Para aqueles que, demagogicamente, continuam a afirmar que uma lei criminalizadora do aborto é um factor de atraso no desenvolvimento social, quando comparando com as tendências dos restantes países da Europa e do mundo, digo duas coisas:
Primeiro, já Eça de Queiroz reparava, os portugueses têm a mania irritante de importar do estrangeiro tudo, o problema é que importam, não aquilo que deviam importar e que realmente precisamos para implementar no nosso país, mas aquilo que é supérfluo, errado ou já ultrapassado…
Segundo, numa altura em que a atitude totalmente liberalizante e de descriminalizações desenfreadas de certos países, onde os valores foram deixados para segundo plano (países como França ou a Holanda) já provou estar a caminhar no sentido contrário, ao daquele que uma Humanidade realmente assente no progresso social e respeito pela pessoa humana deve caminhar – com o desmoronamento de toda uma organização social, com o aumento dos problemas relacionados com a perda de identidade e valores culturais, nomeadamente o aumento da apatia social, da desintegração de todos os factores de unidade daquelas comunidades, o aumento da criminalidade e do desrespeito pelas mais elementares regras da vida e bem-estar em sociedade (vida, propriedade alheia, respeito pelo próximo, entreajuda, caridade, preocupação com o outro…) – Portugal, como sempre umas décadas atrasado, vai agora percorrer o mesmo caminho erróneo para daqui uns anos aperceber-se de que fez mal? Talvez nessa altura, seja demasiado tarde para apagarmos todos os erros que podem, agora aqui, ser evitados.
Pois França já se apercebeu dos erros que cometeu, e hoje, como todos os anos de à trinta anos para cá, realizou-se uma manifestação pela vida e contra a lei em vigor desde essa altura, lei essa que descriminalizou o aborto. Milhares de pessoas, aquelas que vêm os erros que a sociedade está a cometer e que levarão inevitavelmente, à sua auto-destruição e à imersão do mundo numa época, primeiro de apatia e desapego com a comunidade, constituída de indivíduos perdidos, desenraizados, frustrados e egocêntristas, e depois de anarquia, caos e violência, marcharam para lembrarem o seu governo das consequências negativas que a despenalização trouxe; mas acima de tudo, marcharam para mostrar que é de valores que a sociedade actual precisa para se modernizar. Que todos os progressos científicos deste mundo de nada servem, se continuamos a ignorar o respeito pela pessoa humana na sua integra, se continuamos a descartar responsabilidades para o Estado ou para os outros, sem perceber que a mudança começa conosco, com a nossa capacidade de ajudar o próximo, respeitando a sua pessoa, e defendendo os valores fundamentais à vida inter-sujectiva para que possa haver paz e verdadeiro desenvolvimento na sociedade, e entre sociedades.
30 Ans ça suffit
Primeiro, já Eça de Queiroz reparava, os portugueses têm a mania irritante de importar do estrangeiro tudo, o problema é que importam, não aquilo que deviam importar e que realmente precisamos para implementar no nosso país, mas aquilo que é supérfluo, errado ou já ultrapassado…
Segundo, numa altura em que a atitude totalmente liberalizante e de descriminalizações desenfreadas de certos países, onde os valores foram deixados para segundo plano (países como França ou a Holanda) já provou estar a caminhar no sentido contrário, ao daquele que uma Humanidade realmente assente no progresso social e respeito pela pessoa humana deve caminhar – com o desmoronamento de toda uma organização social, com o aumento dos problemas relacionados com a perda de identidade e valores culturais, nomeadamente o aumento da apatia social, da desintegração de todos os factores de unidade daquelas comunidades, o aumento da criminalidade e do desrespeito pelas mais elementares regras da vida e bem-estar em sociedade (vida, propriedade alheia, respeito pelo próximo, entreajuda, caridade, preocupação com o outro…) – Portugal, como sempre umas décadas atrasado, vai agora percorrer o mesmo caminho erróneo para daqui uns anos aperceber-se de que fez mal? Talvez nessa altura, seja demasiado tarde para apagarmos todos os erros que podem, agora aqui, ser evitados.
Pois França já se apercebeu dos erros que cometeu, e hoje, como todos os anos de à trinta anos para cá, realizou-se uma manifestação pela vida e contra a lei em vigor desde essa altura, lei essa que descriminalizou o aborto. Milhares de pessoas, aquelas que vêm os erros que a sociedade está a cometer e que levarão inevitavelmente, à sua auto-destruição e à imersão do mundo numa época, primeiro de apatia e desapego com a comunidade, constituída de indivíduos perdidos, desenraizados, frustrados e egocêntristas, e depois de anarquia, caos e violência, marcharam para lembrarem o seu governo das consequências negativas que a despenalização trouxe; mas acima de tudo, marcharam para mostrar que é de valores que a sociedade actual precisa para se modernizar. Que todos os progressos científicos deste mundo de nada servem, se continuamos a ignorar o respeito pela pessoa humana na sua integra, se continuamos a descartar responsabilidades para o Estado ou para os outros, sem perceber que a mudança começa conosco, com a nossa capacidade de ajudar o próximo, respeitando a sua pessoa, e defendendo os valores fundamentais à vida inter-sujectiva para que possa haver paz e verdadeiro desenvolvimento na sociedade, e entre sociedades.
