análise vão ter de ser eles a querer e desejar precorrer. É isso que a Igreja é: um susteto um alicerce, uma ajuda, um farol que nos ilumina os caminhos a precorrer. Lembra-nos constantemente do que devemos almejar, afastando de nós toda a poeira que nos cega, no meio desta confusão da actualidade. É por isto que a Igreja, e naturalmente a religião, não é um fardo mas sim um alívio; necessário para que possamos cumprir os designios da nossa vida, alcançando uma satisfação realmente saciadora, que nos engrandeça enquanto Homens.

quinta-feira, dezembro 14, 2006

Flandres vs Bruxelas

Este post não pretende criticar mas sim apresentar um insólito vivido ontem, 14/11/2006, na Bélgica.
A Bélgica apesar de ser um país por inteiro, é como estivesse dividido; de um lado estão os do norte, da zona da Flandres que falam flamengo, uma língua muito parcida com o holandês; do outro estão os do sul, que falam francês. Ambas as partes não morrem de amores uma pela outra, sendo normal sucederem- se a "troca de galhardetes" entre ambos.
Ora isto vem no contexto duma notícia,(ao jeito de Orson Welles), emitida ontem por um canal de televisão belga do sul que emite toda a sua programação em francês.
Era já de noite quando este canal, a RTBF, interronpeu um qualquer programa pa anunciar imagine- se a indepêndencia da Flandres(a parte norte) face á Bélgica como país unificado!
Mas, a missa ainda vai a metade, pois tudo não passou de uma brincadeira, que segundo um porta- voz desta estação queria "pôr na praça pública o debate que anima todos os belgas", este mesmo porta- voz diz ainda que "as pessoas acreditaram e quando lhe explicamos que era ficção, algumas diziam que é um escândalo, outras ficaram tristes, outras contentes".
Esta situação é no mínimo caricata e insólita, e espero sinceramente que não tenha versão Portuguesa.

quarta-feira, dezembro 13, 2006

Estado de Insegurança




Quais são as soluções para resolver o problema crescente, da insegurança que se vive nas nossas ruas? Acho sinceramente, que todos temos noção do que é preciso fazer. O que é mais escandaloso, não é o facto de todos os dias (principalmente nas grandes cidades) ouvirmos falar de assassínios, esfaqueamentos, roubos, assaltos, agressões, enfim um sem número de violações à lei e atentados contra a integridade, propriedade e vida de repeitáveis cidadãos honestos, que com os seus impostos sustentam o herário público...Não. O mais escandaloso é, todos termos conhecimento destes problemas, todos conhecermos as soluções para os mesmos, e ninguém fazer nada! Após o 25 de Abril, sucederam-se governos ora de esquerda ora de esquerda atenuada, e ninguém fez nada. Nada mudou. Mais, tudo piorou exponencialmente.

Estive hoje com um agente das nossas forças de segurança que me disse que, os pais lhe tinham dito que nunca tinham visto tanta criminalidade "à descarada", como nos dias de hoje... depois da revolução. Mas como dizia o grande Professor António de Oliveira de Salazar: "Não confundam Liberdade com libertinagem." Aos braços da lei, das nossas polícias aos próprios tribunais, foram retirados desde então, a pretexto de um pretenço estado social de direito e de uma sociedade de tolerância, poderes e força para manterem e fazerem cumprir a paz, segurança, e tranquilidade pública.

Não me digam, que não podem fazer nada sem provas. Não me digam, que não têm conhecimento das ocorrências. Porque digo eu - Vocês mentem! Vocês sabem de tudo, não querem e fazer nada. Isto é rigorosamente verdade, pois basta andarmos de carro por Lisboa, mesmo durante uma qualuqer hora do dia bem movimentada e visitarmos os seguintes sítios: R. Maria Pia, Largo do Rossio (ao pé do Teatro Nacional D. Maria II), ruas do Bairro Alto, Intendente, etc. e abrir bem os olhos. O tráfico de droga, a prostituição, os pequenos roubos, as rixas, e tantas outras podridões humanas estão bem à vista de quem queira ver. Não acredito que esteja aqui a dar uma novidade. Toda a gente sabe isto, e portanto deduzo que sendo os senhores agentes pessoas normais (e até com um especial dever de diligência, de se informarem sobre estas coisas), também o sabem. Então porque não fazem nada? Porque que é que não acabam com isto tudo? Porque não limpam e não purgam as nossas cidades, destes degenerados? Por isso, desde há uns anos para esta parte que tenho vindo a pensar que a única resposta possível, por muito que se tente dar a volta, é que só não resolvem estas situações porque não querem. Talvez, por verdadeira indolência, mas parece-me cada vez mais que, e isto ainda mais grave é, existem interesses estabelecidos que estão a ser indirectamente protegidos e rentabilizados, pela manutenção deste estado de coisas na nossa nação.

