domingo, dezembro 23, 2007

Um Santo Natal!

Está a chegar o dia de Natal, o dia em que celebramos a vinda de Deus feito Homem ao mundo! Acho que é importante que todos nos lembremos disso mesmo, pois o Natal não é só uma época que passamos com a família, um dia em que trocamos presentes, ou uma altura onde nos sentimos impregnados de compaixão e generosidade... Não o Natal é tão mais que isso, tem um significado tão profundo, que a sociedade moderna na sua descrença se esforça por apagar e relegar para segundo plano; quando se não encarar-mos o Natal para além do seu significado material ou meramente humano e afectivo, ele perde toda a sua relevância e verdadeira importância, para se transformar num dia festivo pagão, que tanto podia ser celebrado como não.
Já antes, o ano passado, me tinha alongado sobre este assunto, sobre as influências consumistas que todos os anos descaracterizam mais o Natal e o tentam transformar numa altura, como qualquer outra, em que substituimos Deus nos nossos louvores e glorificamos esta nossa sociedade plena de superficialidades e injustiças, no nosso soberbo e orgulhoso ateísmo. Então porque falo outra vez nisto? Porque todos os anos me faz impressão, me causa uma tão grande repulsa, ver Deus ser ignorado no dia do seu nascimento! Substituido por pais natais nos centros comerciais, suplantado no seu presépio por fiéricas árvores de Natal, ignorado na noite da consoada e trocado por uma saída à noite ou por uma conversa de circunstância no serão de mais uma família reunida...
Ao menos que por tradição, mantivéssemos o que nos resta da nossa cultura ocidental e cristã, ao menos que por respeito àquilo que nos individualiza e caracteriza como civilização, não renegássemos as nossas raízes... Olhem para Espanha e perceberam a diferença. Que aconteceu ao dia dos Reis Magos? Que aconteceu para trocarmos os presépios nas ruas por uma árvore de Natal? Que sentido faz celebrar desta forma o Natal?
Lucas 1, 28-33: "O anjo aproximou-se dela e disse-lhe: «Eu te saúdo, ó escolhida de Deus. O Senhor está contigo.» Maria ficou perturbada com estas palavras e perguntava a si própria o que queria dizer aquela saudação. Então o anjo continuou: «Não tenhas medo, Maria, pois foste abençoada por Deus. Ficarás grávida e terás um filho, a quem vais pôr o nome de Jesus. Ele será grande e será chamado o Filho do Deus altíssimo. O Senhor Deus lhe dará o trono do seu antepassado David. Governará para sempre os descendentes de Jacob e o seu reinado não terá fim.»"

quarta-feira, dezembro 19, 2007

Tratado de Lisboa e Presidência do Conselho



A Presidência portuguesa do Conselho Europeu está a terminar e, aproveitando a recente assinatura do Tratado reformador de Lisboa, é chegada a altura de fazer uma apreciação global do envolvimento dos membros do governo de Sócrates enquanto estiveram à frente dos destinos da União Europeia.
Não vou cair em elogios fáceis ou críticas intempestivas ao trabalho desenvolvido, principalmente a nível diplomático, por este governo socialista. Sócrates tinha dois objectivos principais: A realização da Cimeira Europa-África e a assinatura do tratado de L
isboa. E esses dois objectivos, ele cumpriu. Agora, do que já posso discordar é do mérito e da utilidade prática desses dois fins, que logrou alcançar! Quanto à cimeira, já a analisei e dela não resultou mais do que a maior concentração (à parte, talvez, do Município de Felgueiras) de corruptos na mesma cidade, a que já assistimos; quanto à assinatura do tratado, o que me impede de glorificar os feitos de Sócrates, é que eu, ao contrário de muitos que engoliram os slogans promocionais que os relações públicas do governo lançaram - "Este momento é histórico" e "Hoje estamos a fazer História." - eu, vi para além do espectáculo que montaram para inglês ver!
Tiro o chapéu ao Sr. Sócrates e à sua equipa, que sem dúvida é extraordinária na promoção pública e mediática da imagem do governo. Mas será que é isso que fica realmente, da assinatura de este novo tratado europeu? Será que o que interessa, é a beleza do palco dos Jerónimos, muito bem decorado, a imponência e minuciosa organização de todo o evento, os artigos do bom e do melhor servidos aos dignitários europeus, e os discursos pomposos e empolados de circunstância???
De facto foi uma boa jogada de Sócrates, que pôde organizar assim um acontecimento único como este, desviando as atenções tanto da recente queda de popularidade das suas políticas, como do conteúdo desta nova Constituição Europeia, disfarçada de tratado minimalista e secundário...

Por um Natal menos egoísta


Com uma hora do nosso tempo podemos fazer a diferença para estas pessoas, mesmo porque ajudar não custa assim tanto. Para aqueles que tem vontade mas a quem faltam as dicas aqui fica:


domingo, dezembro 16, 2007

Viveria de Sonhos...


Porque às vezes, tudo o que fazemos parece ficar sempre mal - tudo o que imaginamos fica sempre aquém das expectativas e tudo o que sonhamos fazer, ou fica incompleto sobre o fracasso das nossas vãs mas esforçadas tentativas ou fica desfigurado pelo simples facto de actuarmos na realidade - julgo que o caminho certo é a abstenção. Só a abstenção do agir, nos poupa da crueldade da desilusão! Só a abstenção de tudo quanto é interacção com o mundo exterior, nos pode salvar da inevitável traição, inevitavelmente levada a cabo por outros ou por nós próprios no decorrer de cada minuto vivido.
Não se trata apenas, de uma traição inevitável para a natureza humana, mas também, de uma deturpação insidiosa de tudo quanto poderia ter acontecido...
(Fotografia por: Francisco Nobre)



Quem me dera conseguir seguir, vivendo apenas do meu sonho, Bernardo Soares, in Livro do Desassossego, porque como ele diz:

" As coisas sonhadas só têm o lado de cá... Não se lhes pode ver o outro lado... Não se pode andar à roda delas... O mal das coisas da vida é que as podemos ir olhando por todos os lados... As coisas de sonho só têm o lado que vemos... Têm uma só face, como as nossas almas."

sábado, dezembro 08, 2007

Cimeira Europa-África

Ultimamente tem sido um desfile de carros, de polícia e de comitivas megalómanas pela cidade! Têm sido ruas fechadas, trânsito cortado, hotéis reservados, etc.... E tudo porquê? Porque a presidência portuguesa da União Europeia, decidiu organizar na nossa cidade um encontro diplomático (tanto quanto é possível, quando se trata de países africanos) entre os Chefes de Estado Europeus e Africanos.
Não vou analisar, as consequências de terem faltado a esta cimeira alguns importantes lideres, tais como Gordon Brown que, muito compreensivelmente, se recusa a sentar à mesma mesa que Robert Mugabe (ditador da antiga Rodésia, agora Zimbábue, que expropriou todos os fazendeiros de origem britânica, deixando a economia do país na bancarrota e destruindo todos os factores de produção que havia) . Isso já foi muito badalado. E, em última análise, nada disso tem grande importância...
De que serve esta cimeira? Será que vai ser a grande revolução, nas relações Europa-África que Sócrates, na sua habitual campanha de relações públicas, quer dar a entender? Será que daqui para a frente, com a ajuda da União Europeia, África terá finalmente o desenvolvimento prometido à séculos pela enorme quantidade e qualidade dos seus recursos naturais? Respondo, adiantadamente, que não! Digo peremptoriamente, que esta cimeira de nada servirá, a não ser, para que se gastem uns bons milhares de euros com a sua organização. Os resultados práticos desta cimeira devem, com toda a certeza, ser equiparáveis aos resultados da convenção que aprovou o famoso e mal-afamado Protocolo de Quioto!
O grande problema de África, não é a falta de recursos, não é a falta de mão de obra, não é a falta de natalidade, e muito menos, não é a falta de ajudas que recebe dos países mais desenvolvidos! Todos os anos são despejados naquele continente milhares de milhões de euros em ajuda, milhares de pessoas dedicam a sua vida a melhorar voluntariamente os países africanos, são emprestados outros tantos milhares de milhões, são perdoadas dívidas, são investidas quantidades astronómicas nesses países, tudo e mais alguma coisa... Com que resultados práticos? Nenhuns, ou muito escassos.
Quando é que os líderes europeus, e os cidadãos europeus em geral, compreendem que o problema de África é a corrupção? É a anarquia e a má governação? E quando é que se deixam de sentir responsáveis pela colonialização, que quanto muito só ajudou ao desenvolvimento africano, e deixam de se penitenciar enviando rios de dinheiro, bens e gentes, quando os seus próprios países têm tantas carências e estão em crise!?
Só o Sr. Sócrates, para gastar milhares de contos a albergar no nosso país tamanha fantochada! Tamanho desfile de ditadores corruptos e genocidas imensamente milionários, desfile de intenções que nunca serão para cumprir e desfile de simulações de debates sobre assuntos perenes e de extrema importância para África... Tudo por razões de divulgação de imagem e propaganda. Ao menos, este Sr. Sócrates é minimamente coerente em tudo o que faz!

quarta-feira, dezembro 05, 2007

Imposto ecológico???