30 Ans ça suffit
4 comentários:
Talvez te interesse saber que uma análise estatística mostra que a despenalização do aborto diminui marcadamente as taxas de criminalidade... Aconselho-te a ler o livro Freakonomics ou se estiveres interessado só no artigo científico, visitares http://papers.ssrn.com/sol3/Delivery.cfm/SSRN_ID174508_code010501110.pdf?abstractid=174508&mirid=1
Gostava de saber qual é a tua opinião sobre isso, já que não me respondeste ao outro comentário =/
O argumento é estranhamente semelhante, com o do anterior comentário. Mas, invertido. Ambos os estudos são irrelevantes, e portanto não os referir. Sabes porquê? A taxa de iletracia baixar, é irrelevante porque hoje em dia quase todas as pessoas sabem ler, e não foi daí que adveio mais desenvolvimento. Ou melhor, não foi isso que cultivou a maior parte das pessoas. A cultura é muito mais abrangente, do que a mera capacidade para ler. E a história? A Ciência? A Arte? A Matemática? O Direito? A Medicina? Saber ler não é, hoje em dia, nenhuma vantagem nem nenhum beneficio… É simplesmente, um dado como adquirido! Quanto ao baixar das taxas de criminalidade, é normal não achas??? Se deixa o aborto de ser considerado crime, é normal que as pessoas que o praticam e que a eles recorrem, deixem de ser punidas! Tal não impede, como eu disse, o aumento de uma perda objectiva de valores da sua sociedade no geral, e um consequente aumentar no desrespeito pela vida humana.
Se descriminalizasse-mos o homicídio, não baixaria também a criminalidade? Passando tais actos horrendos, a constituir “coisas normais” do dia-a-dia? E será isso, argumento para o descriminalizar ou o valor da vida humana impõe a sua tutela jurídica?
Existem pessoas com medo de o afirmar, mas eu não tenho. O ABORTO É EQUIPARÁVEL AO HOMICÍDIO. Um homicídio especial é certo, mas o valor atacado (a vida e integridade física humana) é o mesmo, pois quando há vida e acabamos com ela, o que fazemos é nada mais, nada menos que matá-la.
Peço desculpa se não fui claro, mas também assumo que não visitaste o link. O que o estudo mostra é que, a partir de cerca de 18 anos após ter ocorrido a despenalização do aborto nos EUA, as taxas de criminalidade (todos os crimes violentos ie. roubo, homicídio, etc) diminui significativamente. Ou seja, os filhos da primeira geração de pais em que o aborto foi despenalizado cometem significativamente menos crimes violentos que as gerações anteriores, quando o aborto era punido por lei. Em estados onde o abrto foi legalizado 3-4 anos antes da decisão do Supremo Tribunal, a descida de criminalidade deu-se aproximadamente 3-4 anos antes (mas 18 anos depois do aborto ter sido despenalizado). Se achas o estudo irrelevante é a tua opinião, mas como compreendes, uma discussão destas deve ser baseada em factos, e os factos que este estudo apresenta são muito reveladores do efeito social da despenalização.
Quanto ao aborto ser comparável ao homicídio, é a tua opinião que eu respeito, apesar de não a partilhar. O meu ponto de vista é mais "biológico", ou seja: apesar de um embrião de 10 semanas ter a capacidade de se desenvolver e formar uma pessoa (tal como os embriões utilizados na fertilização in-vitro, muitos dos quais são destruídos sem qualquer tipo de protesto), a sua inviabilização num ponto do seu desenvolvimento em que não é capaz de respirar, sentir dor, estar ciente do mundo que o rodeia, pensar ou basicamente (sobre)viver fora do útero materno é diferente dum homicídio.
Apesar de a tua opinião ser representada apenas por parte dos grupos do Não, é curioso os que a partilham não se manifestarem pela penalização dos métodos contraceptivos de emergência (pílula do dia seguinte) que, efectivamente, produzem o mesmo efeito que o aborto, ao impedir o desenvolvimento do óvulo fecundado que tem todas as condições para criar uma nova vida.
Em breve irei responde a todas as tuas questões, e de uma vez por todas desmascarar as falácias dos argumentos do Sim. Quanto à questão da criminalidade, é óbvio que diminui se tiveres em conta que a maior parte das mulheres que praticam o aborto são de classes mais baixas economicamente, o que leva à diminuição do numero de filhos indesejados... Mas quer isso dizer, que uma vida vale menos do que a diminuição das taxas de criminalidade a que te referes??? Então não tens qualquer tipo de consciência moral, social ou ética e não sei porque te dedicas à carreira que te dedicas. O juramento de hipócrates não te diz nada???
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