Hoje em dia a triste realidade é esta - Alguém que use uma arma para se defender, e dê um tiro num indíviduo que a quer esfaquear, é preso. Esse mesmo agressor se sobreviver ao tiro, mesmo que tenha chegado a levar a cabo os seus intentos criminosos e provoque graves danos na vítima, será provavelmente libertado, o cidadão trabalhador e cumpridor, que tentou defender o que ganhou a muito custo (a sua propriedade) será quase certamente condenado. Um índividuo que viole a nossa filha, mesmo que seja condenado (e as provas nestes casos são muito díficeis se o criminoso tiver cuidado, ficando-se normalmente pela prova testemunhal da vítima, fácilmente refutável), é solto ao fim de pouquissímos anos de prisão efectiva, com possibilidade de atenuações ou reduções da pena. Muitos mais exemplos podia dar, mas o que todos nós temos de fazer é obrigar o governo a alterar as leis, a legislar penas mais pesadas, menos causas de desculpabilidade dos actos, redução ou atenuação das penas; dar mais força e autoridade às forças (palavra irónica actualmente) de segurança, devolvendo-lhes a dignidade e o respeito que já tiveram; deportar todos e quaisquer imigrantes que sejam condenados por um crime em Portugal, mesmo aqueles que já se encontram legalizados; construir mais prisões, em vez de aeroportos e TGV's perfeitamente supérfulos, entre outros projectos megalómanos de que o governo socialista se lembrou; apostar na prevenção dos crimes, com um forte policiamento fardado e à paisana; e principalmente, mais espaço de manobra para que a polícia possa actuar nomeadamente, mais flexibilidade nas leis para facilitar as buscas, rusgas e iterrogatórios...
O que não pode continuar, é este estado de permanente insegurança! É esta inpunibilidade que grassa entre os criminosos no nosso país, que quanto mais importantes são, mais impunes ficam os seus actos. É esta mentalidade, deturpada pela comunicação social, de que quando ocorre uma morte de um criminoso ou este é agredido, no decorrer de uma operação polícial, temos é de culpar e condenar a violência dos agentes da lei, que vai piorando as coisas. Só conseguem com que haja, cada vez menos respeiro pelas forças de segurança, e que cada vez mais se tornem comuns as agressões aos nossos agentes, até que um dia estes deixem simplesmente de actuar com medo de no cumprimento do seu devr serem responsabilizados, por actitudes mais do que necessárias. Alguém pensa naquilo que o criminoso fez? No acto desprezível que praticou contra a sociedade, para merecer ser interpelado pela polícia??? No perigo para a vida e integridade física do agente, que o bandido representava? Depois aparecem criminosos na televisão, muito chocados e indignados com a policía por esta ter disparado contra o seu carro depois de estes terem atirado uma arma pela janela fora, e terem ignorado os aviso para pararem ao longo de muitos kilómetros de estrada, feitos com uma condução perigosa que poderia ter provocado muitas vítimas em conductores inocentes, que por acaso com eles se poderiam ter cruzado...E que fazem os jornais, e consequentemente a opinião pública e os tribunais? Libertam os criminosos e prendem os agentes que agiram simplesmente, no cumprimento do seu dever. É a este estado de coisas, que chamamos de justiça???