A minha primeira reacção em relação a esta notícia foi: Ah "'tá bem 'tá", mas existe algum imposto que seja ecológico? Ecológico para quê? Só se for para os bolsos dos contribuintes, libertando-os de mais daquele papel acreditado pelo Banco Central Europeu que custa tanto a ganhar!
Mas depois, recebi a notícia de que o governo tinha voltado atrás com a palavra (o que nunca aconteceu, pois não?) e que afinal, já não haveria imposto sobre os sacos de plástico que usamos para transportar as coisas que compramos nos super-mercados e mercearias. E porquê? Não porque se preocupe o Sr. Sócrates e o seu séquito com as condições, cada dia mais miseráveis em que vivem os portugueses; nem sequer foi, por achar excessivo o aumento da carga fiscal que tem efectuado nos últimos tempos à custa das mesmas pessoas, a quem prometeu não aumentar os impostos ou mexer nas taxas. Não! Recuaram apenas, ou devo dizer antes bastadamente, porque o Lobby dos super-mercados (e distribuidores em geral neste ramo) conseguiu impor o seu ponto de vista ao Governo da República Portuguesa.
É ridículo? É revelador do nojo que se vive na política e da falta de ética que grassa na nossa sociedade? E mais ridículo ainda, é que com quase toda a certeza, o preço do dito imposto "ecológico", não se iria reflectir certamente nos lucros dessas entidades, mas sim nos bolsos dos seus clientes... Mas ai se fossem estes a protestar, o desfecho teria sido outro!

segunda-feira, dezembro 03, 2007

Nunca mais..

Ultimamente tenho estudado e pesquisado bastante sobre a epóca em que Hitler subiu ao poder e as fases do anti-semitismo por ele conduzido. São inacreditavelmente chocantes os relatos do dia-a-dia sofrido nos campos de concentração em cujas portas se lê ironicamente «Arbeit Macht Frei»- "O trabalho liberta". Não posso deixar de aqui escrever umas palavras que me assaltam quando confrontada com tamanho horror:
Que nunca mais um país deixe subir ao poder um tamanho assassino como Hitler.
Que nunca mais um povo compactue atráves do silêncio com a morte de 6 milhões dos seus vizinhos, familiares ou companheiros de brincadeiras dos seus filhos.
Que nunca mais os restantes países da Europa assistam impavidos e serenos.
Que nunca mais a humanidade deixe tal genocídio acontecer.

quarta-feira, novembro 28, 2007

Campeonato (mais brasileiro que) Europeu

Triste, mas verdade: o Brasil foi a nacao mais representada no Cameponato Europeu de Futsal que decorreu em Portugal.
Pergunto-me se a grande maioria de todos esses braileiros que se naturalizaram, tinham o desejo se tornar cidadaos do pais que representam antes de mesmo de la jogarem ou apenas o sao porque algum clube os contratou (e assim passado uns aninhos se podem naturalizar)?
Nao me tomem por racista ou outra coisa qualquer pois nao sou, mas alguma coisa vai mal e tem de se comecar a agir a fim de tornar os processos de naturalizacao mais dificies e impermiaveis a qualquer um que nao tenha a plena conviccao de se tornar portugues, frances, espanhol ou chins.


p.s- Peco desculpa pelos meus erros neste e no ultimo post, mas os teclados nao sao iguais em todas as partes do mundo.

terça-feira, novembro 27, 2007

O Blog da Martinha

www.oblogdamartinha.blogspot.com Este e o blog de uma familia que vive diariamente com a angustia de ter uma filha internada no IPO, pois sofre de leucemia.
Fica a cargo de cada um reagir da maneira que quiser, mas eu pessoalmente ja passei por la a manifestar a minha solidariedade e os meus sinceros desejos de rapidas melhoras a esta pequena crianca de pouco mais de um ano.
Queria apenas pedir a todos aqueles que tem uma religiao que rezassem, nao so por esta crianca, mas por todas as outras pessoas que se encontram na mesma situacao que ela, bem como respectivas familias. A outros os outros todo o apoio e solidariedade penso que seria mais que bem-vindo.

sábado, novembro 24, 2007

Joana Amendoeira

Quero deixar-vos aqui, uma das maravilhosas novas vozes do meu querido fado. O seu nome é Joana Amendoeira e já lançou dois discos espantosos dentro deste género musical ou, como eu gosto de pensar, desta estranha forma de vida que é o fado.
Joana não procura inovar (ao contrário de muito, que na sua ânsia de cortar com o passado, acabam por se esquecer do que é o fado), mas apresenta uma frescura e uma doçura na sua voz, que só é possível em quem respeitando a tradição, em quem sente dentro de si a vertiginosa sucessão de toda uma história repleta de grandes fadistas, procura usar a sua voz para transmitir toda uma vivência profunda e sensível que lhe enche a alma. A sua interpretação, o seu reportório musical, e a sua entrega incondicional a cada verso que canta, fazem evocar as raízes castiças do fado; ouvindo-a desfiando-se em cantigas de uma simplicidade e sinceridade, que a mim me soa familiar, julgo lembrar-me de uma rapariga que canta da sua janela para a rua. Cantando para o tempo altivo que foge, sem saber que a estão a ouvir, acaba por nos cantar ao ouvido. Despretensiosa, sem procurar agradar ou seguir modas passageiras, canta-nos como se cantasse sozinha para si. Quando a ouvimos, julgamos ouvir a história da sua vida, o grito fundo dos seus sentimentos, tudo o que nela viveu e morreu! (Fotografia: Francisco Nobre)

Num pequeno texto, Rui Vieira Nery, resumiu no seu primeiro disco a arte de Joana: "Joana Não vem com este disco fazer uma revolução. Chega com uma presença serena e encantadora, canta-nos e dá-nos a sensação de ser uma amiga que já conhecíamos e que gostámos de rever, como se houvesse já no Fado um lugar à sua espera. Não podia haver melhor começo."

Este é dos fados que mais me tocou, palavras que são como as minhas neste dia, no seu primeiro disco:

Testamento

À rapariga mais nova
do bairro mais velho e escuro
deixo os meus brincos lavrados
em cristal límpido e puro

E àquela virgem esquecida
sonhando alto uma lenda
deixo o meu vestido branco
todo tecido de renda

E este meu rosário antigo
de contas da cor dos céus
ofereço aquele amigo
que não acredita em Deus

E os livros rosários meus
das contas doutro sofrer
são para os homens humildes
que nunca souberam ler

Quanto aos meus poemas loucos
esses que são só de dor
e aqueles que são de esperança
são para ti meu amor

Para que tu possas um dia
com passos feitos de lua
oferecê-los às crianças
que encontras em cada rua

(Fado Menor do Porto, letra: Alda Lara)

Joana AmendoeiraTestamento

sexta-feira, novembro 23, 2007

Mais um atrevido!


Se quem afirma, que o Governo na nossa República, está constantemente a tentar estender os tentáculos da censura, do controlo e da influência decisória nos mais variados sectores da nossa sociedade é atrevido, então Sr. Ministro da Justiça Alberto Costa, eu também sou desses atrevidos!

