Caro Rui, estive para não publicar este teu comentário (relativo ao post anterior), devido à falta de seriedade com que pareces abordar um assunto tão fundamental como este. Como amigo, e como pessoa, aconselho-te primeiramente a reflectires no assunto antes de tomares uma decisão quanto ao teu sentido de voto, ou então votares simplesmente em branco… Mas de qualquer forma vou tentar responder às tuas acusações, sendo que a algumas delas responderei num post posterior.
O caso mais flagrante em que o aborto, tem necessariamente de ser possibilitado parece-me a mim que é quando esteja em causa a vida da mãe, já que aqui trata-se de matar para salvar a vida de outrém e tal não pode deixar de ser necessariamente lícito. Já quando o feto padeça de mal-formações genéticas, tal hipótese tem de ser discutida com um mínimo de seriedade ética e cientifica coisa que pareces não ter, porque senão saberias como eu que os meios de prognóstico são na maior parte das vezes falíveis, e muitas vezes a medicina erra; por exemplo eu conheço um caso, muito próximo de mim, em que os médicos e vários especialistas do “bom e do melhor”, profetizaram o nascimento de uma criança com inúmeros problemas, que certamente redundariam na sua morte quase certa… a verdade é que nasceu perfeitamente normal, e se os pais dela fossem como tu, provavelmente hoje não estava aqui para contar a sua história. Em última análise, depois de fazer todas as análises possíveis, e só quando os médicos diagnosticarem doenças futuramente fatais (e não só a mera deficiência, pois se queres excluir os deficientes és tu que és intolerante, e tal aproxima-se assustadoramente dos regime Nazi, que só admitia a perfeição humana…), tal hipótese de abortar deve ficar a cargo dos dois pais do feto. Abortar é sempre uma opção, e só assim o deve ser permitida in extremis - em último recurso. Eu não abortaria… O terceiro caso, o de violação da mulher, é mais complicado porque interfere com um valor que também deve ser a todo o custo protegido – a liberdade de auto-determinação sexual da mulher. Contudo tens de ver aqui, um confronto entre dois valores, o direito à vida por um lado e a liberdade sexual por outro. Não quero desta forma relegar o sofrimento, que um acto dessa barbárie, causa a uma mulher que é inimaginável, nem as consequências que tem no seu normal desenvolvimento social e pessoal, pois tais actos criminosos deveriam ser muito mais severamente punidos do que são! Porem abortar, tirar uma vida, ainda que originada dessa maneira horrenda, não é solução para nada. Não quero dizer que as mulheres, devam ser obrigadas a ficar com a criança. Não! A solução está na sociedade, e no apoio psicológico e social do estado. Deveriam ser criadas condições, para que as mulheres fossem apoiadas e convencidas a entregar o seu filho para adopção ou para a guarda a favor de uma instituição de solidariedade ou estadual. A maior parte dos problemas da sociedade actual, estão aliás nessa falta de solidariedade e inter-ajuda numa sociedade tão egoísta como a nossa. Faço-te uma pergunta directa: O filho que nasce de uma violação tem acaso, culpa do que o pai fez??? Porque há-de a sua vinda ao mundo ser maldita então? Se fosses tu, não gostarias que a tua mãe tomasse a mesma decisão?
Exactamente, a graça de discutir o aborto com pessoas a favor desta barbárie, é que elas não estariam aqui para discutir se provavelmente as suas mães, tivessem a mesma opinião. Ninguém tem culpa de como nasce, das condições ou do tempo em que vem ao mundo… o que realmente importa é o que faz com o dom da vida que lhe é dado, porque vida meu amigo, só há uma. Um exemplo, foi o caso de uma jovem desprotegida e entregue ao cuidado de uma instituição, que ontem apareceu no jornal, depois de ter ganho uma bolsa de estudo em Oxford. Já viste, se a mãe dela, e como ela imensas pessoas (grandes génios do mundo estiveram nessa mesma situação precária, como demonstra a história que te darei a conhecer), tivesse decidido abortar, nunca o mundo conheceria do seu potencial ou humano, ou cientifico, físico, cultural, etc….