"Eu, Carolina"

Pessoalmente nunca tive grande apreço pela senhora Carolina Salgado e desde a publicação do seu último livro, muito menos.
Esta obra literária recentemente publicada e da sua autoria, que dá pelo nome de “Eu, Carolina”, revela o seu carácter e má pessoa.
Porquê só agora estas revelações, acusações, estes arrependimentos?
Porque deixou de estar protegida pelo senhor Jorge Nuno, como gosta de chamar ao Presidente do Futebol Clube do Porto. Assim que o senhor Jorge Nuno a despachou a excelentíssima senhora resolveu vingar- se contando tudo o que sabe, ou pelo menos é o que se pensa.
Na minha opinião estas acusações são apenas uma busca de protagonismo, mesmo sendo reais e verídicas. Agora que o começava a perder resolveu arranjar uma forma de voltar á ribalta, desta vez como coitadinha, abandonada e rejeitada, ao mesmo tempo que resolve fazer declarações bombásticas implicando o seu ex- companheiro.
A atitude desta senhora é tão condenável como a do senhor Jorge Nuno Pinto da Costa, mas não nos desviemos.
Este senhora que vá Bardamerda(peço desculpa o termo, mas é assim mesmo)! Se quisesse ajudar o Ministério Público, Procuradoria Geral da República já para não falar na transparência do futebol português, que tivesse denunciado os comportamentos, encontros e conversas do Senhor Jorge Nuno, enquanto era altura, e não, vir passados 3 meses desde o fim do seu relacionamento, seis anos ao todo, contar pormenores sórdidos da sua vida em conjunto bem como as práticas do excelentíssimo presidente do F.C.P com vista a obter vitórias para este mesmo clube.
Como se pode acreditar no seu arrependimento quando esta senhora diz que o caso Apito Dourado estragou a sua relação?
Imaginemos que não tinha existido o processo “Apito Dourado” e chegamos á conclusão que esta senhora iria continuar a trabalhar a mando de tal personagem, pois o senhor Jorge Nuno não é merecedor de outro adjectivo que o caracterize, excluindo o de aldrabão, canalha, sacana, entre outros sinónimos existentes no léxico português.
Mas o senhor Jorge Nuno já foi retratado neste blog e o que está aqui em causa é a senhora Carolina Salgado.
Esta senhora que faça o que fizer nunca me fará mudar a opinião que tenho sobre ela, que espero muito sinceramente que seja partilhada pela maioria dos portugueses, pois pela totalidade sei que não é.
A excelentíssima senhora que não atire areia para os nossos olhos, pois ela é suspeita de ser a causadora de 3 incêndios, á casa do senhor Jorge Nuno, ao carro do senhor Nuno Santos(amigo e testemunha de Jorge Nuno em vários processos), e Lourenço Pinto que tem em mãos vários processos de Jorge Nuno.
Com este post, não estou a por em causa a veracidade das acusações referidas no livro, pois nelas acredito plenamente, mas sim na real motivação que levou a referida senhora a fazê- las, a altura em que as faz, e a forma como as faz, pois não tenho dúvida que está na senda do protagonismo.
E se assim não fosse, porquê este livro (que encaro como uma forma de ganhar dinheiro), e não uma carta para as entidades competentes expondo todas as acusações que faz no livro? Poupando- nos a sua vida privada com e sem a presença do senhor Jorge Nuno e todos os outros pormenores desinteressantes nele contidos. Por que não um pedido de desculpa a todos os portugueses que (ainda) acreditavam na transparência do futebol português, e também aos que não acreditavam, pois foi a factos como os agora revelados que deixaram de acreditar.

terça-feira, dezembro 12, 2006

"Eu carolina" Eu a vítima...