Aliás, tenho tanto descaramento e tanta desconsideração por este piedoso e progressista governo socialista, que chego mesmo ao ponto de afirmar, que pouco a pouco, mascaradas de pequenas alterações sem importância, vai o Sr. Primeiro-Ministro, reunindo mais poder e destruindo mais hipóteses de oposição ou impedimentos à concretização das suas políticas governativas, que se querem impostas e aplicadas como verdadeiros dogmas. Sem discussões. Sem alterações. Sem perdas de tempo. Nem que isso implique, que se cometam constantemente ilegalidades ou prepotências. É tudo para um bem melhor (não vos parece familiar esta linha de pensamento?).

Não vou falar dos já muito badalados, casos de censura ou de controlo de opinião, ou de decisões que já se tomaram à muito e que por arrogância não se querem alterar, chegando ao cúmulo de se promoverem pequenas telenovelas, só para se dar a ilusão de que está a ter lugar um verdadeiro debate. A questão levantada esta semana, é de uma gravidade ainda maior - A adstrição ao regime da função pública dos Magistrados e Funcionários Judiciais e o revelar de todas as ilegalidades cometidas pela administração fiscal, na ânsia de dar mais alimento a um "monstro" já moribundo, seja porque meios for.

E ambas as questões, de uma aparente complexidade, são de um simplicísmo chocante, se nos abstivermos aos pontos fundamentais e se ignorarmos, todo o invólucro propositadamente complicado com que são apresentadas. De um lado, temos a sujeição (profundamente contestada por todos os profissionais judiciários e, tardiamente, até pelo Sr. Procurador-Geral da República) da justiça, que se quer independente, até para poder controlar o poder político, à tutela da Administração do estado, através da subtil aplicação aos magistrados e demais abrangidos pelo regime, da qualidade de funcionário público; do outro, temos a generalização de cobranças coercivas e lançamentos de imposto, apressados e sofrendo das mais gritantes ilegalidades, tudo porque Sócrates, para continuar a cumprir com o único objectivo que logrou alcançar (os mal-afamados 3%) necessita desesperadamente de mais receitas.

A semelhança entre todas estas situações, é, como vêm, muito mais flagrante do que parece. O busílis está, em toda a prepotência, em todo um "pisar" consciente e muito bem disfarçado, das mais elementares regras de um estado de direito e de uma democracia pluralista!

Que as instituições saibam, travar esta progressiva queda num abísmo, que já nos parece demasiado familiar...

quinta-feira, novembro 22, 2007

Há umas semanas que

Cansei-me de perdoar, quem não me perdoa, de desculpar quem não merece o meu perdão, cansei-me de sofrer, cansei-me de lutar sozinha..
É díficil trocar a segurança pelo desconhecido, uma boa rotina por uma incerteza mas chegou a altura.
Chega de sofrimentos, vou crescer.
Vou aprender a estar bem comigo mesma e depois talvez quem saiba voltar a ter alguem..
Mas por agora sou só eu, é só comigo que posso contar. O que não é necessariamente mau.
Felizmente posso dizer que tenho muita gente a apoiar-me, bons amigos que me acompanham nos momentos difícies.
É tempo: estou a aprender a ser feliz de uma nova maneira


Scolari II


É triste assistir a todo este ambiente em torno da selecção nacional. Revolta-me ver pessoas a dizer que a selecção não faz mais do que a sua obrigação em chegar á final de um campeonato da Europa, a uma semi-final do campeonato do mundo ou em conseguir o apuramento para uma fase final de outro campeonato da Europa. Revolta-me que pessoas se esqueçam que mesmo para perder uma final é preciso chegar lá e o mesmo com uma semi-final!
Pessoas que não sabem dar valor nenhum ao que têm! E o que têm é um dos melhores treinadores de futebol do mundo (por alguma razão é Campeão do Mundo), a treinar uma das melhores selecções do mundo que por sua vez é apoiada por um dos mais inconstantes públicos e comunicação social do mundo
O problema do português e sobretudo da nossa comunicação social é que quando Portugal está em baixo, não é capaz de puxar para cima, mas sim por ainda mais em baixo, mas, depois quando se derrota a Inglaterra num jogo sofrido são os primeiros a dizer que “sim senhor que bravos que são estes jogadores, realmente são fantásticos.”
O que também não percebem é que não somos os melhores, que TALVEZ o que somos não seja o suficiente e é por isso que não chegamos mais longe…digo talvez porque acredito que sinceramente tínhamos valor para chegar mais longe em ambas as competições mas não chegámos, por azar, ou porque naquele momento a selecção adversária soube ser mais forte.
Quando há anos atrás não nos apurávamos para as competições em causa, queixavam-se disso, quando nos apurávamos mas não chegávamos longe, era esse o motivo de queixa, agora que nos apurámos e chegamos longe como até então nunca tínhamos ido queixam-se que não vamos ainda mais longe.
Será que não vêem que há muitos anos que não tínhamos um seleccionador nacional como Scolari e que é graças a ele e á sua equipa técnica que chegámos até onde nunca tínhamos chegado?
Um seleccionador nacional que para além de por a maioria dos portugueses novamente com a selecção faz efectivamente alguma coisa de jeito e constrói também uma equipa para o futuro. Um seleccionador que felizmente não se deixa abater por uma comunicação social que vive para criticar, pois pensa que se deixasse de o fazer deixaria de ser isenta ou porque acha que criticar destrutivamente é moda e que só assim se tem opinião.
Scolari levo-nos onde muito poucos levaram e construiu um grupo. Um grupo é algo que faltou a muitas outras selecções, que tal como esta tinham um tremendo potencial.
Felipão cometeu erros, mas fez coisas bem mais prestigiantes e dignificantes que suplantam em muito isso.
É triste ver pessoas, inclusive neste mesmo blog a criticarem a selecção a dizer coisas tais como o apuramento “estava no papo”.
Tomaz o que te faz pensar que estava “no papo”? Não será o facto de termos sido bastante bem sucedidos nas duas ultimas competições em que participámos e de termos um grupo fantástico construído por Scolari?
Como é que criticas o Pepe no dia 16 de Setembro se apenas ontem dia 22 de Novembro ele fez o seu primeiro jogo pela Selecção Nacional, sendo considerado um dos melhores em campo??
Já para não falar no Deco! Como é curta a tua memória. És capaz de criticar o rendimento dele durante este apuramento, mas não és capaz de lembrar a importância que teve no Euro 2004, no apuramento para o Mundial 2006 e nesse mesmo Mundial.
É também triste ver quando dizes que Scolari não têm aptidão para treinar e seleccionar a nossa equipa quando ele fez o que mais ninguém fez. Se ele não tem quem terá? E já agora, não foi com ele que começaram a aparecer novos valores, que se afiguram bem capazes de substituir a dita “geração d’ouro” (alguns deles são já indiscutíveis), como Cristiano Ronaldo, Ricardo Quaresma, Bosingwa, Miguel Veloso, Moutinho, Ricardo Carvalho, Miguel, Manuel Fernandes ou Hugo Almeida?
Não foi Scolari uma parte fundamental na adaptação deles, não foi ele dos primeiros apostar em muitos deles?
Será que tu como muitos outros não conseguem ver o papel que “Sergentão” e de toda a sua equipa técnica? Não será devido a ele que foste muitas vezes para a rua festejar as vitórias da selecção nacional?
Isto são só alguns exemplos dos disparates que escreveste no post “Scolari”
Em nenhum parágrafo ou frase desse post te vi a dar valor ao trabalho de Scolari e isso é realmente triste.
O que acontece é que a tua opinião é infelizmente partilhada por muitos portugueses que só enaltecem os maus momentos e muitas vezes distorcem a verdade.
Chega de criticas!

quarta-feira, novembro 21, 2007

Os amigos não são só para rir..