De qualquer maneira, esses três casos já estão previstos na lei actual, e como vimos com alguma irresponsabilidade legislativa. E o cerne da questão, não são esses caso meu amigo, são os casos daqueles que não pensam nas consequências dos seus actos, ou não têm coragem para as assumir ou para aceitar uma diminuição (ainda que drástica) das suas condições de vida. Pois vivemos na sociedade de luxo, na sociedade do material e do imediato…
O caso mais flagrante em que o aborto, tem necessariamente de ser possibilitado parece-me a mim que é quando esteja em causa a vida da mãe, já que aqui trata-se de matar para salvar a vida de outrém e tal não pode deixar de ser necessariamente lícito. Já quando o feto padeça de mal-formações genéticas, tal hipótese tem de ser discutida com um mínimo de seriedade ética e cientifica coisa que pareces não ter, porque senão saberias como eu que os meios de prognóstico são na maior parte das vezes falíveis, e muitas vezes a medicina erra; por exemplo eu conheço um caso, muito próximo de mim, em que os médicos e vários especialistas do “bom e do melhor”, profetizaram o nascimento de uma criança com inúmeros problemas, que certamente redundariam na sua morte quase certa… a verdade é que nasceu perfeitamente normal, e se os pais dela fossem como tu, provavelmente hoje não estava aqui para contar a sua história. Em última análise, depois de fazer todas as análises possíveis, e só quando os médicos diagnosticarem doenças futuramente fatais (e não só a mera deficiência, pois se queres excluir os deficientes és tu que és intolerante, e tal aproxima-se assustadoramente dos regime Nazi, que só admitia a perfeição humana…), tal hipótese de abortar deve ficar a cargo dos dois pais do feto. Abortar é sempre uma opção, e só assim o deve ser permitida in extremis - em último recurso. Eu não abortaria… O terceiro caso, o de violação da mulher, é mais complicado porque interfere com um valor que também deve ser a todo o custo protegido – a liberdade de auto-determinação sexual da mulher. Contudo tens de ver aqui, um confronto entre dois valores, o direito à vida por um lado e a liberdade sexual por outro. Não quero desta forma relegar o sofrimento, que um acto dessa barbárie, causa a uma mulher que é inimaginável, nem as consequências que tem no seu normal desenvolvimento social e pessoal, pois tais actos criminosos deveriam ser muito mais severamente punidos do que são! Porem abortar, tirar uma vida, ainda que originada dessa maneira horrenda, não é solução para nada. Não quero dizer que as mulheres, devam ser obrigadas a ficar com a criança. Não! A solução está na sociedade, e no apoio psicológico e social do estado. Deveriam ser criadas condições, para que as mulheres fossem apoiadas e convencidas a entregar o seu filho para adopção ou para a guarda a favor de uma instituição de solidariedade ou estadual. A maior parte dos problemas da sociedade actual, estão aliás nessa falta de solidariedade e inter-ajuda numa sociedade tão egoísta como a nossa. Faço-te uma pergunta directa: O filho que nasce de uma violação tem acaso, culpa do que o pai fez??? Porque há-de a sua vinda ao mundo ser maldita então? Se fosses tu, não gostarias que a tua mãe tomasse a mesma decisão?
Exactamente, a graça de discutir o aborto com pessoas a favor desta barbárie, é que elas não estariam aqui para discutir se provavelmente as suas mães, tivessem a mesma opinião. Ninguém tem culpa de como nasce, das condições ou do tempo em que vem ao mundo… o que realmente importa é o que faz com o dom da vida que lhe é dado, porque vida meu amigo, só há uma. Um exemplo, foi o caso de uma jovem desprotegida e entregue ao cuidado de uma instituição, que ontem apareceu no jornal, depois de ter ganho uma bolsa de estudo em Oxford. Já viste, se a mãe dela, e como ela imensas pessoas (grandes génios do mundo estiveram nessa mesma situação precária, como demonstra a história que te darei a conhecer), tivesse decidido abortar, nunca o mundo conheceria do seu potencial ou humano, ou cientifico, físico, cultural, etc….
De qualquer maneira, esses três casos já estão previstos na lei actual, e como vimos com alguma irresponsabilidade legislativa. E o cerne da questão, não são esses caso meu amigo, são os casos daqueles que não pensam nas consequências dos seus actos, ou não têm coragem para as assumir ou para aceitar uma diminuição (ainda que drástica) das suas condições de vida. Pois vivemos na sociedade de luxo, na sociedade do material e do imediato…
6 comentários:
As minhas questões não são legítimas? Não estava a tentar com os casos que mencionei (e que já estão previstos na lei) buscar argumentos para nenhuma das partes. Apenas tentava saber a tua visão sobre eles, visto expressares a tua opinião pelo "não" nos teus posts. Fico satisfeito de a tua posição sobre eles seguir a mesma linha que para os abortos agora em causa.
Pelos vistos a Mariana não segue a mesma linha de raciocínio - "esses casos já estão contemplados na lei, não interessa falar deles...". É apenas a coerência do discurso que eu queria por em causa. Não fazendo juízos de valor sobre o tema...
Já agora, e visto que entraste por temas médicos, de facto podem existir erros de diagnóstico. Mas dando um exemplo concreto: na detecção do Síndrome de Down (trissomia 21/ mongolismo...) a amniocentese não erra! Pode não detectar a doença, mas se ela for detectada é com 100% de certezas que o bebé vai nascer afecatdo. Fazer abortos nestes casos até às 24 semanas é possível, e a doença não é tão grave quanto muitas outras. Como tu próprio afirmas qual é o direito de terminar esta vida? E eu pergunto, qual é a diferença entre esta e as outras vidas que o permita fazer?