Não vou aqui comentar o livro de Carolina Salgado, pelo simples facto que não o li nem vou ler. De qualquer maneira, em traços gerais, como qualquer livro light ou amadoramente auto-biográfico, feito por pessoas que se dedicam a essa literatura de auto-carro e que ainda por cima, normalmente, não devem muito ao intelecto, deve ser horrível. O que quero com este post, é chamar a atenção para a constante publicação de livros escandalosamente maus, porcos (porque não há outro nome para eles) e fúteis.
Efectivamente entre Carolina Salgado e uma certa socióloga da nossa praça, que prefiro não mencionar pelo nome (Maria filomena Mónica), não há absolutamente nenhuma diferença! São ambas "alegadas escritoras", que têm prazer em polvorizar a opinião pública com as suas histórias sórdidas sob a sua vida intíma e privada, histórias essas muitas vezes de cariz sexual. Não digo que Pinto da Costa seja um santo e Carolina não devesse ter divulgado o que divulgou, digo apenas que não o deveria ter feito da maneira que o fez. Há lugares e instituições próprias, para uma pessoa que se pretende de respeito e digna, fazer as queixas criminais ou as denúncias que tem de fazer. Esses lugares, não são certamente livros públicados e lançados na praça pública.
A socióloga disse uma vez: "Há um padre em lisboa (referindo-se ao Padre João Seabra), que é um perigo para a democracia...". Pois bem eu digo - Há uma socióloga pseudo-escritora em Lisboa, que é um atentado a qualquer réstia de decência, dignidade e moral que os portugueses ainda possam ter. Além de já ter dormido com sabe-se lá quantos homens, tem o descaramento de espallhar pelos quatro quantos todos os promenores das suas experiências entre os lençois. Po amor de Deus! Ninguém decente ou culto quer comprar um livro, para saber dessas aventuras. É tão meretriz quem vende o corpo directamente, como quem conta a troco de dinheiro as suas voltazecas.


Aos que sintam essa curiosidade parva, eu posso aqui resumir a vida dela numa frase, que uma pessoa que a conheceu disse: "Essa socióloga? No ano zero, o único que fez na católica, ao fim do 1º semestre já tinha ido para a cama com muita gente. Depois disso, acho que só lhe restou ir-se embora."


Está na altura de em Portugal, se voltar a fazer uma distinção entre o que é para se contar, e o que se deve manter (até para nosso próprio bem) na esfera privada da nossa vida íntima! É por estas e por outras, que às vezes dou por mim a desejar que volte a censura e ponha um pouco de senso na cabeça oca, de quem não o tem.

Ah...e mais uma coisa: olha que não foste tão gira como pensas. Devias-te achar, devias...

Porque é que têm a mania de porem os monstros a arrastarem-se pelo chão?


Respondendo a um desafio de um caro amigo meu, aqui vai um pequeno comentário sobre esta frase que disse num cinema, após ver uma fraca apresentação de um filme de terror chamado Grundge 2. Acho rídiculo esta mania, especialmente dos realizadores do extremo-oriente, de representarem os monstros ou seres aterrorizadores (normalmente, jovens raparigas de cabelo comprido) sempre a arrastarem-se pelo chão, de uma maneira muito pouco natural!

Mas que será que lhes passa pela cabeça, quando se inspiram para escreverem os guiões destes filmes? Será que acham que os espíritos do outro mundo, ou os fantasmas das pessoas que sofreram uma morte peculiarmente violenta, se esqueceram de como se anda quando entraram no mundo sobrenatural??? Talvez, achem que se cria um maior realismo desta forma, na representação destes seres do outro mundo...ou então acham divertido ver estes seres a precorrer um corredor pouco iluminado ou a descer umas escadas, trocando os pés com as mãos e tropeçando nos seus cabelos (por falar nisso, cabelos esses que já levavam uma boa rapadela)...

Subsídios Desportivos


Recentemente, veio publicada a notícia de que o atleta Carlos Lopes, entre outros iriam deixar de receber um subsídio mensal de 1250€ atribuído pelo IDP.
Este corte feito a Carlos Lopes e a outros atletas como Aurora Cunha e António Leitão, é no dizer do Líder do Desporto de Portugal (Luís Sardinha), fruto de “um enquadramento no âmbito da prestação de serviços, pois existem vários pedidos de outros atletas para este apoio e por isso vamos analisar todos e criar novos critérios, procurando uma prestação de serviços mais activa e robusta.”
Ao proferir estas palavras Luís Sardinha disse também que “o que estava em causa não era o reconhecimento por tudo o que estes atletas fizeram pelo desporto nacional.”
Em Portugal existe a crença que tem de haver sempre subsídios para qualquer situação, seja ela uma desgraça, ou um feito, há sempre alguém que tem de ser apoiado e ajudado, mas acontece que estes casos são excepções.
Todos os atletas referidos trouxeram ao desporto e á promoção de Portugal muito mais que alguns Primeiros- Ministros, ou Presidentes da República, e os subsídios ou pensões destes últimos nunca foram postos em causa.
Carlos Lopes, por exemplo, tem uma fundação onde apoia jovens carenciados e organiza iniciativas de louvar como a “Carlos Lopes Golden Marathon”.
Penso que mesmo que os critérios sejam mudados, eles não podem excluir tudo o que estes atletas fizeram ao país, talvez eles (critérios) precisem mesmo de ser mudados, mas não excluam estes atletas, pois eles são exemplos para gerações inteiras, são dos que mais deram ao país, e sempre mostraram orgulho em ser Português, sempre se mostraram prontos para vestir a camisola Portuguesa, pois era neles que estava um país inteiro, ansioso por mostrar que não tem nada a dever a outros.
Proponho que se deixe de apoiar estes atletas apenas na condição de investir ainda mais na promoção de várias iniciativas desportivas junto de toda a população Portuguesa, não só o atletismo mas também outras modalidades.