Hoje foi um dia dificil para um bom amigo e por isso quero dizer lhe que estou aqui para o que ele precisar..
Os amigos não são só para rir (pelo menos não os verdadeiros) e portanto hoje é o meu ombro para chorar, os meus conselhos e o meu abraço amigo que lhe tenho para dar.
Acho que posso dizer que compreendo muito bem o que estas a passar e se pudesse trocava de lugar contigo, acredita; porque o sofrimento dos meu amigos é o meu sofrimente. Mas as vezes é preciso sofrer para crescer, para melhorarmos, para sermos melhores para nós e com os outros principalmente com aqueles que mais amamos..
Qualquer coisa que precises já sabes puto, tens o meu numero;)

segunda-feira, novembro 19, 2007

"As Mulheres do Meu Pai"

Queria deixar-vos aqui, um pequeno excerto de um livro que ando a ler de José Eduardo Agualusa, intitulado "As Mulheres do Meu Pai" . Este livro deste escritor português nascido em Angola, ajudou a cimentar a boa opinião que tenho da sua qualidade literária e a espicaçar o interesse que o seu estilo muito especial de escrita, coadjuvado por uma descrição ao mesmo tempo tão realista como imaginativa, que já tinha adquirido com "O Vendedor de Passados".
Este novo livro, conta-nos a história de quatro improváveis companheiros numa busca de um outro passado, o passado de Faustino Manso, um músico boémio que "amava demasiado as mulheres". Aconselho vivamente a sua leitura!

"Esta madrugada assisti a um crime.
Passo as noites na carrinha. Não tanto para poupar dinheiro, mas simplesmente porque me desagrada a ideia de pagar, por pouco que seja, pelo duvidoso prazer de me estirar numa cama pública a fingir que durmo. Incomoda-me ainda mais a possibilidade de efectivamente cair no sono, e sonhar os restos dos sonhos que alguém deixou para trás. Os colchões das camas de hotéis, sobretudo de hotéis baratos, acumulam no geral resíduos de sonhos rápidos, mal sonhados, não sendo de excluir a possibilidade de se contrair um ou outro pesadelo tresmalhado. conhecem promiscuidade maior do que sonhar um sonho em segunda mão?
Eu, que tenho sido tão promíscuo, odeio a promiscuidade.
Não há nisto nada de extraordinário, vendo bem. São raros os fumadores que amam os cigarros, e os defendem, e se mostram dispostos a morrer por eles com o mesmo entusiasmo, digamos, com que um homem-bomba sacrifica a vida pelo santo nome de Alá e do seu profeta.
Prefiro, pois, passar as noites na minha Malembe. Deito o banco para trás e olho as estrelas. Estaciono ora nas traseiras do hotel ora na praia, eventualmente nalgum desvão mais sossegado. Em toda a parte tenho assistido a cenas estranhas ou, no mínimo, moralmente pouco edificantes. O diabo - como gostavam de lembrar os meus professores no seminário - aprecia as sombras. Há duas noites um carro parou diante de mim. Uma mulher, ainda jovem, com um vestido preto, de malha, conduzia a viatura. Ao seu lado estava um homem alto e distinto, cabelo grisalho, alvo fato de linho. Não me viram. A mulher puxou o vestido pela cabeça e ficou inteiramente nua. Abriu a porta do carro, saiu e estendeu-se na areia. O homem saiu também. Não se despiu. Simplesmente deitou-se, em silêncio, ao lado da mulher. Ficaram assim, sem um movimento, a olhar a Lua, que estava nessa noite muito redonda e luminosa. Depois a mulher voltou a entrar no carro, vestiu-se, e foi-se embora. O homem continuou deitado durante muito tempo. Finalmente também se levantou. Caminhou em lentos passos na direcção do mar até que deixei de o ver, engolido pela escuridão e pelo manso rumor das ondas."

terça-feira, novembro 13, 2007

E quem paga isto? Para não variar, somos todos nós!

Foi aprovado sob a forma de decreto-lei a concessão, à (a privatizar) empresa Estradas de Portugal a Rede de Estradas Nacional até ao fim de 2099. Não vou falar sobre esta concessão com um prazo quase ad eternum, até porque muitos parlamentares e não só já se pronunciaram, e demais, sobre isso; até porque a minha crítica seria apenas de um perspectiva economicista, pois qualquer pessoa percebe que deste negócio além do inevitável prejuízo que causa ao Estado com a certa e futura valorização da rede, estrangula obviamente a concorrência.
Deste acontecimento prefiro focar, a possibilidade consagrada de se criarem portagens fora das auto-estradas. Meus amigos, vocês foram o povo que (não há muitos anos) derrubou um governo com buzinões e manifestações por causa de um aumento de uma portagem. Agora Sócrates e os seus lacaios, os mesmos que prometeram não acabar com as "Scuts", estão pouco a pouco a acabar com qualquer auto-estrada sem portagens, deixam a BRISA aumentar indiscriminadamente quase todos os anos os preços das auto-estradas sem que se note melhorias nas infra-estruturas (a A1 é um escandalo e um exemplo acabado disso, desde que eu me lembro em permanentes obras e com má circulação, mas cara no limite do roubo à descarada) e instauram portagens cara como a da Ponte Vasco da gama. Até chegam ao ponto de admitir portagens, noutras vias que não auto-estradas! Queres ver que um dia acordamos, e para fazer a nacional de Oliveira do Hospital precisamos de desembolsar uns euros?!
E o que mais me impressiona é que ninguém faz nada, ninguém se revolta... Parece que anda tudo adormecido.

Os meios de comunicação estão assim:





E vocês continuam a dormir!

segunda-feira, novembro 12, 2007

Sigo sempre o meu próprio caminho



Vem por aqui" - dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...

A minha glória é esta:
Criar desumanidade!
Não acompanhar ninguém.
- Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe

Não, não vou por aí!
Só vou por onde Me levam meus próprios passos...

Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?

Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...

Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.
Como, pois sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...

Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tectos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...

Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém.
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.

Ah, que ninguém me dê piedosas intenções!
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou.
É uma onda que se alevantou.
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
- Sei que não vou por aí!
José Régio

?Por qué no te callas???




Ao repto lançado por Sua Majestade El-Rey de España, o mais digno Chefe de Estado Europeu, respondo eu desta forma:

Sim, realmente porque não te calas Hugo Chavez? O povo, esse que tu dizes proteger e de cuja prossecução dos interesses te arrogas, nunca precisou de ti! Contigo a sua situação só piorou, as suas universidades foram fechadas, as suas rádios e televisões fechadas/ou controladas, as suas empresas nacionalizadas e postas ao serviço de um ditador, as suas liberdades espezinhadas e, muitas vezes a suas vidas foram roubadas.
Tu Chavez, que és o exemplo vivo dos homens hipócritas e sedentos de poder, que continuam a insistir na construção de uma sociedade que já se provou impossível de existir. Tu que ignoras, como tantos outros, aquilo que queres ignorar e te esqueces do verdadeiro holocausto - O holocausto da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. Tu que apelidas (pensas tu, perjurativamente) de fascitas todos os homens de direita, todos os nacionalistas, todos os democratas-cristãos, como aliás muitos da tua vil espécie o fazem. Tu que estás a conduzir o teu país para um inevitável precipício económico e isolamento diplomático, de que não se conseguirá jamais recuperar. Tu que, tal como um demónio, tentas arrastar contigo para o caos e para a anarquia neo-socialista todos os teus países vizinhos e agora, todo o mundo. Tu que, como tantos homens de esquerda antes de ti, não passas de um demagogo, um populista, um ladrão... um cobarde! Tu que negas as verdades mais essenciais e os valores mais fundamentais...

Tu...(e todos como tu)











Porque não te calas, de uma vez por todas?????

quinta-feira, novembro 08, 2007

Carapaça


"Um quietismo estético da vida, pelo qual consigamos que os insultos e as humilhações, que a vida e os viventes nos infligem, não cheguem a mais do que uma periferia desprezível da sensibilidade, ao recinto externo da alma consciente.

Todos temos por onde sermos desprezíveis. Cada um de nós traz consigo um crime feito ou o crime que a alma lhe pede para fazer."


Bernardo Soares in Livro do Desassossego


Fotografia por: Francisco Nobre

segunda-feira, novembro 05, 2007

Então e a Ministra nunca mais se demite???