Mariana, não há grande moralidade no teu discurso se começas logo por afirmar que estas vidas não importam discutir (porque já estão discutidas na lei)...
Peço desculpa, meu carissímo amigo, mas não percebi à primeira o sentido das tuas perguntas. Obrigado por o esclareceres, e por me dares oportunidade de te esclarecer e a todos em relação à minha opinião. Porque se há uma coisa que eu não sou, é incoerente ou falacioso. E é com muito gosto, que te respondo a ti e a todos os que me queiram interrogar, acerca deste ou doutro assunto.
Quanto aos bebé que nascem com essa doença que referiste, eu não abortava. E se reparares bem, no meu post, afirmo que os casos de má formação não deferiam abranger nunca deficiências físicas ou mentais, até porque conheço muitos pais que tiveram a coragem de ter filhos com trissomia 21 e o seu valor como pais, é por isso, incomparavelmente superior, de louvar e de seguir o seu exemplo de entrega e dedicação.
Pedia-te era que, perguntasses as coisas de uma maneira menos acusadora ou vexatória... Porque lembra-te, isto não é a Assembleia da República e tu não és a Odete Santos.
Lamento caro rui que não tenhas percebido as minhas palavras (apesar de me parecerem bastante claras) e por isso te venho esclarecer.
Jamais afirmei que qualquer vida não merecia discussão. Estou apenas a focar-me no que está em discussão, no que interessa para o referendo sobre a despenalização do aborto em vez de me perder no que não está em discussão ou se a actual lei.
Carta de um Bebê
Oi mamãe, tudo bom?
Eu estou bem, graças a Deus faz apenas alguns dias que você me concebeu em sua barriguinha.
Na verdade, não posso explicar como estou feliz em saber que você será minha mamãe, outra coisa que me enche de orgulho é ver o amor com que fui concebido.
Tudo parece indicar que eu serei a criança
mais feliz do mundo !!!!!!
Mamãe, já passou um mês desde que fui concebido,
e já começo a ver como o
meu corpinho começa a se formar, quer dizer,
não estou tão lindo como você,
mas me dê uma oportunidade !!!!!!
Estou muito feliz!!!!!!
Mas tem algo que me deixa preocupado...
Ultimamente me dei conta de que há algo na sua
cabeça que não me deixa dormir, mas tudo bem,
isso vai passar, não se desespere.
Mamãe, já passaram dois meses e meio, estou muito feliz com
minhas novas mãos e tenho vontade de usá-las para brincar...
Mamãezinha me diga o que foi?
Por que você chora tanto todas as noites??
Porque quando você e o papai se encontram,
gritam tanto um com o outro?
Vocês não me querem mais ou o que?
Vou fazer o possível para que me queiram...
Já passaram 3 meses, mamãe,
te noto muito deprimida, não entendo
o que está acontecendo, estou muito confuso.
Hoje de manhã fomos ao médico e ele marcou
uma visita amanhã.
Não entendo, eu me sinto muito bem....
por acaso você se sente mal mamãe?
Mamãe, já é dia, onde vamos?
O que está acontecendo mamãe??
Porque choras??
Não chore, não vai acontecer nada...
Mamãe, não se deite, ainda são 2 horas da tarde,
não tenho sono, quero continuar brincando
com minhas mãozinhas.
Ei !!!!!! O que esse tubinho
está fazendo na minha casinha??
É um brinquedo novo??
Olha !!!!!! Ei, porque estão sugando minha casa??
Mamãe !!!!
Espere, essa é a minha mãozinha!!!!
Moço, porque a arrancou??
Não vê que me machuca??
Mamãe, me defenda !!!!!!
Mamãe, me ajude !!!!!!!!
Não vê que ainda sou muito pequeno
para me defender sozinho??
Mãe, a minha perninha, estão arrancando.
Diga para eles pararem, juro a você que vou me comportar bem e que não vou mais te chutar.
Como é possível que um ser humano possa fazer isso comigo? Ele vai ver só quando eu for grande e forte.....
ai.....
mamãe, já não consigo mais...
ai...
mamãe, mamãe, me ajude...
Mamãe, já se passaram 17 anos desde aquele dia,
e eu daqui de cima observo como ainda te machuca
ter tomado aquela decisão.
Por favor, não chore, lembre-se
que te amo muito e que estarei aqui te esperando
com muitos abraços e beijos.
Te amo muito
Seu bebê.
QUE DEUS TENHA PENA DE NOSSAS ALMAS!
Tenhamos consciência.
Digam NÃO ao aborto!
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