segunda-feira, dezembro 11, 2006

"Salas" de Chuto



Recentemente uma amiga muito especial, pediu-me para comentar a banalização das salas de chuto. Primeiro nas prisões e agora ao que parece, em alguns bairros problemáticos da cidade de Lisboa. Podem dizer o que quiserem do povo que vem à televisão protestar...que são uma cambada de peixeiras, de ignorantes, de preconceituosos...o que quiserem. Mas isso não apaga o facto de que ninguém, nem eu nem qualquer um de vós, gostaria de ter no seu bairro ou na sua rua uma destas apelidadas "salas" de chuto. Não preciso de explicar porquê. Toda a gente sabe! Desde a frequência da vizinhança a piorar consideravelmente, ao aumento quiçá da criminalidade relacionada com o tráfico e consumo de droga, passando pelos exemplos e misérias da condição humana, a que expomos os nossos filhos...
Contudo o âmago desta questão, e a razão pela qual não concordo com a criação legal destes antros é simplesmente, a hipócrisia que se entranhou indelavelmente no nosso sistema judicial com a introdução desta e doutras medidas. Então é normal, que um país que criminaliza a compra e venda de droga (vulgo tráfico), banalize desta maneiro o seu mesmo consumo? Não será talvez incoerente no mínimo esta posição? Como acha o governo que um "agarrado" ou "carocho", ou até mesmo aquele consumidor ocasional, arranja o seu bilhete viagem ou o seu "caldo" da manhã? Ou muito me engano, ou ainda não começou a chover heroína e cocaína do céu! De certeza que não é ingenuidade do governo, é apenas mais uma amostra da incogruência do governo do Sr. Sócrates.
Nas prisões essa criação de um espaço, ao abrigo de "supostas procupações" sanitárias, hegiénicas e de saúde pública (estranhamente, ou não, argumento recorrente da discussão do aborto) é então escandalosa. Num local de correcção, onde os individuos que lá estão, estam-no por razões de infracções da lei Penal do Estado Português, onde o ambiente devia ser o mais recto e obediente à ordem soberana da lei e da justiça, até para re-educar e facilitar a reintrodução do condenado na sociedade pelo cumprimento das suas regras, é inadmissível que se admita tácitamente a presença (ilegal) de droga nas prisões. Por outras palavras, que se resigne o estado de direito ao facto, de que a justiça é ineficaz no combate à entrada de drogas nas prisões. O facto de estas ilegalidades acontecerem, não quer dizer que com elas temos de pactuar ou mais grave ainda auxiliar. São inegáveis as deficiências dos braços da lei, mas isso não quer dizer que se criem mais discordâncias entre a lei e a prática comum, ao criar com o dinheiro dos contribuintes um local imune às doenças infectiosas, mas também aos valores e regras de toda uma colectividade. Não é a lei que precisa de ser mudada! É e foram-no sempre, a eficácia, recursos, capacidades, competências e força das nossas polícias.