A pior Ministra da Educação que alguma vez tivémos, o que é dizer muita coisa visto que nenhuma pessoa que alguma vez ocupou esse cargo (desde talvez, José Hermano Saraiva) se destacou especialmente pelo trabalho que desenvolveu, resolveu extender aos alunos do Secundário a falta de tabalho e dedicação, com que leva a sua vida à frente do Ministério.

Muio se fala acerca do novo Estatuto do aluno, muito se diz mal, mas muito poucas responsabilidades se exigem a quem apresentou uma proposta tão disparatada - O Governo e em especial a Ministra Maria de Lurdes Ferreira. É verdade que, eu só acredito quando vir o projecto-lei final, a Srª. Ministra já voltou atrás nas suas intenções ao dizer que afinal ainda se vai poder chumbar por faltas, mas isso bão nos deve levar a escamotear o facto flagrante no nosso sistema de educação, e que se evidenciará ainda mais quando o novo Estatuto entrar em vigor, de que se vive uma cultura de facilitísmos, de desculpação e de tolerância para com o absentismo, para com o fraco empenhamento, e fraca qualidade produzida nas nosssas escolas, e na nossa sociedade em geral!

Mas sob pena de se comprometer irremediavelmente o futuro, pois nenhuma sociedade pode evoluir se a educação dos seus cidadãos não se mostrar à altura, este estado de coisas tem de acabar! Todos sabemos que, desde alguns largos anos, já é difícil um aluno chumbar antes de cumprida a escolaridade obrigatória, havendo consecutivas passagens "administrativas" de alunos para facilitar aquele "aproveitamento escolar" e "aquele sucesso do combate ao abandono escolar" que só interessa aos relações públicas e aos acessores do Ministério; mas parece, que essa cultura da mediocridade não é suficiente para a Ministra. Ela quer levar as coisas um passo mais longe. Quer, com o novo Estatuto, dificultar as reprovações [ou chumbos como eu não tenho receio de dizer - o tempo para contemporizar com os supostos traumas psicológicos (que alimentam tantos psicólogos e entes que tais) dos alunos já acabou] ainda mais. Tornará essa tarefa tão difícil e tão burocratizada, que haverá imensos professores, que como todos sabemos não são, na grande maioria dos casos infelizmente, os mais qualificados e motivados para o exercício dessa vocação (para muitos é só um substituto temporário do subsídio do desemprego - Há que dizer as verdades!), não terão para ter maçadas e preferirão passar aqueles alunos, que seriam num sistema minimamente exigente liminarmente reprovado.

Será que o que o Estado pretende fazer, é inundar o mercado de trabalho com pessoas com qualificações irrisórias e "diplomas só no papel"??? Com canudos que nada valem, e com sujeitos que nem o próprio nome sabem escrever sem erros e se enganam no mais simples dos cálculos??? É nisso que consiste o programa novas oportunidades e as reformas prometidas na educação? Meus amigos, dantes acabar a nona classe era sinónimo de alguma coisa, era sinónimo de algum conhecimento e cultura geral, pelo menos o que se sabia, sabia-se para toda a vida e sabia-se bem! Hoje acabar o 12º ano, é sinónimo de ter a qualificação suficiente para ser caixa de super-mercado ou motorista de taxi (sem querer desacreditar essas louváveis profissões, porque "tudo quanto é honesto é bom" como dizia o meu pai). Agora a realidade das coisas, essa é que não pode continuar a ser escamoteada!

terça-feira, outubro 30, 2007

Recomeçar?


Venho (finalmente) por este meio explicar aos prezados leitores que fui forçada a sair do blog em que tanto trabalhei, sem poder sequer escrever um comunicado de despedida. Os motivos esses são já privados.
O responsavel pelo blog convidou-me porem a voltar a escrever, proposta que me tem assombrado há uma semana sem que lhe saiba dar resposta..
Uma vez que não escrevo para mim, decidi questionar aqueles para quem escrevo sobre a possibilidade desta volta, peço então a todos que aqui deixem opinião!
Muito obrigada,
Mariana

quarta-feira, outubro 24, 2007

"Fados" de Carlos Saura

Estava muito ansioso por ir ver este filme, já que para além de ser o único filme sobre fado que se fez em muitos anos, estava largamente publicitado e contava com participações de fadistas que aprecio muito. Lamento muito dizer, que se foi com ansiedade e excitação que entrei na sala, foi com sentimentos de engano e repulsa que abandonei a sala no fim do filme (se é que se pode chamar de filme àquela construção artística de Carlos Saura).
As minhas críticas principais a este "fados", são três: a monotonia que se sente, dado o pouco movimento que consegue imprimir nas cenas, situação essa que poderia facilmente ser evitada se escolhesse cenários exteriores não estáticos(por exemplo as vistas, ruas e vielas das cidades da tradição -Lisboa, Porto e Coimbra) ou se introduzisse entre as músicas uma voz de narrador que desse a conhecer a história do fado ou introduzi-se as os fados que se iam cantar. A escolha de introduzir demasiadas cenas com música que já não é fado, com música de influência étnica das colónias e do Brasil, música que não passa de filha bastarda do fado e cai no encadeamento lógico do filme (que julguei que fosse quase cronológico) completamente desamparada; para além, claro está, que esta música nada acrescenta a um filme que se arrogava de transmitir e dar a conhecer o género musical do Fado e a sua história, pois é um corpo estranho, um corpo derivado disso mesmo, que se pretendia transmitir e que mesmo isso, mal transmitido ficou. As danças escolhidas, com o intuito anunciado de re-descobrirem o quase perdido Fado dançado, também falharam miseravelmente nesse objectivo! Os mais que conseguiram, foi nalguns raros casos em que eram menos modernas, imprimir beleza visual à espécie de vídeo-clip em que consistia cada cena. Mas, na maior parte das vezes, só serviam para nos mostrarem duas ou mais pessoas que, tanto podiam estar a dançar como a deambular por um hospício (maldita dança moderna).
Resumindo, depois de quem veio comigo ter adormecido no meu ombro, depois de ter realizado que o filme nada acrescenta a quem sabe o mínimo sobre o percurso sinuoso do fado e conhece os seus protagonistas, sendo deveras imperceptível para quem nem isso sabe, tenho de concluir que não vale de todo a pena o dinheiro que se paga para ver esse emaranhado confuso de cenas. Falta-lhe indubitavelmente, aquele sentimento castiço e popular, aquele sentimento profundo e que vem de dentro, sentimento que só pode ser transmitido por quem o tem. O que não é certamente o caso de um espanhol... A escolha da altura das carreiras de Amália Rodrigues e de Alfredo Marceneiro, também não foi feliz, nem sequer demonstrativa da incrível arte destes ícones do Fado. Nem as maravilhosas participações de Camané, Carlos do Carmo e Mariza (quando se deixa daquelas coisas cabo-verdianas) , ou a cena final, esta fantástica, da casa de fados e a bem conseguida mistura do Fado e do Flamenco, conseguem salvar o filme na sua globalidade!

