terça-feira, dezembro 19, 2006

Mais uma greve




Ontem teve lugar, mais uma greve dos trabalhadores da empresa Metro. Mais uma greve em Portugal. Mais uma greve, de contestação social a este governo do Sr. Sócrates. O mais impressionante nisto tudo, não é o facto de se sucederem greves frequentemente, em nos mais variados sectores de actividade, mas sim a estranha indulgência com que o governo é tratado, tanto pela comunicação social como pela opinião pública, apesar destes protestos repetidos. A explicação para esta complacência com o governo, não a consigo explicar. Em relação aos meios de comunicação social é fácil, estão nas mãos de editores, jornalistas e directores pró-socialistas ou maioritariamente de esquerda. Quanto à opinião pública e eleitorado, só posso depreender que são facilmente manipuláveis e influenciados por tudo aquilo, por todas essas operações de camuflação da triste realidade das coisas, que se espalham por esse país fora. Mas por enquanto, não é disto que quero falar.
Respondendo a um amigo meu, quem me acusou de ser incrível e um extremista, digo apenas isto: Aquilo que merece uma dura crítica minha, independentemente da possibilidade de realização destas greves e protestos (cuja justeza não me cabe a mim, agora, apreciar), é a paralisação que estas formas de luta causam no país e os seus desastrosos efeitos na nossa economia. A grave interferência, no regular funcionamento da vida quotidiana dos nossos cidadãos, assim como no decorrer normal de toda a actividade produtiva e comercial é intolerável. Não quero com isso afirmar que todas as greves, numa atitude opressora, deveriam ser proibidas. Apenas acho, que em alguns sectores de actividade, nomeadamente aqueles que se provem indispensáveis para o regular funcionamento das instituições e serviços essências, de maneira a não afectar o desenrolar da vida e actividades económicas, as greves (ou outras quebras injustificadas na produção ou fornecimento de bens e serviços) deveriam ser fortemente restringidas. Falo apenas, como é óbvio, do sector público. Pois no sector privado impera em principio a liberdade de acção, tanto dos empregadores, como dos empregados. Até de uma perspectiva democrática pergunto, qual é a coisa mais importante: Uma luta por uns quaisquer direitos laborais ou o bem-estar da comunidade, o seu direito à paz e normalidade para se poder desenvolver?
Que aconteceu à requisição civil? Se não querem restringir o direito à greve de determinados grupos, já noutros como a polícia, exército, os bombeiros e profissionais de saúde, esse direito deveria ser ou é totalmente proibido (dada a vitalidade das funções desempenhadas por esses elementos), recorram a este meio de assegurar o funcionamento dos serviços essenciais. É impopular restringir o direito à greve, tal como recorrer à requisição civil para manter os serviços a funcionar. Mas ela deveria ser compulsório para o governo, pois como se vê os transportes alternativos, aqueles autocarros ao serviço do Metro, são claramente insuficientes. Já para não falar no trânsito infernal, que toda esta situação causou. O que não deveria acontecer num país minimamente civilizado e desenvolvido, era sim este caos, esta desordem causada por uma interrupção inaceitável do fornecimento de serviços públicos às populações. Se existem já formas de resolver e evitar, toda esta situação, usem-nos. É esse um dos deveres do governo de um país – zelar pela ordem e bom funcionamento dos serviços, que presta aos contribuintes.

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