domingo, dezembro 10, 2006

Consumir

Hoje em dia é raro o dia que não seja dia de qualquer coisa: dia de lutra contra a sida, dia de luta contra o cancro, dia de luta contra a tuberculose (até aqui tudo bem), mas depois começamos entrar no dia da mãe ou no dia dos namorados, que é para mim o maior exemplo de consumismo que as marcas, lojas e televisão nos querem impor!
Devido ao maior número de ateus e agnósticos perdeu- se o significado do Natal e do acto de dar, perdeu- se o espírito. Pasá- mos a "dar", porque é assim que nos mandam e por que é nestas alturas que se "dá"!
Para muitos hoje em dia o Natal e o dia de anos, são os únicos dias em que damos algo a alguém.
Devíamos "dar", quando quissé- mos e não quando nos mandam, quando nos aptece- se, não quando os preços baixam, ou assistimos a uma propaganda desenfrada de qualquer artigo.
O natal serve(ou servia) para como tal como há séculos atrás os Reis Magos deram ouro, incenso e mirra cada um de nós desse algo, mas não da maneira com quem é feita hoje em dia, ou seja, dar sem (pelo menos não esperar) receber.
O consumismo é nos imposto não só nos dias "temáticos", mas também nos saldos( que para mim, não é mais do que uma forma de chantagem, muita bem orquestrada, a que resigndamente me vejo obrigado a ceder).
Foi- nos incutido o espírito consumista, não com a globalização mas com a nossa ganância, dar por esperar algo, com uma intenção é obscura.
Quantas famílias não ficam arruinádas devido á ganância de se gastar tudo com vista a agradar?
Recore- se aos visas e multibancos só para consumir, alimentar egos, criar impressões . Não digo que o consumismo vá arruinar a civilição, mas decerto não faz nada para a melhorar, embora pareça.
O consumismo é um vício como os outros, mas este é propagandeado, incentivado e tem alturas próprias, onde é levado ao limite do aceite. Quantos de nós não se fartam dos anúncios publicitários próprios desta altura?
Com este post não estou a dizer para não se consumir, para não se dar no Natal ou nos dias de anos, mas sim para não ceder á publiciade, para dar com conta, peso e medida, e sobretudo com atitude própria.

quarta-feira, dezembro 06, 2006

Ecos dos Egos

Recentemente vi publicado num jornal desportivo, qualquer coisa deste tipo: O Sport Lisboa Benfica como maior clube do mundo em termos de sócios, não consegiu encher os lugares destinados aos seus adeptos para o jogo com o Sporting Clube de Portugal!
Ao senhor chico esperto que escreveu isto, tenho a dizer que o que é lamentável neste situação não é o facto de os lugares terem sido ocupados ou não, mas sim o facto de cada bilhete destinado a uma depto do Benfica custar no minimo 75€,
Estaria o senhor na disposição de desenbolsar 75€, para um jogo de futebol?
É de mau tom este incidente ter sido publicitado da forma irónica e leviana que foi, não pensando no que estava a dizer.
Como é que o Sr. Jornalista, e todos os que são desta opinião não se dão conta do absurdo dos preços que foram praticados para este jogo.
Não sei ao certo quanto é o ordenado minímo em Portugal, mas sei decertesa que esta quantia é para todos os Portugueses bastante elevada, mesmo tendo em conta que se trata dum derby entre os dois clubes mais representativos da história do futebol Português.
Como dissemos no post anterior, Portugal tem de deixar para trás as mesquinhices e invejas (pois não tenho dúvida que a noticia a que este post se refere foi assim escrita), que o habitam de norte a sul, e preocupar- se em seguir os bons exemplos.
Como bom exemplo gostaria de dizer que um jogo entre dois clubes da Liga dos Campeões terá como preço mínimo o valor irrisório de 1 €!!!! Este preço vista a asegurar a comparência dos adeptos de uma das equipas, pois ela já se encontra apurada para a fase seguinte.
São exemplos como este que são de louvar, pois como fez este clube devia- se dar primazia aos adeptos e não as receitas, pois sem eles não havia futebol.