quinta-feira, outubro 18, 2007

Tratado de Lisboa




Ontem, ou hoje, realizou-se a famosa reunião dos chefes de estado europeus, em Lisboa! Neste encontro, além de outras matérias, foi discutido e aprovado o novo tratado europeu, que será assinado dia 13 de Dezembro no Mosteiro dos Jerónimos; este tratado, não é mais do que a nova constituição europeia que foi chumbada em referendo em França e na Holanda, com uma forma diferente, um nome diferente, e uma organização propositadamente confusa sob a forma de alterações aos artigos do tratado ainda em vigor. Desta forma os chefes de estado europeus conseguiram enganar os seus povos, e pretendendo fazer passar este novo tratado por uma mera alteração sem importância, evitar a realização das consultas populares potencialmente prejudiciais à sua aprovação. Mas José Sócrates foi mais longe, neste circo de políticos! José Sócrates fez anunciar anteontem nos meios de comunicação social, o novo plano europeu de apoio económico ao desenvolvimento português. Com que objectivo? Acho que será escusado responder, até pelo que já escrevi aqui.
Mas Sr. Primeiro-Ministro, isto pergunto-lhe eu e todo o povo português: Em que iniciativas vão ser aplicados os dez milhões de euros por dia até 2010? O que vai tentar desenvolver com o último empurrão dado ao nosso país, para que não se desintegres até da cauda da Europa???
Pelo que tenho visto nos jornais, vossa excelência tem e planeia gastar essa soma astronómica a saldar as contas dos Hospitais S.A., a tapar os buracos do Orçamento de Estado, a comprar sistemas mais que falíveis de controlo biométrico das presenças dos funcionários do serviço nacional de saúde, ou até a equipar com quadros tecnológicos as escolas desse país fora... Pergunto-lhe eu: Qual é o problema dos velhos quadros de argila? Será que um quadro digital resolve todos os problemas do nosso ensino? Porque não se controla as presenças através do velhinho livro de ponto? Não é ele menos sujeito a burlas e mais barato???
De uma vez por todas, pare-se com o desperdício de dinheiro, deixe-se de demagogias e reformas superficiais que pouco ou nada mudam e faça-se verdadeiras revoluções urgentes em todos os sectores de Estado!

terça-feira, outubro 16, 2007

Basílica da Santissíma Trindade



Foi inaugurada na passada sexta-feira, a nova Basílica Da Santíssima Trindade, no Santuário de Nossa Senhora de Fátima! Esta nova Basílica, uma das maiores do mundo construída, com o dinheiro doado pelos fiéis, destina-se a acolher o número crescente de fiéis e peregrinos que visitam o maior santuário cristão da actualidade.
promovendo um debate pouco interessante, onde apenas um dos intervenientes - O Sr. Cardeal Patriarca de Lisboa se destacou pelo interesse e inteligência que transpareciam do seu discurso. Não vou portanto dar voz às pseudo-polémicas mesquinhamente transmitidas, pelos canais de televisão sobre a arquitectura da Basílica ou sobre o atraso ridículo de uma hora na sua inauguração! O que realmente interessa reter das celebrações do 13 de Outub E aqui é, onde me separo dos meios de comunicação social, cuja divulgação deste facto foi quase nula, com a excepção da RTP1. E mesmo esta, fazendo mal a cobertura deste acontecimento histórico, ignorando as verdadeiras questões ero, é a mensagem do enviado pontifício do Vaticano, recordando hoje e sempre a importância de Fátima e a mensagem das aparições e da visita de Nossa Senhora a três humildes pastorinhos. Relembrar a mensagem de Fátima, uma mensagem de paz e redescoberta da espiritualidade perdidas na sociedade moderna do homem consumista nunca é demais; relembrar isso e a intercessão da Virgem por Portugal, pela Rússia e pelo Mundo também nunca é demais...
Mas mais importante que isso tudo, é escutar-mos, como nos disse o sacerdote que presidiu às celebrações, a exultação que nos é exigida por Deus e pela sua palavra, para que todos os dias, no nosso dia-a-dia, vivamos de acordo com a sua vontade; para que nos revolte, tudo aquilo que está mal no mundo! Que não nos resignemos! Que não nos calemos! Que não deixemos que nada nos pare, nem os nossos governos. E foi a esta mensagem de revolta, contra a estagnação e contra a degradação dos valores e da sociedade que nos transmitiram, e que muitos tentaram esconder ou esquecer, que deve ser posta incessantemente em prática para que o mundo mude realmente!
De resto insulto também, a que visitem este magnífico santuário dedicado à Rainha de Portugal , para que sintam também o que sinto (e que é sempre único e inexplicável) de cada vez que lá vou...

quinta-feira, outubro 11, 2007

Acabe-se com o políticamente correcto de uma vez!!!

Apesar das minhas ameaças, e das estupidezes que disse no meu último post, a P.J. (ainda) não me veio bater à porta, o que é bom sinal que afinal ainda se podem dizer algumas coisas...ou não.
Venho responder assim, a alguns comentários que têm feito certas pessoas ao meu anterior post. Não não sou nazi ou fascista sou apenas um amante desta grande nação que é Portugal. E acima de tudo, um amante da liberdade de expressão sem limitações artificiais, com o claro intuito de silenciar certa perspectiva ou certa visão da política, da sociedade e do mundo; porque por muito horríveis, estúpidas ou até parvas, que as nossas opiniões forem, creio que todos as devemos expressar. E acreditem, já há por aí muitas pessoas que o fazem, quando deveriam estar caladas. A diferença - Estão a favor do sistema! Caso contrário, viveríamos num mundo do faz de conta, da dissimulação e da incoerência.
Mas melhor do que eu, outro maior que eu, transmitiu-nos este ensinamento:

"Uma opinião é uma grosseria, mesmo quando não é sincera.

Toda a sinceridade é uma intolerância. Não há liberais sinceros. De resto, não há liberais."


Bernardo Soares in Livro do Desassossego

terça-feira, outubro 09, 2007

Parem as incoerências!!!

Hoje vou falar-vos de um tema que ando, há muito tempo para comentar - Os constantes atentados à liberdade de expressão, a que tenho assistido nos últimos tempos, em grande parte por força das políticas da união Europeia.
A novidade agora é a criação de novos tipos de crimes, tais como: Passou a ser crime, a negação em público do Holocausto, assim como o incitamento ao ódio racial, como se pode observar pelas acusações deduzidas contra o activista "skinhead" Mário Machado, e além de tudo isto, a união Europeia pretende ainda criminalizar o uso de símbolos do regime Nazi! Para além de me perguntar, como qualquer pessoa normal, onde irá isto parar, e quando parará a liberdade de expressão de ser limitada, pergunto-me em que consiste ao certo o crime de "incitamento ao ódio racial"??? É que me parece (só parece...), que a sua definição é um tanto ou quanto vaga e deixa muita coisa ao livre critério das autoridades, tanto polícias como judiciais. E o que mais surpreende, é a facilidade com que a comunicação social (esta pobre classe portuguesa) ignora a questão de fundo, e se centra em passar uma imagem o mais negativa possível destes grupos de extrema-direita, passando inclusive a seguir à peça sobre a prisão de Mário Machado, outra sobre a vandalização de um cemitério judaico!!! Coincidências?

Por esta altura, especialmente se forem membros da comunicação social, devem estar a chamar-me de Nazi a pior, mas não não sou Nazi, sou apenas amante da coerência. E ou bem que temos um sistema verdadeiramente democrático, ou então não vale a pena estarmos para aqui todos a fingir que vivemos todos numa democracia e que tudo são rosas!

A mim também me apetece às vezes, calar as demagogias decoradas do Sócrates à bastonada ou internar, num hospício, os membros do comité central do PCP quando dizem aquelas estupidezes anacrónicas e populistas da luta de classes, da distribuição da riqueza forçada e da nacionalização dos meios de produção! Mas faço-o? Não! Então porque quer o Estado calar a extrema-direita? E quem cala a extrema-esquerda (PCP, Bloco de Esquerda, MRPP,etc....) Porque proíbe a nossa constituição a formação de grupos fascistas e não a formação de grupos anarquistas ou de socialistas revolucionários??? E é isto mesmo que falta à nossa democracia - equilíbrio! Equilíbrio entre a esquerda e a direita, e igualdade de oportunidades para a divulgação de todas as ideias e de todas as opiniões, desde que respeitada a liberdade dos outros no confronto com a nossa.

A minha voz, jamais será calada! E para provar isso mesmo, e mandar uma mensagem à União Europeia e ao governo totalitário dissimulado de Sócrates (não há nada pior que mascarar a verdadeira realidade das coisas) afirmo aqui que: NEGO AQUI O HOLOCAUSTO E INCITO A QUE TODOS CHAMEM "ESCARUMBA" A TODOS OS PRETOS QUE VIREM!

Agora vou aguardar, serenamente como Paulo Bento, que a PJ me venha confiscar o computador e me prenda preventivamente, tendo para isso de libertar outro pedófilo homicida da prisão preventiva em que se encontrava...

domingo, outubro 07, 2007

Luis Filipe Menezes

Luís Felipe Menezes é o novo líder do maior partido da oposição.
Que futuro terá o PSD, agora que o populismo e a demagogia subiram ao poder?
Não á muito tempo li uma reportagem na revista Visão que falava dos cargos atribuídos por este senhor a todos os antigos colaboradores e familiares, desde o cunhado até ao genro passando pela filha; está lá tudo!
Teremos mesmo oposição?
Que ideias tem este senhor para conseguir vencer as legislativas?
Será que alguém acredita que Menezes é capaz de ganhar a José Sócrates? Creio que nem mesmo ele.
O PSD precisa de um líder forte, com apoios inquestionáveis de notáveis a quem Portugal ainda atribui alguma credibilidade, não de um palerma que se apelida candidato do povo mas que tem sempre atrás de si meia dúzia de gurus de marketing a dizer-lhe o que fazer, como agir…
Veremos quanto tempo se aguentará Menezes no lugar e se chegar ás legislativas por quanto perderá.
Pode ser que aí o PSD acorde e alguém com crédito, integridade e inteligência avance para a liderança.
Até lá resta-nos esperar

sábado, outubro 06, 2007

Amor, sono e drogas, cada um tem a sua desilusão!

Trago-vos hoje, mais um trecho do melhor livro de todos os tempos, e que reflecte o misto de desilusão e tristeza, por tudo aquilo que a vida nos dá para nos tirar mais tarde, prazeres, que por humanos e nossos, estão destinados a desaparecerem ou a se corromperem; fatalidades, que em certos momentos açambarca as nossas vidas e nos resignam, tanto a acção, como o pensamento...
Fotografia tirada, a um graffiti urbano, por: Piedade Castro e Sousa




"A arte livra-nos ilusoriamente da sordidez de sermos. Enquanto sentimos os males e as injúrias de Hamlet, príncipe da Dinamarca, não sentimos os nossos - vis porque são nossos e vis porque são vis.
O amor, o sono, as drogas e intoxicantes, são formas elementares da arte, ou, antes, de produzir o mesmo efeito que ela. Mas amor, sono e drogas tem cada um a sua desilusão. O amor farta ou desilude. Do sono desperta-se, e, quando se dormiu, não se viveu. As drogas pagam-se com a ruína de aquele mesmo físico que serviram de estimular. Mas na arte não há desilusão porque a ilusão foi admitida desde o princípio. da arte não há despertar, porque nela não dormimos, embora sonhássemos. Na arte não há tributo ou multa que paguemos por ter gozado dela.
O prazer que ela nos oferece, como em certo modo não é nosso, não temos nós que pagá-lo ou que arrepender-nos dele.
Por arte entende-se tudo que nos delicia sem que seja nosso - o rasto da passagem, o sorriso dado a outrem, o poente, o poema, o universo objectivo.
Possuir é perder. Sentir sem possuir é guardar, porque é extrair de uma coisa a sua essência."

terça-feira, outubro 02, 2007

As três pragas modernas

Vou falar-vos de três coisas que me irritam profundamente actualmente no povo português, depois da melhoria substancial da qualidade de vida que houve nas últimas décadas.
Com efeito, o dinheiro não trouxe só coisas boas, pois estas três "pedras no sapato" são deveras chatas e fazem-me desejar voltar ao antigamente.
A primeira é o uso generalizado do automóvel particular, ora que não é que existe em Portugal um carro para cada dois habitantes?! Mantendo à parte os habituais (e talvez legítimos) dizeres, como o "ainda dizem que estamos em crise!!!", este hábito de cada família ter dois, três e quatro carros, é prejudicial para a minha sanidade mental. Vai-se a um concerto ou a um jogo de futebol, e chega-se a gastar mais de uma hora e meia para conseguir sair de um simples parque, vai-se para casa e perde-se mais de 30 minutos para fazer um Eixo Norte/Sul atulhado de gentes que habitam lá para os lados de Queijas ou de Cascais, ou mesmo no deserto da margem sul! Antigamente ter carro era um luxo, e antes tivesse continuado assim, pois as viagens eram deveras mais agradáveis e não tínhamos tantos azelhas nas nossas estradas, que por exemplo fazem a A1 inteira, pela faixa de rodagem mais à esquerda a uns meros 100 km/h! Ainda me lembro de ser possível e comum, por exemplo, parar num cruzamento para dar a prioridade a uma senhora... Já nem à praia se pode ir, pois o povo trocou os piqueniques no pinhal por um guarda sol e uma cadeira à beira-mar (alguns estúpidos espalharam por aí, que a praia fazia bem. Outros parvos!)
A segunda é o uso generalizado do telemóvel, e mais do que isso a compra desenfreada e constante dos novos modelos. Pois, já nem só o carro é um objecto de vaidade para os portugueses, o objecto do telemóvel também o passou a ser. E agora, agora não há um sítio onde se esteja em que não se oiça um toque irritante e piroso ( e até durante a celebração da santa missa), ou não se tenha possibilidade de escutar, possibilidade como quem diz , porque a maior parte desta gente só lhes faltava o megafone para se fazerem ouvir melhor, uma conversa "particular"! Dentro dos autocarros, nos supermercados, no trânsito, nas reuniões, nos cafés, em todo o lado... Uma praga! E até o chegam a usar como máquina fotográfica, tirando constantemente fotografias, mesmo por exemplo a meio de um concerto, a isto e àquilo, a coisas ridículas, em poses idiotas... um descalabro, que me faz pensar: Bem-ditos os tempos, em que fotografias, só de máquina de rolo; o preço da revelação fazia então pensar duas vezes, antes de se tirar uma fotografia completamente imperceptível de uma banda a tocar ao fundo ou de um qualquer acidente de viação!
A terceira é, nem mais nem menos que, a opção por uma habitação própria por parte da generalidade da população. O que em primeira análise, parecia uma coisa boa, tornou-se num verdadeiro pesadelo para Portugal. Também por culpa da pior lei de sempre - a lei do arrendamento, as cidades propriamente ditas foram-se desertificando, e à sua volta, cresceram outros aglomerados que nem são dignos da categoria de cidade, montes de cimento e placa, horríveis e deformados, que mais não fizeram do que destruir quase todas as belas paisagens do nosso litoral! E assim, além de se arruinar as vias de tráfego que saem e entram das cidades e toda e qualquer réstia de paisagem, cresceram Almada, Amadora, Quarteira, Gaia, etc. etc...
Ainda acham que houve, efectivamente, uma melhoria na nossa qualidade de vida???

sábado, setembro 29, 2007

Adeus

É com profundo pesar, que vos informo da saída permanente da estimada colaboradora deste blog.

Um sincero obrigado, por toda a dedicação que demonstrou por este pequeno desabafo nosso!

quarta-feira, setembro 26, 2007

Lobos Vs. Princesas

Vale a pena reflectir, sobre o que uns e outros vão fazer a mundiais enquanto representam a nossa Nação. Adoro futebol, e é triste, mas quem como eu se lembrar do que já se passou e do que se está a passar, chegará inevitavelmente à conclusão, que só uma destas equipas merecia verdadeiramente o nosso apoio!