terça-feira, dezembro 05, 2006

A todos os que só sabem críticar

Dedico este post a todos aqueles intriguistas, a todos aqueles críticos de língua venenosa, a todos os velhos do restelo de essência maliciosa... Todos eles, que sabem muito bem quem são, e que povoam a mediocridade do nosso páis em grandes números, oiçam o que tenho para vos dizer: Chega! Chega de críticas destructivas, sem sentido ou sem réstia de utilidade. Chega de invejas, cobiças e ciúmes. Basta! Se dizem mal, só para denegrir, só para rebaixar, muitas vezes sem a coragem e dignidade para o fazerem na cara, estão não merecem resposta. São como velhos malucos que andam pelos jardins, deambulando ébrios em desvaneios e acessos de loucura a que ninguém liga. Se com eles falamos, eles perseguem-nos com as suas conversas dementes lançando faíscas dos seus olhos raiados de sangue...Contra quem? Não sei...contra tudo...Contra o mundo. Mas, se pelo contrário os ignoramos, eles ou se afastam e se deixam cair resignados num qualquer banco de solidão, ou desaparecem nas ruas da amargura, praguejando no vazio por onde andam.
Sei que neste país leviano, onde ser falso e mesquinho está no sangue de muito boa gente - aliás próprio, de pensar e ser pequeninho - é difícil pedir, para que as críticas sejam fundadas na intenção de ajudar a melhorar ou que as alternativas sejam apresentadas, não só para contraiar, suplantar ou imitar mas, para ajudarem as propostas válidamente apresentadas a melhorar com um contributo sério e inteligente. Sei que muitos não são prespicazes o suficiente para perceber que, das coisas que dizem sem pensar (ou muito pelo contrário, antes por pensarem de forma muito deficitária), nada se aproveita. E portanto, deste blog e de mim, não esperem senão argumentação justa e debate sério das opiniões intelectualmente honestas, desde que haja abertura de espírito para tal, e desprezo aliado da mais profunda repugnância sobre todos aqueles que na verdade, se preocupam mais com a destruição de tudo o que de inovador e superior é feito, do que com a proposta e a contribuição necessária para a criação de algo melhor...de um Portugal melhor e maior!

domingo, dezembro 03, 2006

Mais um GRANDE aniversário do Grupo K









Mais uma vez, os irmãos rocha conseguiram surpreender tudo e todos com outra grande festa que celebrou ontem, no incrível cenário arquitectónico que é o pavilhão de Portugal, o 18º ano de existência do Grupo K!
O espaço estava mais uma vez, muito bem organizado e apresentado por entre corredores e várias salas, com muito estilo e boa música. Repetiu-se a organização espacial dos anos anteriores, com uma divisão reservada ao público Scones, outra ao público Kremlin e as divisões do andar superior mais ao género da casa mãe Kapital. Várias faixas etárias, vários estilos e tipos de pessoas todos unidos à volta da grande diversão e entertenimento, que esta noite troxe à vida nocturna lisboeta. Além, das salas principais houve ainda outras surpresas entre outras, como o espaço strip, onde algumas bonitas mulheres dançavam ao som de bons DJs e um espaço do casino de lisboa onde se podia dar azo aos impulsos jogadores, que todos temos, e um espaço de uma marca automóvel onde artistas dedicados ao graffiti, pintavam as paredes ao longo da noite...
Não faltaram, as entertainers (algumas espanholas) a dançarem a noite toda, as impressionantes estátuas características que fazem lembrar os velhos tempos do Konvento, e claro está excelente música a noite toda, divergente de espaço para espaço, consoante o público alvo das várias casas do grupo. O facto de haver aquela bonita varanda do pavilhão, com vista para o rio Tejo e ainda uma espécie de pátio interior (onde se podia comer qualquer coisa), onde se podia conversar mais à vontade e apanhar um bocado de ar é sempre um grande aditivo em qualquer noite, em qualquer espaço nocturno. A noite foi surrealmente espectacular, só tenho pena que só se vá repetir para o ano e que a noite seja demasiado curta para aproveitar a 100% um evento desta magnitude... A única crítica que tenho a apontar prende-se com o facto, de cada entrada só dar direito a uma bebida de consumo, o que é claramente insuficiente para uma noite, ainda para mais desproporcional dado o preço das entradas.
Contúdo, claramente uma festa a não perder para o ano, ainda para mais se continuar a ter lugar no cenário maravilhoso que é, e envolve o pavilhão de Portugal! Aqui ficam algumas imagens, para que quem não foi possa ter uma ideia do que foi, e para que quem foi possa recordar o brilho desta noite de 2 de Dezembro...