Mentiras

Como tinha há muito prometido e não cumprido, caros leitores, vou deixar-vos mais um fragmento do meu permanente "livro de cabeceira" - Livro do Desassossego de Bernardo Soares, visto transmitir fielmente os meus pensamentos neste dia.
(...)
Menti? Não, compreendi. Que a mentira, salvo a que é infantil e espontânea, e nasce da vontade de estar a sonhar, é tão somente a noção da existência real dos outros e da necessidade de conformar a essa existência a nossa, que se não pode conformar a ela. A mentira é simplesmente a linguagem ideal da alma, pois, assim como nos servimos de palavras, que são sons articulados de uma maneira absurda, para em linguagem real traduzir os mais íntimos e subtis movimentos da emoção e do pensamento, que as palavras forçosamente não poderão nunca traduzir, assim nos servimos da mentira e da ficção para nos entendermos uns aos outros, o que, com a verdade, própria e intransmissível, se nunca poderia fazer.
(...)
Fingir é amar. Nem vejo nunca um lindo sorriso ou um olhar significativo que não medite, de repente, e seja de quem for o olhar ou o sorriso, qual é, no fundo da alma em cujo rosto se sorri ou olha, o estadista que nos quer comprar ou a prostituta que quer que a compremos. Mas o estadista que nos compra amou, ao menos, o comprar-nos; e a prostituta, a quem compremos, amou, ao menos, o comprarmo-la. Não fugimos, por mais que queiramos, à fraternidade universal. Amamo-nos todos uns aos outros, e a mentira é o beijo que trocamos.

sexta-feira, setembro 21, 2007

"Os Lobos"


Foi no dia 15 de Setembro que assisti a uma das maiores demonstrações de coragem, bravura e valentia!
Neste dia a nossa selecção de Rugby apelidada de “Os Lobos” defrontou a toda poderosa Nova Zelândia e perdeu por um expressivo 108-13!
Acontece que o resultado é o que menos interessa! Neste momento em que o “pão nosso” de cada dia (o futebol), atravessa uma fase bastante má com a possibilidade de não nos qualificarmos para o Europeu de 2008, o nosso seleccionador nacional a agredir adversários, o Apito Dourado a arrastar-se, arbitragens, etc; eis que surge este magnífico exemplo de “amor á camisola” e tudo mais dado por uma amadora equipa de rugby, em que apenas dois jogadores são profissionais, mas que se vêm obrigados a perseguir o sonho da sua vida longe das famílias e amigos, jogando no estrangeiro! Uma equipa onde muitos jogadores estão a perder dinheiro com a presença no Mundial!
Fazem isto apenas pelo Rugby e por Portugal!
Apesar de enfrentarem a melhor selecção de rugby do mundo, apesar de conscientes e todo o seu poderio, nunca baixaram a cabeça, nunca desistiram e enfrataram-os cara-a-cara! Isto sim é orgulho!
E isto não é apenas a minha opinião!
Vi o jogo em directo através dum canal neo-zelandês e pude ouvir todo o espanto dos comentadores com o empenho e raça demonstrado pelos nossos jogadores, pela garra com que cantaram o hino nacional, e pelo apoio do público que depois do jogo demorou largos minutos a abandonar o estádio, aplaudindo e puxando até ao fim pela nossa selecção!
Os meus parabéns para toda equipa bem como para a equipa técnica!
Espero sinceramente que comece a ser dada mais atenção ao rugby e a todo o esforço que estes jogadores passam para poder representar o nosso país!

quinta-feira, setembro 20, 2007

Política

Parece que cada vez mais a política cai em descrença na nossa sociedade, cada vez se desenvolve mais a crença de que os políticos são um conjunto de vigaristas que apenas se preocupam em inventar mais uma artimanha para meter ao bolso o dinheiro do esforçado contribuinte português. Mas nem sempre foi assim nem assim tem de ser.
Os políticos eram aquelas almas altruistas que ofereciam a vida para melhorar a vida dos seus compatriotas, uma elite de notáveis, cultos e inteligentes para levar o nosso país no caminhos do progresso e da cultura. E porque não acreditar que podem voltar a se-lo? Chega de dizer mal, porque se alguns são incompetentes e chegaram ao topo da hierarquia partidária sem valor ou mérito é porque outros não há e isso só à nossa geração cabe mudar!!
Devo dizer que os níveis de abstenção que se tem vindo a registar são vergonhosos, não há qualquer outra palavra para as pessoas do século XXI a quem é dada a oportunidade de participar, de exprimir as suas preferências, todos e cada um de igual forma, um objectivo que demorou, literalmente, séculos a concretizar. Conseguimos também atingir uma inexistência de partilha de poderes que era causadora de enormes injustiças.
Então porque será que não há interesse? Que em vez de votar em branco se nenhum candidato nos agrada cometemos o pecado de nem sequer ir votar? Porque estamos nós, portugueses, a criar terreno fértil para regimes totalitaristas nos quais realmente a nossa opinião não conta?
A política não e a resolução de todos os problemas mas uma boa política, um bom mandato pode revolucionar um país, e nisso que devemos acreditar e nesse sentido que devemos agir e sempre ir votar.


A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas.
Winston Churchill

terça-feira, setembro 18, 2007

"O terrorismo não deve ter honras de estado"


Qual é a minha surpresa, quando ao ver o noticiário do canal 2 me deparo com a notícia de que Aquilino ribeiro vai ser transladado, numa cerimónia com honras de estado para o Panteão Nacional!
Ora Aquilino Ribeiro, para além de ter sido um bom de princípios do séc. XX, foi membro da Carbonária, organização anarquista que levou a cabo um dos episódios mais negros da nossa história - O vil assassinato de El-Rei D. Carlos I e do Infante D. Luís. É um facto!
O panteão, apesar de não manter as mesmas exigências que mantinha dos velhos tempos, não deve ser transformado nos dias de hoje num repositório de personagens mal-formados e de contributo no mínimo duvidoso para a nossa Nação!
Quando vi esta notícia fui logo assinar a petição em http://www.petitiononline.com/aq2007/petition.html
Principalmente após verificar, que os defensores deste senhor eram nada mais nada menos que o Sr. Mário soares (uma das tristes figuras da nossa história, que certamente tentaram colocar no panteão) e outro pseudo-historiador do bloco de esquerda, que não merece mais apresentações.
Quem não quiser que este negro personagem, manche o chão onde descançam os nossos maiores heróis, e quem não quiser pactuar com todos aqueles que injustamente têm vindo a denegrir e distorcer a história monárquica, principalmente aqueles que tentam controlar os destinos deste país (aqueles que respondem ao lema de: Nem Deus, nem Pátria, nem Rei!), assine por favor esta petição!

domingo, setembro 16, 2007

Dois grandes nomes da música num só som



Tudo o que queres de mim, irreais, expectativas desleais..

Scolari


Não foi graças aos recentes acontecimentos - como o "murro" que Scolari tentou dar num jogador sérvio- que, decidi falar. O que me leva a criticar o seleccionador nacional, e a exigir o seu imediato afastamento do comando da selecção das quinas, não é aquilo que muitos comentadores e muitas más línguas usam como desculpa para descartar o Felipão, ou seja esta recente falta de desportivismo e incivilização da sua parte, mas sim, a falta de competência que tem demonstrado como responsável técnico da nossa selecção a de futebol!
Os resultados desportivos, esses aliás, só têm vindo a confirmar a inaptidão de Scolari para liderar a nossa Selecção! Andamos de derrota em derrota, de empate em empate, perdendo sempre pontos, essa é infelizmente, nos últimos tempos uma constante. Mas nem só dos últimos tempos vive o meu descontentamento com este técnico; fui dos únicos, que ainda durante o Euro 2004, no meio de toda aquela euforia, criticou o seleccionador pelas duas derrotas da nossa selecção com a selecção Grega (o primeiro e o último jogo do europeu). As suas escolhas tácticas, para uma equipa que se sabia ser muito perigosa em lances de bola parada, foram claramente infelizes, e assim, tive de abandonar o meu lugar na Luz (o dinheiro mais mal gasto na minha vida) mais cedo.
Que estamos num dos grupos de apuramento mais fáceis, ninguém dúvida. Que nos estamos a sair pessimamente, numa tarefa que à partida estaria no papo, também estamos todos de acordo (todos, talvez menos a Federação), então porque é que ainda há aqueles que defendem a permanência de Felipão? Só, por ser ele um bonacheirão alegre? Ele está a destruir a nossa selecção! Acordem! Bata compreenderem no erro, que foi a chamada à selecção de Deco e agora de Pepe, quanto ao Deco qualquer um consegue ver que está com um fraquissímo rendimento, mas apesar de tudo continua a ter as boas graças de Scolari... Porque será?
Queremos a identidade nacional reforçada, e uma política por parte da Federação Portuguesa de Futebol, no sentido de encorajar o desenvolvimento de novos jogadores que venham substituir os resquícios da "geração d'ouro", coerente com as altas aspirações portuguesas neste desporto, dando lugar a muitos jogadores a que Scolari, por (má) opção técnica ou por despeito não dá oportunidade!