Todas as fotografias originais foram cedidas por - Francisco Nobre -

sexta-feira, dezembro 01, 2006

Sobre o referendo de 11 de Fevereiro ao Aborto


Vou dizer-vos, porque sou contra o referendo que se realizará no próximo dia 11 de Fevereiro. Não porque tenha uma prespectiva anti-democrática da política, ou da organização da nossa sociedade; não porque ache que o povo não merece decidir do seu destino, através destas consultas, consultas essas que são aliás, o exemplo mais perfeito da democracia participativa. Uma remeniscência da grande experiência democrática grega.
sou contra este referendo em concreto, porque a meu ver todos nós sem excepção, carecemos de legitimidade para decidir sobre uma matéria tão sensível como esta. Não se trata de um tabu, porque este assunto do aborto não o é, nem o deve ser. Não. A questão é esta: Que legitimidade temos nós, do alto da nossa ignorância sobre a verdade e até mesmo sobre a ciência, do alto da nossa visão egoísta e materialista do mundo, para decidir sobre a vida de outrém???
Talvez, compeendam melhor a minha posição, através deste pequeno exemplo - Acaso, não nos chocaria uma consulta popular, com vista à discriminalização do homicídio, por exemplo ainda que não doloso? O cerne de toda esta questão contorversa, não é como certas pessoas querem dar a entender, o problema da liberdade da mulher sobre o seu corpo, pelo contrário, toda esta discussão se deveria antes centrar no valor da vida humana, e em última análise na importância e dignidade que queremos conferir ao ser humano, desde o momento da sua criação ou concepção, até ao derradeiro momento da sua morte. é isto que temos de discutir! Se é que alguma discussão neste âmbito é possível, para quem tenha na sua ética, na sua moral e nos seus valores, duramente imbutida esta verdadeira humanidade, independentemente de qualquer religião ou credo, assente na grandeza do Homem. O que temos de fazer, é sim informar, divulgar e difundir por todos os espíritos estas ideias, para que possam lentamente germinar na sua consciência.
Se matar um adulto, ainda que tal resultado não fosse atingido com malícia, nos choca...porque já não nos choca matar um embrião? Será porque este não se pode defender? Será porque este não pode implorar pela sua vida? Será por este não poder expressar os sonhos que nunca vai ter, as experiências de que nunca se vai poder recordar, ou os sentimentos que nunca vai poder partilhar? Será, porque este ser, a nosso ver, não pode pensar, sentir ou falar? Não o estaremos a ver de forma errada? Não será este embrião, um projecto de algo grandioso e espéctacular, uma semente de todo o esmagador potencial humano? Só não o é, se não o puder ser.
A vida humana é única e irrepetível! E ninguém, ninguém se pode arrogar do poder de decidir sobre o fim, seja de uma vida concretizada seja de uma vida no seu começo. Não há nada mais cruel, do que decidir friamente sobre o fim abrupto, de sonhos que ficaram por concretizar ou esperanças que ficaram por se realizar. E é isto, é isto meus caros cidadãos, aquilo sobre o qual devemos pensar. se nunca foi, nunca saberemos como poderia ter sido... o acabar com esta hipótes é em si mesmo condenável, sejam quais forem as razões invocadas.
E por ser condenável, é que a lei deve prever e punir este acto e as suas derivações. Sobre o aborto, haverá muit mais por dizer, mas ficará para outra altura.
Quanto ao referendo, o Exmo. Sr. Presidente da República Cavaco Silva deveria, se alguma réstia de moral e ética pessoal lhe restasse, ter rejeitado a proposta da Assêmbleia da República. Não através de justificações jurídicas, porque essas não as há, mas através de um veto de consciência, de repugnância pessoal...
Este assunto é indubitávelmente, um assunto inrreferendável. Uma matéria sobre a qual, nem nós nem os nossos orgão representativos, temos legitimidade para decidir. Ultrapassa-nos. Os assuntos que necessariamente envolve são, sem sombra para dúvidas, maiores do que nós e superiores até à fraqueza e imperfeição, de qualque lei humana que os pretenda regulamentar...